A estimativa de cultivo de trigo no Estado para a safra 2022 é de 1.413.763 hectares.
A produtividade estimada permanece em 2.822 kg/ha.
A cultura segue com excelente desenvolvimento, beneficiada pelo grande número de horas com insolação e pela ocorrência de chuvas em baixo volume. Esses fatores diminuíram o excesso de umidade na superfície das folhas e contribuiu para atenuar a proliferação de doenças foliares, mantendo a cultura com boa sanidade.
Os cultivos apresentam 44% da área em fases vegetativas, e 56% estão em fases reprodutivas de floração e granação.
Com a evolução para os estádios reprodutivos, o aspecto visual é de maior uniformidade no porte das lavouras, que estão com grande densidade de espigas, conferindo um alto potencial produtivo. Ao entrar nessa fase de definição de produtividade, intensificam-se os cuidados de proteção das plantas, visando prevenir doenças foliares e da espiga, especialmente ferrugem e giberela.
Na região administrativa da Emater /RS Ascar de Bagé, as lavouras, na Fronteira Oeste, continuam com excelente potencial produtivo. As geadas registradas não devem causar problemas, pois atingiram lavouras em fase vegetativa. Em Quaraí, há grande otimismo com a cultura, já que apresenta ótimo desenvolvimento e grande resposta à adubação utilizada. Por serem lavouras instaladas em áreas nunca cultivadas com trigo, a incidência de doenças é insignificante, dispensando, até o momento, a necessidade de pulverizações de fungicidas. Na Campanha, houve uma evolução satisfatória no desenvolvimento das lavouras afetadas pelo excesso de umidade e pela falta de luminosidade durante o mês de julho e na primeira quinzena de agosto. As lavouras implantadas no final de agosto apresentam bom estande de plantas. A redução do teor de umidade nos solos permitiu o acesso de maquinário para a pulverização de fungicidas no manejo de doenças foliares.
Na de Caxias do Sul, nos Campos de Cima da Serra, a adubação nitrogenada em cobertura foi finalizada. Nos municípios de menor altitude, as lavouras começam a entrar nas fases reprodutivas. Nas duas regiões distintas, as lavouras apresentam bom desenvolvimento e boa sanidade de plantas, mantendo a expectativa de bons rendimentos.
Na de Erechim, houve ocorrência de geadas, que atingiram algumas lavouras em florescimento, mas ainda não foi possível quantificar as perdas. A maior parte das lavouras
não foi afetada e mantém o bom potencial produtivo.
Na de Frederico Westphalen, a cultura apresenta um excelente potencial produtivo, e a maior parte das lavouras está em fase reprodutiva. As ocorrências de geadas, consideradas de baixa intensidade, não causaram danos significantes.
Na de Ijuí, em lavouras onde não foram observadas as orientações de realização de
rotação de cultura, a incidência de doenças foliares é mais acentuada, havendo necessidade de maior monitoramento e controle com fungicidas. O clima mais seco propiciou condições adequadas para a proliferação de pulgões, aumentando a incidência de ataque nas espigas.
Na de Passo Fundo, a cultura apresenta-se com 75% nos estádios fisiológicos do alongamento do colmo e emborrachamento, e 35% em espigamento. As lavouras exibem
adequada sanidade e potencial produtivo.
Na de Pelotas, 76% dos cultivos estão em desenvolvimento vegetativo, e 24% em florescimento. O aspecto sanitário e o desenvolvimento são considerados adequados. O tempo mais seco e de menores precipitações permitiu a retomada das adubações em cobertura, o manejo químico das ervas invasoras e os tratamentos preventivos para evitar a incidência de doenças foliares.
Na de Santa Rosa, 23% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo e perfilhamento; 50%, em floração; 26%, em fase de enchimento de grãos; e 1%, em maturação. O aspecto geral das lavouras é considerado adequado. Entretanto, há casos de
recorrência de ataque de pulgões, exigindo novas aplicações de inseticidas para controle.
Na de Soledade, o quadro climático adequado proporcionou o aumento da proporção de cultivos em estádios de pré-espigamento e espigamento. Em geral, as lavouras têm bom aspecto e boa sanidade. Contudo, em parte delas, houve dificuldades no controle de azevém, que agora compete com o trigo, o que poderá diminuir a produtividade. Houve intensa pulverização de fungicidas para o controle de manchas foliares e aplicações pontuais de inseticidas para o controle de pulgões.
Comercialização (saca de 60 quilos)
Segundo o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Estado, o valor médio apresentou decréscimo de -0,33% em relação à semana anterior, passando de R$ 94,56 para R$ 94,25. O preço para o produto disponível em Cruz Alta foi de R$ 105,00.
Fonte: Emater RS. Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1728, p. 6, 15 set. 2022