A nutrição de plantas apresenta relação direta com sua produtividade e desenvolvimento, sendo que alguns nutrientes são requeridos em maiores quantidades enquanto outros em menores quantidades, contudo todos desempenham papeis fundamentais no desenvolvimento da cultura e a falta de um nutriente limita a produtividade da mesma, fato conhecido como “Lei do Mínimo ou Lei de Liebig”.
Veja mais em: A Lei de Liebig (ou Lei do Mínimo) e a produtividade das lavouras.
O Enxofre é considerado um macronutriente secundário, o que não quer dizer que represente uma função menos importante na planta, pelo contrário. Segundo REZENDE et. al (2009) a função do enxofre nas plantas se assemelha a função do nitrogênio, contudo ele está presente em menores quantidades nas plantas, variando de três a cinco por cento; o enxofre tem relação com as reações de oxidação-redução, além de ser constituinte de aminoácidos e coenzimas.
Apesar da pequena porcentagem na composição da planta, para a cultura da soja, a quantidade de Enxofre requerida para cada 1000 kg de produtividade é semelhante a quantidade requerida de Fósforo, contudo nem sempre é dada a mesma importância para ambos os nutrientes (tabela 1).
Tabela 1. Quantidades médias de macronutrientes requeridas para a produção de 1.000 kg de grãos.
Comparado a outras culturas agrícolas como o milho e o trigo, a soja é a maior exigente em Enxofre. Para quantificar o enxofre a ser acrescentada no sistema é preciso realizar uma análise química da fertilidade do solo; análises foliares também podem auxiliar no processo de diagnose, contudo para esse nutriente o mais recomendado é a análise de solo.
Segundo SFREDO & LANTMANN (2007), o enxofre é considerado um macronutriente secundário por geralmente ser encontrado no solo em concentrações suficientes para o correto desenvolvimento das culturas, sem causar sintomas de deficiência, contudo, para a soja, as altas produtividades são alcançadas quando suplementado o enxofre por meio de adubação, o que destaca a resposta da cultura ao incremento da adubação do nutriente.
Na planta, em caso de deficiência, o enxofre dos tecidos mais velhos não é mobilizado para os tecidos mais novos (em crescimento), causando sintomas nas partes novas das plantas. Os sintomas da deficiência em enxofre se assemelham aos sintomas da deficiência em nitrogênio. De modo geral se observa cloróse nos tecidos novos como folhas e flores.
Figura 1. Sintoma de deficiência de enxofre em planta de milho.
Figura 2. Sintoma de deficiência de enxofre em planta de trigo.
Vários são os fertilizantes disponíveis para uso na adubação de enxofre, contendo produtos formulados que estão prontamente disponíveis para absorção das plantas (na forma de sulfato) e produtos na forma de enxofre elementar, os quais necessitam passar por transformação para a forma de sulfato. Essa transformação geralmente é feita pelos microrganismos do solo. Um dos principais produtos utilizados na adubação com enxofre é o gesso agrícola, pois além de suplementar o nutriente no solo tem como característica atuar na correção do pH do solo.
Destacando a importância do enxofre para alcançar altas produtividade na soja, SFREDO et. al (2003) avaliando doses de enxofre e diferentes fontes de fornecimento encontraram resultados que demonstram que o nutriente apresenta relação positiva com o incremento da produtividade da soja (tabela 2).
Tabela 2. Produtividade da soja (kg. ha-1), em função de doses (Kg.ha-1) e fontes de enxofre (Super Fosfato Simples, S Elementar e Gesso Agrícola) aplicados na safra 2002/2003 em Bom Jesus, PI.
Com isso, é demonstrado o importante papel que o nutriente desempenha na produtividade da cultura, auxiliando no incremento da produção, contudo Segundo o Prof. Tales Tiecher “existe ainda uma certa carência para definição dos níveis críticos de enxofre onde haverá uma maior ou menor probabilidade de resposta das culturas” além disso, assim como para outro nutriente, a deficiência de enxofre pode desequilibrar o metabolismo da planta, prejudicando se crescimento e desenvolvimento.
Confira o vídeo abaixo com as dicas do Prof. Tales sobre o Enxofre.
Referências:
MALAVOLTA, E. Nutrição mineral e adubação na soja. Ultrafertil Departamento de Serviços Técnicos Agronômicos, 1978. 40 p. (Divulgação Técnica, 5).
NUTRI-FATOS. INFORMAÃO AGRONÔMICA SOBRE NUTRIENTES PARA AS PLANTAS, ENXOFRE. IPNI. Disponível em: http://www.ipni.net/publication/nutrifactsbrasil.nsf/0/493B703CAD4816D38325818600436380/$FILE/NutriFacts-BRASIL-4.pdf, acesso em: 10/04/2020.
REZENDE, P. M. et. al. ENXOFRE APLICADO VIA FOLIAR NA CULTURA DA SOJA (Glycine max (L.) Merrill). Ciênc. agrotec., Lavras, v. 33, n. 5, p. 1255-1259, set./out., 2009.
SFREDO, G. J. et. al. ESTUDO DA DISPONIBILIDADE DE ENXOFRE PARA A CULTURA DA SOJA EM SOLOS DO BRASIL. Embrapa, Londrina. Documentos, 2015 p.34-37, 2003.
SFREDO, G. J; LANTMANN, A. F. ENXOFRE NUTRIENTE NECESSÁRIO PARA MAIORES RENDIMENTOS DA SOJA. Circular Técnica 53, Embrapa, Londrina, set. 2007.
Redação: Maurício Siqueira dos Santos – Equipe Mais Soja.
Boa tarde gostaria de saber se posso plantar soja sem o uso de potássio, já que minhas áreas estão com potássio conforme amostragem de solos acima de 180 pontos de k e meu solo tem entre 55 a 60% de argila, altitude de 570metros, fica no estado de Minas Gerais região noroeste de Minas.