A área projetada para a safra 2022/2023 é de 6.568.607 hectares. A produtividade estimada é de 3.131 kg/ha. Houve ocorrência de chuvas em parte do Estado, nos dias 12 e 18/12. No entanto, foram mal distribuídas e com baixos volumes acumulados. O avanço da semeadura só foi possível nas localidades onde as chuvas foram suficientes para restabelecer a umidade adequada nos solos. Em regiões onde o tempo permaneceu seco, aguardamse novas precipitações para a retomada da operação.

O Índice de semeadura varia de 86%, nas regiões administrativas da Emater/RSAscar de Frederico Westphalen e Soledade, a 97%, na de Erechim, regiões geograficamente próximas, que ilustram essa má distribuição nas chuvas. A média estadual é de 90% implantados. Em relação às fases de desenvolvimento, 98% encontramse na vegetativa e 2% em florescimento.

O estado geral das lavouras também é condicionado pela suficiência ou insuficiência de precipitações. Onde o teor de umidade é mais próximo ao ideal, há bom estabelecimento inicial, observandose apenas falhas pontuais no estande. Já em regiões onde a insuficiência de chuvas ocorre desde o final do mês de novembro, há problemas para o estabelecimento inicial, com necessidade de replantio, e sintomas acentuados de estresse hídrico, como murchamento e morte de plantas. Contudo, a diminuição das temperaturas durante a semana reduziu o estresse nas lavouras e o murchamento das plantas nos horários de maior insolação.

O manejo fitossanitário, no momento, está voltado ao controle de ervas daninhas. Mesmo com as intempéries, os produtores que utilizaram herbicidas préemergentes estão satisfeitos com a baixa infestação de invasoras nas lavouras. Em lavouras manejadas em pósemergência, as condições ambientais adequadas para a pulverização e eficiência dos herbicidas estão limitadas a poucas horas, durante as noites e o início das manhãs.

Na região administrativa da Emater/RSAscar de Bagé, após mais um período sem chuvas e com ventos constantes, a umidade, na camada superficial do solo, está bastante reduzida. Nesse cenário, a maioria dos produtores aguarda a ocorrência de chuvas para a conclusão do plantio. Em algumas lavouras, justificada por sua elevada extensão, o plantio está sendo realizado em solo seco, pois se o volume de chuvas esperado não for expressivo, a umidade ideal pode ser perdida antes de finalizar a operação. Contudo, pode haver perdas significativas no vigor e na germinação, caso o período seco seja prolongado. A área semeada alcança 88% da estimada.

De maneira geral, as lavouras estabelecidas na região da Campanha continuam com bom estado. Porém, as cultivares precoces já estão em fase inicial de floração e são necessárias precipitações para a fixação das flores e para o aumento do porte das plantas. Em parte da Fronteira Oeste, o quadro de estiagem é mais acentuado. Em Manoel Viana, já se observam perdas estimadas em 20%. Em Maçambará, houve morte de plântulas causada pelo tombamento fisiológico, ou cancro de calor, devido às altas temperaturas na superfície do solo, que acabam desidratando e consequentemente estrangulando o tecido tenro do hipocótilo.

Na de Caxias do Sul, a semeadura deverá ser encerrada ainda nesta semana. As lavouras apresentam boa germinação, estabelecimento e desenvolvimento inicial.

Na regional de Ijuí, a área semeada é de 92%. A cultura apresenta desenvolvimento mais lento, com baixo número de folhas, folhas pequenas, raízes pouco desenvolvidas e, nos horários mais quentes do dia, sintomas de estresse hídrico. Há presença de tripes nos trifólios em início de desenvolvimento.

Na de Pelotas, a semeadura da soja ficou paralisada entre 11 e 18/12, devido à falta de umidade nos solos. Foram semeados 92% da área de intenção de cultivo da região. Em Amaral Ferrador, Arroio do Padre, Tavares e Santa Vitória do Palmar, a operação já foi concluída. As lavouras estão com bom estande, porém o desenvolvimento vegetativo é lento pela falta de umidade nos solos. Em casos extremos, ocorrem mortes de plantas, causadas pelo calor e elevada radiação solar. Os produtores acionaram a cobertura de Seguro Agrícola.

Na de Porto Alegre, prosseguiu o plantio, alcançando 90% da área projetada. As lavouras estão em estádio de desenvolvimento vegetativo, e as chuvas têm sido suficientes para o bom estabelecimento da cultura.

Na de Santa Maria, a semeadura foi praticamente paralisada. Estimase em 95% a área plantada. No Vale do Jaguari, há atraso, e o índice é inferior a 90% em São Francisco de Assis e em São Vicente do Sul. A irregularidade das chuvas causa preocupação, pois muitas lavouras já iniciaram o período reprodutivo, e outras necessitaram ou necessitam, ainda, serem replantadas.

Na de Santa Rosa, a semeadura avançou moderadamente no período somente em localidades onde o solo recuperou a umidade e alcançou 92%. Nessas áreas, a chuva também contribuiu para a retomada da germinação de sementes, que, por falta de umidade, não haviam emergido. Nas áreas que não ocorreram chuvas, verificamse as primeiras perdas por falhas de germinação e morte de plântulas. As lavouras de maior porte ainda apresentam estado satisfatório, e os produtores realizaram controle fitossanitário às lagartas e ácaros, cujos ataques ocorrem preferencialmente em períodos secos.

Na de Soledade, embora com distribuição irregular na região, as chuvas de 12/12 viabilizaram a continuidade de semeadura. Onde os acumulados de chuva foram mais expressivos, a atividade foi intensa, sobretudo em restevas de trigo e aveia para encerrar o plantio. De modo geral, as lavouras apresentam bom estabelecimento e desenvolvimento vegetativo normal. Muitos produtores realizam a aplicação de fungicidas preventivos nas primeiras lavouras implantadas.


Comercialização (saca de 60 quilos)

Segundo o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RSAscar no Estado, o valor médio apresentou elevação de +1,27%, passando de R$ 172,04 para R$ 174,22.

Fonte: Informativo Conjuntural n° 1742 – Emater/RS



 

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