A tese de mestrado de Fernanda de Almeida Godoy, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), orientada por Rodrigo Mendes, chefe de P&D da Embrapa Meio Ambiente analisou isolados e características de 71 bactérias da rizosfera de cultivares modernos e variedades crioulas de trigo.

Fernanda explica que foi observada uma promoção de crescimento especialmente em plantas inoculadas com bactérias dos gêneros Lysinibacillus e Pseudomonas na cultivar BRS Parrudo, e na cultivar BRS Reponte o tratamento com o consórcio de todos isolados testados no bioensaio foi o mais eficiente, indicando que a interação benéfica é cultivar-dependente, já que utilizando o mesmo tratamento, cada cultivar de trigo presentou uma resposta.

A mestranda sugere que sejam aprimorados os estudos de bactérias que sejam benéficas de acordo com o genótipo a ser utilizado e não recomendado de maneira genérica. Além disso, completa, ficou evidente que a introdução do inoculante diminui a diversidade da comunidade bacteriana, presente no solo, com impacto mais acentuado no inicio do ciclo.

Isso ressalta a importância de integrar os princípios da ecologia microbioma no desenvolvimento de produtos para aperfeiçoar a eficiência da colonização bacteriana e sobrevivência do inóculo do solo.

Conforme Fernanda, a análise multivariada permutacional dos dados das amostras de solo indicou que existe uma alteração significativa na estrutura da comunidade bacteriana da rizosfera ao longo do desenvolvimento da planta a qual também é impactada pela inoculação.

“O inoculante se estabelece mais facilmente nos primeiros estádios de desenvolvimento da planta hospedeira e sua abundância relativa diminui gradualmente dias após a inoculação, explica Fernanda. Além disso, os resultados fornecem conclusões sobre a influência do genótipo na resposta da planta e sugere que o desenvolvimento de inoculantes deve ser cultivar específico.

É importante considerar o impacto do microbioma no solo e da rizosfera na eficiência da inoculação. Por isso, foram usadas estirpes de diferentes gêneros de bactérias isoladas de plantas de trigo testadas quanto à promoção de crescimento in vitro que apresentaram respostas diferentes quando inoculadas nas plantas.

Além de estimar a contribuição destes microrganismos selecionados na promoção de crescimento de trigo em bioensaios, buscou-se avaliar o impacto da inoculação na comunidade bacteriana da rizosfera.

O uso de inoculantes na agricultura é uma alternativa viável para um manejo mais sustentável  e equilibrado sem diminuir os níveis de produção e tecnológicos. Essa tecnologia tem algumas limitações, que são algumas inconsistências de resultados  quando formulações microbianas são utilizadas principalmente em genótipos diferentes de uma mesma espécie.

Tese de mestrado de Fernanda de Almeida Godoy, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), orientada por Rodrigo Mendes, chefe de P&D da Embrapa Meio Ambiente, disponível aqui. 

Fonte: Embrapa

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