A aplicação de calcário nas áreas de plantio e pastagens no Brasil é necessária, em razão da elevada acidez do solo. Nos últimos tempos, a formas de aplicação e as dosagens ganharam debate em várias regiões do país, sendo tratadas nos eventos de entidades do agronegócio e nas consultas técnicas.

Exemplo disso foi a Rodada Técnica realizada pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), em Rondonópolis, no dia 19 de agosto.

Os Centros Tecnológicos da entidade têm reunido conhecimento técnico de práticas que devem ser adotadas com regularidade, entre elas a aplicação de calcário. O foco está nas ações voltadas aos solos arenosos. Os dados reunidos estão sendo discutidos com os produtores do estado.

Consultor da Aprosoja MT, o pesquisador Leandro Zancanaro chamou a atenção, em Rondonópolis, sobre formatos de trabalho. “Solos ácidos não permitem ter altas produtividades, mas hoje nós temos áreas de muitos anos de cultivo em que nós temos condições já adequadas de acidez. Geralmente no primeiro ano, a abertura tem que revolver, tem que aplicar muito mais calcário”, afirma Zancanaro.

“Agora, se eu tenho uma condição já corrigida, o modo de aplicação em superfície é a recomendada para preservar o sistema. Solos não ácidos, adequadamente corrigidos, sem excesso, nós conseguimos produzir mais com menos insumo e mantendo uma qualidade do solo ao longo do tempo”, explica o pesquisador, por meio da Assessoria de Comunicação da Aprosoja.

Zancanaro foi responsável por uma das palestras da última edição do Fórum sobre Corretivos de Solo, realizado pela Abracal em março último.

Saturação de base e adubo

As dosagens de corretivos e o alto rendimento são questões avaliadas também no Paraná. O engenheiro agrônomo Marco Aurélio Guzzo, que atende produtores de soja, milho e cana-de-açúcar no estado, reforça a importância do tema.

“O calcário é fundamental para uma boa colheita. Os campeões de produtividade no Desafio da Soja, realizado pelo Comitê Estratégico Soja Brasil, o CESB, são os agricultores que miram 70% na Saturação de Base, o chamado V%. E isso só se atinge com o uso de calcário e outros corretivos”, conta Guzzo.

O debate inclui novos procedimentos. “Não adianta o produtor aplicar um adubo muito tecnológico, que pode custar até R$ 7 mil a tonelada, se ele negligencia na calagem. O calcário disponibiliza cálcio e magnésio para o solo e também aumenta a eficiência do adubo”, avalia.

O Paraná tem ampliado o consumo de calcário, mas os dados do Sindemcap, o sindicato estadual da indústria desse corretivo, apontam que as quantidades aplicadas poderiam ser maiores.

Essa é uma questão nacional. O Brasil consumiu perto de 57 milhões de toneladas de calcário em 2024, quando o ideal seria 80, avalia a Abracal.

Sem resetar o solo

Zancanaro e Guzzo concordam na tese de uma aplicação mais robusta, inclusive antes do primeiro cultivo no Sistema de Plantio Direto. “Iniciar com uma calagem bem feita, e em profundidade, evita que o produtor precise resetar o solo posteriormente”, afirma Guzzo.

A prática da resetagem é necessária em terras que apresentam saturação perto de 45% e presença elevada de alumínio tóxico. Calagem, gradagem e aragem são necessárias.

Sempre é bom recordar que qualquer atividade deve ser feita com o acompanhamento de um engenheiro agrônomo, a partir dos dados gerados pela análise de solo.

Quer rever o vídeo com a entrevista do Leandro Zancanaro ao nosso site? Clique aqui.

Fonte: Abracal

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Autor:Abracal

Site: Abracal

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