Houve um ligeiro incremento na taxa de semeadura no Estado, alcançando 3% da área projetada. As condições ambientais foram mais propícias à operação no Sul e Leste. Já no Norte e Oeste, a ocorrência de precipitações manteve os níveis de umidade acima do ideal para a execução da semeadura. O avanço, em todas regiões, ocorreu principalmente nas propriedades que planejam áreas de cultivo mais extensas, demandando mais tempo para sua conclusão. Nas áreas menores, houve prudência, pois as chuvas volumosas previstas para imediatamente após a semeadura, quando o solo ainda estava úmido, poderiam prejudicar a germinação das sementes, comprometendo o estabelecimento inicial das lavouras.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, o plantio progrediu lentamente devido à falta de umidade na Região da Campanha e, na Fronteira Oeste, o excesso de chuvas tem limitado a operação. Em Candiota, nas áreas implantadas com baixa umidade superficial do solo, talvez seja necessário realizar o replantio. Há também preocupações em relação ao selamento do solo e à formação de crosta, que podem prejudicar o estabelecimento das plantas em caso de chuvas intensas, especialmente em solos argilosos. Em Hulha Negra, são observados problemas no controle de azevém, após a aplicação de graminicidas, o que pode ser atribuído a uma eventual resistência adquirida pela espécie ou às condições ambientais adversas para pulverização e para a absorção e translocação dos herbicidas. Em Maçambará, o plantio avançou lentamente devido ao excesso de umidade, atingindo apenas 6% da área prevista, principalmente em áreas de melhor drenagem. Em Manoel Viana, o plantio cobre aproximadamente 10% da área, mas chuvas intensas afetaram algumas lavouras, reduzindo seu potencial produtivo desde a emergência. No entanto, lavouras com boa cobertura de palha e plantio em nível apresentam adequada população de plantas.
Na de Caxias do Sul, predominou o tempo seco no período, o que proporcionou condições favoráveis para o início da semeadura em praticamente todos os municípios produtores da região. As lavouras estão atualmente na fase de germinação.
Na de Erechim, no momento, os produtores priorizam a colheita de cereais de inverno. Contudo, já se observa o início dos plantios de soja; cerca de 10% da área planejada já está efetivamente semeada.
Na de Frederico Westphalen, iniciou-se o processo de semeadura. No entanto, a operação apresenta leve atraso em relação ao ano anterior devido ao excesso de chuvas, que tem impedido a entrada de máquinas nas lavouras. O plantio se intensificará durante a primeira quinzena de novembro.
Na de Ijuí, houve um pequeno avanço na semeadura, pois o solo apresentou teor de umidade acima dos níveis ideais para a operação, totalizando 3% da área semeada. Os produtores deram prioridade ao preparo das áreas de plantio, aguardando condições ideais de umidade no solo. As lavouras encontram-se na fase de embebição e de início da germinação das sementes, as quais, porém, ainda não emergiram. Embora a semeadura não esteja atrasada em comparação à safra 2022/2023, há uma defasagem de mais de 15% da área em relação aos anos anteriores. As precipitações intensas têm causado escorrimento superficial da água e o carreamento de solo e de nutrientes. Nas áreas de convergência do declive, a concentração de água tem provocado erosão do solo, resultando na formação de sulcos longitudinais, que seguem a inclinação do terreno.
Na de Pelotas, registrou-se progresso no plantio, impulsionado pela persistência de período seco, dias ensolarados e temperaturas diurnas mais elevadas. Estima-se que cerca de 10% da área programada para o cultivo já tenha sido semeada. As condições ambientais também propiciaram a execução da dessecação pré-semeadura em todas as áreas, abrangendo aquelas com relevos ondulados, bem como as lavouras localizadas em áreas de várzea.
Na de Santa Maria, o plantio segue em ritmo lento devido à sequência de chuvas. Até o momento, apenas 7% da área total planejada foi semeada. A intensificação do plantio deve ocorrer durante a primeira quinzena de novembro.
Na de Santa Rosa, em razão da predominância de sol entre os dias 24 e 27/10, alguns agricultores retomaram o processo de plantio. Nesse cenário, a área semeada aumentou de 2% para 3% na região. Durante esses intervalos de tempo, os produtores também aproveitaram para realizar a aplicação de herbicidas dessecantes e fertilizantes cloretados em superfície, visando adiantar as operações e acelerar o processo de semeadura das lavouras. Há preocupação significativa com o manejo de plantas daninhas, uma vez que a recorrência de chuvas está causando atrasos no preparo do solo e no plantio, após a colheita do trigo. Essa dificuldade de controle resulta em rápido aumento no número de plantas daninhas, especialmente de buva, o que gera custos adicionais.
Comercialização (saca de 60 quilos)
O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, decresceu 1,18% em comparação com a semana anterior, de R$ 136,79 para R$ 135,17.
Fonte: Informativo Conjuntural n° 1787 – Emater/RS