É conhecido que para a obtenção de boas produtividades, deve-se fornecer uma nutrição adequada, para que as plantas possam expressar seu potencial produtivo, sem limitações nutricionais. Normalmente, a quantidade de nutrientes aportada ao sistema de produção é recomendada com base nas condições nutricionais do solo e expectativas de produtividade, visando suprir toda a demanda da cultura, e corrigir baixos níveis de nutrientes no solo.
Entretanto, além da correta dose de fertilizantes a se utilizar, outro fator de solo extremamente importante apresenta relação com a produtividade das culturas, trata-se do pH do solo. Além de apresentar relação direta com a disponibilidade dos nutrientes do solo para a planta (figura 1), o pH apresenta significativa relação com a eficiência dos adubos/fertilizantes agrícolas.
Figura 1. Disponibilidade de nutrientes no solo em função do seu pH.
Além da conhecida relação demonstrada na figura 1, é importante destacar que a eficiência dos fertilizantes também está relacionada ao pH do solo. Solos com pH inadequado, além de restringir a disponibilidade dos nutrientes para as plantas, nem sempre são corretamente corrigidos em função da redução da eficiência dos fertilizantes.
Resultados de pesquisa demonstram que, dependendo do adubo e nutriente, a eficiência do insumo sob condições inadequadas de pH pode ser inferior a 27%. Dentre os adubos com eficiência mais prejudicada pelo pH do solo, destacam-se as formulações a base de Nitrogênio, Cálcio, Magnésio, Fósforo e Potássio.
Figura 2. Eficiência de adubos em função do pH do solo.
Levando em consideração que o pH do solo influencia tanto na disponibilidade dos nutrientes quanto na eficiência dos nutrientes no solo, corrigir o pH é essencial para reduzir perdas produtivas em função da baixa eficiência dos fertilizantes, e maximizar o aproveitamento dos nutrientes pelas plantas.
Nesse contexto, uma das práticas de manejo mais importantes no sistema de produção agrícola é a calagem do solo, prática normalmente realizada durante os períodos entressafra das culturas agrícolas, que tem como principais objetivos, corrigir o pH do solo e fornecer Calcio e Magnésio ao solo dependendo do corretivo utilizado. Contudo, visando uma adequada correção do solo, deve-se realizar análise química da fertilidade do solo, levando em consideração as recomendações de manejo para cada região de cultivo.
Além disso, fatores como qualidade do calcário e época de aplicação também exercem influência sobre a correção do solo, sendo recomendado para a cultura da soja, trabalhar com solos de pH variando entre 6,0 e 6,5, além de respeitar o intervalo entre calagem e semeadura de pelo menos 90 dias.
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Referências:
GITTI, D. C.; ROSCOE, R.; RIZZATO, L. A. MANEJO E FERTILIDADE DO SOLO PARA A CULTURA DA SOJA. Fundação MS, Tecnologia e Produção: Soja 201/2019, 2019. Disponível em: < https://www.fundacaoms.org.br/wp-content/uploads/2021/02/Tecnologia-e-Producao-Soja-Safra-20182019.pdf >, acesso em: 04/05/2023.
SANTOS, D. R. et al. DIAGNÓSTICO DA ACIDEZ E RECOMENDAÇÃO DA CALAGEM. Manual de Calagem e Adubação: Para os Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, cap. 5, 2016. Disponível em: < https://www.sbcs-nrs.org.br/docs/Manual_de_Calagem_e_Adubacao_para_os_Estados_do_RS_e_de_SC-2016.pdf >, acesso em: 04/05/2023.
Parabéns pelo artigo esclarecedor sobre pH ideal para disponibilidade de nutrientes nos solos.