A área cultivada de soja no Estado é de 6.513.891 hectares. A produtividade estimada é de 1.923 kg/ha.
Após uma semana de colheita suspensa em decorrência das chuvas, as condições de tempo entre 08 e 14/05 favoreceram a operação, que foi retomada conforme a finalização de ciclo das cultivares e a diminuição do excesso de umidade nos solos para acesso de máquinas colhedoras. No entanto, os produtores também aguardaram redução da umidade nos grãos para cerca de 15% com o objetivo de facilitar os trabalhos de trilha, de evitar danos aos tegumentos e de reduzir o período de secagem no beneficiamento pós-colheita. A área colhida alcançou 92%, e restam 8 % de lavouras em maturação.
Em parte do Estado, onde as precipitações foram mais duradouras e em maior volume, os produtores constataram a diminuição da qualidade nos grãos remanescentes devido ao excesso de umidade, o que agravou o cenário inicial de redução de produtividade causada pela estiagem nos meses de verão.
Em razão do novo decréscimo na cotação da oleaginosa, os produtores diminuíram a comercialização, mantendo somente a parcela necessária para liquidar os compromissos com vencimento em maio, como, por exemplo, custeio de arrendamentos. Esse cenário deve impactar o fluxo de caixa das unidades produtivas, limitando a capacidade de investimento em equipamentos e insumos para as safras seguintes.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a estimativa atual de produtividade é de 1.556 kg/ha. A colheita evoluiu devido ao tempo seco e alcançou cerca de 90% da área cultivada. Na Fronteira Oeste, em São Borja, aproxima-se do final , e foi concluída em Barra do Quarai e em Uruguaiana. Já na Campanha, a colheita está estimada em 85%. As chuvas em excesso no período anterior provocaram perdas nas lavouras maduras. Algumas destinadas a sementes para o próximo cultivo perderam a viabilidade. Outras apresentam grande quantidade de grãos avariados, o que comprometeu a qualidade e aumentou os descontos no momento da entrega aos armazéns, com registro de rejeição de cargas. Os danos foram apontados em Hulha Negra, Itacurubi, Lavras do Sul e Manoel Viana.
Na de Caxias do Sul, a estimativa de produtividade é de 3.365 kg/ha. A colheita foi retomada após o período chuvoso e superou 90% do total da área cultivada. Embora o tempo seco tenha predominado, a umidade dos grãos em colheita ainda é elevada devido à grande formação de orvalho durante as madrugadas.
Na de Erechim, a produtividade está estimada em 2.900 kg/ha. A colheita foi praticamente encerrada, restando pequenas lavouras semeadas no início de fevereiro, em sucessão ao milho.
Na de Frederico Westphalen, a produtividade estimada é de 2.234 kg/ha. A área colhida alcançou 95%. Houve variação de mais de 50% na produtividade entre os municípios da região em função da má distribuição de chuvas durante os meses de verão. A produtividade variou de 3.000 a 3.500 kg/ha em Pinheirinho do Vale, Vicente Dutra, Alpestre, Erval Seco, Frederico Westphalen, Seberi e Planalto, localizados mais ao norte da região. As menores produtividades foram entre 1.320 e 1.800 kg/ha em Jabuticaba, Sagrada Família, São José da Missões, Barra Funda e Palmeira das Missões, localizados mais ao sul.
Na de Ijuí, a estimativa de produtividade é de 1.869 kg/ha. A colheita foi retomada e está em finalização, restando as lavouras semeadas na primeira quinzena de fevereiro. Os produtores demandam informações sobre o controle de algumas ervas para a próxima safra devido à formação de grande banco de sementes de invasoras, como caruru, leiteiro e capim arroz, que não afetaram a produção na safra atual nem nas anteriores.
Na de Passo Fundo, a colheita foi tecnicamente encerrada na região, aproveitando as condições de tempo sem precipitações. A estimativa de produtividade é de 2.674 kg/ha.
Na de Pelotas, a produtividade está estimada em 2.199 kg/ha. As atividades de colheita reiniciaram em ritmo acelerado. Entretanto, em parte dos cultivos, não houve condições para o tráfego de máquinas, e os produtores aguardam a redução da umidade dos solos. O transporte de cargas de grãos também reiniciou em função da melhora nas condições de trafegabilidade das estradas municipais. Não foram apontadas perdas, pois a maioria dos produtores havia adiantado a colheita, restando as lavouras implantadas no final do período recomendado. Estima-se que 75% das lavouras foram colhidas; 23% estão maduras; e 2%, em final de enchimento dos grãos. Prosseguiram as semeaduras de pastagens e das coberturas vegetais em pós-colheita. Os produtores também realizaram atividades, visando estruturar a safra 2023/2024, com o objetivo de adiantar as negociações dos contratos de arrendamento, a correção de acidez e a fertilidade dos solos. Os produtores que possuem estrutura para armazenamento de fertilizantes estão antecipando a compra.
Na de Porto Alegre, a produtividade está avaliada em 2.552 kg/ha. A colheita foi retomada após o fim das precipitações em excesso, alcançando 92% das áreas. Na maior parte dos municípios, a colheita já foi concluída. No período, os produtores que já haviam acionado Proagro informaram o agravamento das perdas em decorrência da avaria na qualidade dos grãos causada pelo excesso de chuvas no início de maio.
Na de Santa Maria, a projeção atual é colher 1.555 kg/ha. A colheita alcançou 98%, restando lavouras semeadas tardiamente.
Na de Santa Rosa, a produtividade está estimada em 1.039 kg/ha. A colheita se encaminha para o final, restando lavouras semeadas em safrinha e as sem condições de trânsito de máquinas. A área colhida alcançou 96%.
Na de Soledade, estima-se produtividade de 1.928 kg/ha. O tempo sem ocorrência de chuvas possibilitou a retomada da colheita, que atinge 98% de área cultivada. A operação foi encerrada na maior parte dos municípios da região, mas, em Encruzilhada do Sul, resta a maior área por colher.
Comercialização (saca de 60 quilos)
Segundo o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Estado, a cotação média da soja na semana foi de R$ 128,28 representando uma redução de -0,30% em relação à cotação da semana anterior de R$ 128,70. 
Fonte: Informativo Conjuntural n° 1763 – Emater/RS
