Não é apenas o dólar elevado frente ao real que traz suporte aos preços brasileiros da soja. “Agora, a falta de oferta doméstica é o principal fator de sustentação às cotações”, destacou o consultor e analista de SAFRAS & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez Roque, durante a Live de SAFRAS no Instagram desta sexta-feira.

Conforme Gutierrez Roque, o atraso no plantio também leva os preços para cima, pois a safra deve entrar mais tarde no mercado. “Mesmo que o potencial produtivo ainda seja contornável, caso o clima for favorável a partir de agora”, frisa.

Segundo levantamento de SAFRAS & Mercado da última semana, 6% da área brasileira de soja havia sido plantada, ante média de 17%. “Para esta semana, devemos apontar uma área de 10% a 15% semeada, mas bem aquém da média de 30%”, ressalta. Mesmo não impactando ainda no possível rendimento da soja, já é prejudicial às lavouras de milho e algodão safrinha.

A retirada da TEC para importação de soja de países de fora do Mercosul, para o analista, não deve pressionar as cotações, mas abre a possibilidade de compradores buscarem outras origens, como os Estados Unidos. “Deve aliviar, principalmente, no caso do farelo e do óleo de soja”, prevê. Sem a TEC, as importações brasileiras de soja, antes estimadas em 850 mil toneladas por SAFRAS & Mercado, podem chegar a 1 milhão de toneladas.

Ainda sobre os preços internos, Gutierrez Roque acredita que, se o Brasil tiver perdas de produtividade, podem entrar elevados na próxima safra. “Agora, se a safra for recorde, vão perder um pouco de força”, pondera. Conforme ele, os estoques do Brasil estão muito apertados, e tudo vai depender do tamanho da safra para saber se seguirão assim. Por enquanto, SAFRAS % Mercado projeta uma produção de 132 milhões de toneladas para a temporada 2020/21.

Fonte: Agência SAFRAS

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