Esse é o momento em que a fase 4 da cultura do algodoeiro se encerra. Quando restam apenas cerca de quatro a seis capulhos para serem abertos no ponteiro da planta, a cultura está pronta para receber os preparos para a colheita. O tempo é curto e as ações precisam ser todas otimizadas e assertivas.
Nesse contexto, é muito importante conhecer as principais práticas que devem ser realizadas antes de entrar com o maquinário de colheita na lavoura.
Saiba agora quais são essas práticas e como executá-las da melhor forma.
Identificação das maçãs fisiologicamente maduras
A fase final do algodoeiro começa com a abertura do primeiro capulho e termina com a aplicação de desfolhantes e aceleradores de maturação – práticas indispensáveis para colher o máximo da produtividade desenvolvida até o momento.
O objetivo do uso desses produtos é remover folhas maduras e jovens, promover a abertura das maçãs e impedir o rebrotamento e a retomada de crescimento da planta para que seja possível colher o mais rápido possível e com máxima qualidade.
Para executar as operações, é preciso considerar:
- Monitoramento do desenvolvimento da lavoura
- De 70% a 80% das maçãs precisam estar abertas na lavoura ou devem restar fechadas apenas as quatro últimas maçãs viáveis da planta. Isso nos certifica que as quatro últimas maçãs acima do último capulho aberto estão maduras fisiologicamente e prontas para receber o desfolhante e, na sequência, o maturador.
Na imagem, identificamos apenas uma maçã viável que ainda está imatura, sendo assim, precisamos aguardar de quatro a sete dias para que a planta esteja pronta para desfolha e uso do acelerador de abertura.
A desfolha
Dependendo da cultivar de algodão instalada na lavoura, a desfolha pode ocorrer naturalmente com menor ou maior intensidade.
No entanto, a prática é necessária, e deve ser realizada para uniformizar a lavoura por meio de alternativas químicas.
Os produtos utilizados variam de acordo com a necessidade do algodoeiro, mas, na maioria dos casos, são aplicados produtos desfolhantes associados a aceleradores de maturação.
Produtos desfolhantes
O desfolhante só pode ser utilizado quando a última maçã viável estiver fisiologicamente madura. Os produtos que promovem a desfolha das plantas de algodão podem atuar de duas formas:
- Interferindo nos hormônios da planta
- Os desfolhantes mais comuns nas lavouras são compostos orgânicos, como ethephon, thidiazuron e dimethipim. Eles interferem no balanço de hormônios das plantas, principalmente na redução da translocação e síntese de auxinas, além de aumentarem a produção de etileno, que provoca a abscisão das folhas.
- Agindo como herbicidas
- São produtos alternativos, que atuam como herbicidas de contato e, em baixas doses, causam a abscisão das folhas. Doses erradas podem provocar o secamento da folha, o que impacta em mais impurezas no algodão na hora da colheita.
Etileno: o que é?
Produzido pela planta de algodão durante todo o ciclo da cultura, etileno é um hormônio para a desfolha por causa a abscisão das folhas.
Abscisão: o que é? É o processo que leva a queda de estrutura da planta, como as folhas, que se rompem da galha.
Sete dias após a aplicação do desfolhante, as maçãs ficam expostas e prontas para receber o acelerador de abertura de maçãs, também conhecido como maturador.
Produtos maturadores: promotores e abertura de maçãs
Conhecidos também como promotores de abertura de frutos (maçãs), os aceleradores de maturação afetam processos naturais da planta – que são associados a abertura de maçãs, mas não aumentam a taxa de maturação do fruto ou da fibra de fato. Para que haja efeito, a produto precisa atingir diretamente os frutos.
O ingrediente ativo mais utilizado para essa prática é o etefom. Esse produto é rapidamente convertido em etileno quando é aplicado no algodoeiro e, como consequência, acelera a separação entre os lóculos, resultando em sua abertura mais rápida.
O maturador deve ser utilizado quando 90% das maçãs estiverem fisiologicamente maduras.
Benefícios do uso de desfolhantes e maturadores
Tanto produtos aceleradores de abertura de maçãs quanto os desfolhantes são empregados na lavoura com o objetivo de otimizar a colheita do algodão e preservar a qualidade da fibra. Entre os benefícios diretos da adoção dessa prática, estão:
- Aumento na taxa de abertura das maçãs
- Isso acontece porque, com a desfolha química, a planta passa a ter mais acesso à radiação solar e passa a produzir mais hormônios – aumenta produção do etileno.
- Redução do apodrecimento de maçãs
- Com maior penetração de luz e ar, as maçãs, principalmente do baixeiro, conseguem se desenvolver uniformemente com o restante da planta.
- Melhoria na performance das colheitadeiras
- Com lavouras mais uniformes, o maquinário consegue melhorar o rendimento, sem paradas por problemas com galhas nem matéria verde.
- Preserva a qualidade de fibra
- Coma a área bem desfolhada, temos menos impurezas no ambiente. Assim evitamos a contaminação da pluma.
Após esse preparativo, o próximo passo para a colheita é a regulagem da colhedora e a escolha do melhor momento para entrar em campo com o maquinário, considerando fatores climáticos e logísticos.
Benefícios do Bollgard II RR Flex do plantio à colheita
Cotonicultores que adotam a tecnologia Bollgard II RR Flex realizam o manejo de pragas e plantas daninhas com eficiência, rentabilidade e sustentabilidade. No momento da colheita do algodoeiro, os benefícios da tecnologia se concretizam em produtividade e qualidade de fibra.
Bollgard II RR Flex protege a cultura do algodão contra o curuquerê-do-algodoreiro (Alabama argillacea), a lagarta rosada (Pectnophora gossypiela), a lagarta da maçã (Heliothis virescens) e a falsa-medideira (Chrysodeixis includens), além disso, apresenta supressão dos complexos Helicoverpa spp e Spodoptera spp.
Fonte: Agro Bayer Brasil