A estimativa de maio para a safra agrícola 2020 sofreu uma redução de 0,5% frente à do mês anterior, influenciada pela estiagem no sul do país, mas se mantém em patamar recorde. De acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado hoje (9) pelo IBGE, o país colherá 245,9 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas até o final do ano, alta de 1,8% (mais 4,4 milhões de toneladas) em relação a 2019. O arroz, o milho e a soja respondem por 92,2% desse montante. Mas o dólar alto incentiva outras produções, como o trigo.
A soja deve superar o recorde atingido em 2018, com safra de cerca de 119,4 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 5,2% em relação à safra do ano de 2019, mas uma retração de 1,4% no volume que era esperado na estimativa anterior (abril). Essa redução se deve à estiagem no Sul. “Uma severa e prolongada seca atinge a região, desde dezembro, sendo que o Rio Grande do Sul foi o mais afetado. A produção gaúcha, declinou 16,1% em relação a estimativa do mês de abril e 39,3% frente à produção de 2019”, ressalta o gerente do Levantamento, Carlos Antônio Barradas.
Mas o câmbio é favorável à oleaginosa, bem como vem fazendo o trigo subir no conceito dos produtores. A estimativa da produção do cereal encontra-se 10,1% acima da do mês anterior e 31,4% maior que a do ano anterior. “Metade do trigo no país é importado. Assim, a alta do dólar elevou o preço do cereal, gerando interesse em produzir para substituir parte dessa importação”, esclarece Barradas.
No Paraná, maior produtor desse cereal, com participação de 51,5% no total nacional, a produção foi estimada em 3,5 milhões de toneladas, crescimento de 65,9% em relação à produção de 2019. Já no Rio Grande do Sul, segundo maior produtor (35,7% no total nacional), estima-se a produção de 2,5 milhões de toneladas, crescimento de 7,2% frente ao ano anterior.
Entre as regiões, o Centro-Oeste lidera como maior produtor nacional de grãos com 47,2% de participação, devendo colher 116,0 milhões de toneladas em 2020, seguido pelo Sul (29,8% de participação e 73,4 milhões de toneladas). O Sudeste, com 9,9% de participação (24,4 milhões de toneladas); o Nordeste, com 8,8% (21,5 milhões de toneladas) e o Norte, com 4,3% (10,5 milhões de toneladas) juntos, produzem menos que a segunda colocada.
Entre os estados, as maiores participações são doMato Grosso(28,6%), do Paraná (16,4%), do Rio Grande do Sul (10,8%), de Goiás (10,3%), de Mato Grosso do Sul (8,0%) e de Minas Gerais (6,1%), que, somados, representaram 80,2% do total nacional.
Capacidade dos estoques aumenta 1,3% no 2º semestre de 2019
Também divulgada hoje pelo IBGE, a Pesquisa de Estoques mostrou um aumento de 1,3% no total de capacidade útil disponível para armazenamento no Brasil no segundo semestre de 2019 frente ao semestre anterior, chegando a 177,7 milhões toneladas. O Mato Grosso continua possuindo a maior capacidade de armazenagem do país, com 44,5 milhões de toneladas. O Paraná e o Rio Grande do Sul aparecem logo depois, com 32,3 e 32,2 milhões de toneladas de capacidade, respectivamente.
Quanto aos tipos de armazenamento, a pesquisa apresentou que os silos predominaram, tendo alcançado 86,6 milhões de toneladas (48,7% da capacidade útil total). Na sequência, aparecem os armazéns graneleiros e granelizados, que atingiram 66,7 milhões de toneladas de capacidade útil armazenável e os armazéns convencionais, estruturais e infláveis, com 24,5 milhões de toneladas.
Fonte: Agência IBGE Notícias