O período foi caracterizado por intensa atividade de semeadura. A diminuição das precipitações e o aumento do número de dias ensolarados, em comparação às semanas anteriores de novembro, possibilitaram um considerável avanço no plantio. A elevada insolação e as temperaturas mais altas contribuíram para uma rápida redução da umidade superficial do solo, ampliando o período de semeadura desde as primeiras horas até o período noturno. No entanto, a umidade mais elevada no perfil inferior resultou em maior revolvimento do solo tanto no sulco de incorporação de fertilizantes quanto no sulco de deposição de sementes.

A área semeada atingiu 50%. Contudo, persiste a defasagem em comparação com a safra anterior, que, na mesma época, já havia implantado 70% e, na média dos últimos cinco anos, alcançado 75% da área projetada. Há preocupação por parte dos produtores em relação ao atraso, que pode impactar negativamente a produtividade, além de impossibilitar a implementação de um plantio escalonado, que facilitaria os manejos culturais subsequentes.

Em relação ao aspecto fitossanitário, em algumas regiões, constataram-se sintomas de doenças de solo, como o damping off (tombamento e morte das plântulas por apodrecimento), em parte das lavouras semeadas no período anterior, demandando a necessidade de replantio.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na região da Campanha, em Aceguá, as chuvas de grande intensidade em 22/11 causaram danos significativos às lavouras recém-semeadas. Houve alagamentos em áreas de relevo plano e erosão em locais com declividade acentuada, onde o preparo com grade foi realizado. Os sulcos abertos pela enxurrada resultaram na perda de sementes e na compactação da superfície do solo, demandando novo preparo com grade para nivelamento e quebra da camada compactada a fim de criar condições adequadas para o replantio. Nos demais municípios da região, nas lavouras semeadas entre 20 e 21/11, observam-se a germinação e o estabelecimento inicial com o objetivo de avaliar a necessidade de replantio. Em geral, a semeadura está em atraso; o mês de novembro, que é considerado o preferencial para o plantio, se aproxima do fim. Até o momento, o plantio atingiu, em Candiota, apenas 20%; em Aceguá, 25%; em Hulha Negra, Bagé e Lavras do Sul, aproxima-se de 30%; e em Dom Pedrito e Caçapava do Sul, 37%. No outro extremo da região administrativa, na Fronteira Oeste, as condições climáticas permitiram o acesso às lavouras tanto para o plantio quanto para as operações de preparo do solo e de dessecação das plantas de cobertura de inverno. Em Alegrete, 40% da área já foi plantada, mas há relatos de mortalidade de plântulas devido ao excesso de umidade. Em Maçambará, 45% da área prevista foi plantada, e os produtores estão utilizando plenamente a estrutura de maquinário e de mão de obra para aproveitar a janela de tempo seco. Nas áreas de várzea, o plantio avançou pouco até o momento e pode se estender até meados de janeiro, se os intervalos entre as precipitações permanecerem reduzidos. Em Manoel Viana, 75% da área prevista já foi semeada, mas há variabilidade no potencial produtivo em diversas áreas, desde aquelas com ótimas condições até as que apresentam problemas de erosão e população de plantas reduzida. Em São Borja, o plantio atingiu 35% da área prevista, e os produtores estão focando em áreas de relevo ondulado, onde há melhor drenagem, e se aproximando das várzeas à medida que o nível de umidade do solo diminui. Em São Gabriel, o plantio ocorre em dois turnos em várias propriedades, mas há restrições em decorrência dos embuchamentos relacionados ao excesso de umidade no solo. A semeadura é realizada em profundidades mais superficiais – entre 3 e 5 cm – para promover a rápida emergência e reduzir os riscos de perda de sementes, caso ocorram chuvas intensas sobre as áreas em processo de germinação.

Na de Caxias do Sul, embora o solo ainda mantivesse umidade acima do ideal, a semeadura avançou, de maneira acelerada, no período. Porém, ainda há atraso em comparação às safras anteriores. Muitas áreas de baixada e solo encharcado precisaram passar por replantio. As demais lavouras exibem boa germinação e desenvolvimento inicial adequado.

Na de Erechim, observou-se significativo aumento na extensão do plantio, progredindo de 30% para 50% da área total, que se encontra em fase de germinação e início do estágio vegetativo. No entanto, o plantio continua atrasado.

Na de Frederico Westphalen, o plantio progrediu de 38% para 60%. Em termos fitossanitários, a germinação está ocorrendo com alguma deficiência, sendo observados alguns casos de damping off devido ao excesso de umidade no solo. Também há dificuldades no controle de ervas daninhas, principalmente buva.

Na de Ijuí, as condições climáticas mais favoráveis, aliadas ao maior número de turnos de trabalho, incluindo o noturno, resultaram no aumento da capacidade operacional, e a área semeada evoluiu de 25% para 72% da projetada. As lavouras estabelecidas, até a primeira quinzena de novembro, apresentam emergência regular e melhora no desenvolvimento das plantas, que rapidamente emitiram trifólios. Essa situação tem contribuído para o aumento da área foliar, que se apresentava reduzida em função dos impactos das fortes chuvas. As lavouras semeadas entre 23 e 26/11 encontram-se em processo de embebição das sementes e início da germinação.

Na de Passo Fundo, a semeadura se deu em menor ritmo e alcançou 48%, evoluindo 3% no período.

Na de Pelotas, os sojicultores retomaram as atividades de semeadura em 24/11, após a suspensão em razão das chuvas de 22/11. A retomada ocorreu nas coxilhas, beneficiada por melhorias nas condições climáticas, incluindo dias ensolarados e temperaturas elevadas, que favoreceram o rápido enxugamento da umidade do solo. As áreas localizadas em terrenos planos estão mais atrasadas por causa da dificuldade no escoamento de água. As lavouras emergidas apresentam bom estande de plantas e desenvolvimento vegetativo dentro das expectativas. Não foram registradas ocorrências significativas de pragas nem doenças, e as plantas invasoras estão sob controle.

Na de Santa Maria, o plantio avançou de 25% para 35% da área, mas ainda está em grande defasagem em relação ao ano anterior, quando 70% das lavouras já haviam sido implantadas. As áreas semeadas estão germinando bem em virtude das condições climáticas favoráveis, que permitem umidade e temperaturas adequadas para a germinação. Contudo, os cuidados fitossanitários requerem atenção constante, pois essas condições ambientais ampliam as possibilidades de inóculo de fungos na cultura.

Na de Santa Rosa, como consequência da redução da umidade do solo a partir de 25/11, houve retomada e intensificação dos trabalhos de dessecação e, principalmente, do plantio, para o qual houve movimentação intensa de máquinas, semeadoras e pulverizadores nas lavouras. A área plantada aumentou de 25% para 45%. As áreas semeadas apresentam boa emergência e estande de plantas adequado. Porém, observa-se maior revolvimento do solo nas áreas de plantio direto, devido à semeadura realizada com velocidade superior à recomendada para aproveitar os momentos possíveis. Também é percebido um estiolamento, e a plântula de soja está apresentando poucas folhas iniciais em decorrência da baixa luminosidade nos dias nublados e chuvosos, predominantes nas semanas anteriores. Há preocupação em relação a essas condições, que poderão exigir replantio em parte das áreas.

Na de Soledade, o final da semana foi marcado por intensa atividade para avançar na semeadura. As áreas plantadas exibem bom estande. Contudo, estão surgindo doenças na fase inicial, em algumas lavouras e em porções específicas. Nota-se sintomas de doenças de solo, como o damping off, em parte das lavouras plantadas antes das últimas chuvas, demandando replantio. A semeadura encontra-se atrasada, e estima-se que apenas 38% da área projetada esteja plantada.

Comercialização (saca de 60 quilos)

O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, aumentou 0,18% em comparação com a semana anterior, de R$ 140,18 para R$ 140,43.

Fonte: Informativo Conjuntural n° 1791 – Emater/RS



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