Os enfezamentos no milho são doenças causadas por microrganismos denominados molicutes que infectam plantas de milho, esses microrganismos são um espiroplasma (Spiroplasma kunkelii) e um fitoplasma (Maize bushy stunt). Eles são transmitidos às plantas através das cigarrinhas do milho, em especial a Dalbulus maidis, sendo ela o principal vetor da doença (Embrapa).
Dentre os principais danos ocasionados pelos enfezamentos, podemos destacar a considerável redução do crescimento da planta e produtividade da cultura. Segundo Waquil (1997), a doença pode causar redução de aproximadamente 40% de matéria seca da parte aérea e 62% da massa seca de raízes das plantas atacadas, destacando assim o elevado potencial da doença em causar injúrias.
Cabe destacar que para que ocorra a infecção das plantas, é necessário que a cigarrinha (vetor) esteja contaminada com microrganismos oriundos de plantas infectadas. Sendo assim, uma das principais estratégias de manejo da doença é o controle do vetor. Contudo, o controle eficiente da doença é um tanto quanto complexo, sendo necessário utilizar de diversas estratégias de manejo para reduzir as populações de vetores infectados e plantas contaminadas.
Dentre as principais estratégias, o Professor e Pesquisador Marcelo Madalosso explica que o controle de plantas de milho voluntárias (milho tiguera), assim como a utilização de cultivares mais tolerantes é essencial para em conjunto com o controle do vetor, promover menor incidência da doença e menores danos.
Entretanto, para melhor posicionamento de cultivares, é necessário conhecer os híbridos de milho disponíveis no mercado mais tolerantes aos enfezamentos, especialmente se tratando do posicionamento de cultivares para o cultivo de milho safrinha ou milho segunda safra, onde há uma maior pré-disposição a ocorrência dos enfezamentos.
Para tanto, é essencial observar resultados de ensaios e estudos, especialmente os conduzidos em períodos mais tardios sob elevada infestação de cigarrinhas. Além do posicionamento de cultivares e eliminação de plantas de milho voluntárias, práticas de manejo, como rotação de culturas, planejamento e padronização da semeadura do milho, assim como o controle do vetor (cigarrinha) nos períodos de maior ocorrência e danos á cultura do milho, são essenciais para reduzir os danos ocasionados pela praga. Uma das características da doença, é que seus efeitos são observados em outros estádios do desenvolvimento do milho, sendo que a infecção que prejudica a produtividade da cultura geralmente ocorre durante o período de V1 a V5.
Figura 1. Período de maiores danos decorrentes do ataque de cigarrinhas no milho.
Veja também: Cigarrinha-do-milho – entenda o que é enfezamento e seu controle
Confira o vídeo abaixo com as dicas do Professor e Pesquisador Marcelo Madalosso.
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Referências:
EMBRAPA. CONTROLE DA CIGARRINHA DO MILHO: ENFEZAMENTOS POR MOLICUTES E COGARRINHA NO MILHO. Disponível em: < https://www.embrapa.br/en/controle-da-cigarrinha-do-milho >, acesso em: 12/04/2021.
WAQUIL, J. M. AMOSTRAGEM E ABUNDÂNCIA DE CIGARRINHAS E DANOS DE Dalbulus maidis (DeLong & Wolcott)(Homoptera: Cicadellidae) EM PLÂNTULAS DE MILHO. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, v. 26, n. 1, p. 27-33, 1997. Disponível em: < https://www.scielo.br/pdf/aseb/v26n1/v26n1a04.pdf >, acesso em: 12/04/2021.
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