O crescente aumento dos casos de ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi) na safra 2025/2026 tem preocupado sojicultores em algumas regiões de cultivo, tornando necessário intensificar práticas de manejo voltadas ao controle da doença. Caso não seja devidamente controlada, a ferrugem-asiática pode causar perdas substanciais de produtividade, alcançando patamares de danos próximos a 90% em casos mais severos (Godoy et al., 2023).
Além disso, a habilidade do fungo em infectar a soja em qualquer estádio do desenvolvimento da cultura, dificulta ainda mais o controle efetivo da ferrugem, tornando indispensável o monitoramento periódico das áreas de cultivo, especialmente sob condições climáticas e ambientais favoráveis a infecção.
A infecção depende da disponibilidade de água livre na superfície da folha, sendo necessárias no mínimo 6 horas, com um máximo de infecção ocorrendo entre 10 e 12 horas de molhamento foliar. Temperaturas entre 18°C e 26,5°C são favoráveis para a infecção. Quanto mais cedo ocorrer a desfolha, menor será o tamanho dos grãos e, consequentemente, maior a perda do rendimento e da qualidade (Soares et al., 2023).
Figura 2. Orvalho em folhas de soja, água livre na folha.
Na presente safra, as atualizações do Consórcio Antiferrugem indicam um aumento expressivos dos casos de ferrugem. O Paraná lidera o ranking com 40 casos de ocorrência da ferrugem-asiática relatados em lavouras comerciais, seguido pelos estados do Mato Grosso do Sul (6 casos), São Paulo (3 casos), Santa Catarina (1 caso) e Rio Grande do Sul (1 caso). O primeiro caso relatado de ferrugem no Rio Grande do Sul foi observado no município de Saldanha Marinho, em soja em período vegetativo. O caso foi relatado em 12 de dezembro de 2025.
Figura 2. Distribuição dos casos de ferrugem-asiática em soja, safra 2025/2026.

A maioria dos casos de ferrugem-asiática relatados até então foram observados em soja em período reprodutivo, com maior concentração dos casos na fase de R5 (figura 3). O período reprodutivo concentra uma maior exigência hídrica e nutricional da soja. Nesse período, a ocorrência de estresses ou deficiências, assim como injurias, pode reduzir significativamente a potencial produtivo da lavoura.
Figura 3. Distribuição dos casos de ferrugem-asiática quanto ao estádio de desenvolvimento e estado de ocorrência.

Nesse contexto, adotar medidas de controle de forma proativa, visando o controle eficiente da ferrugem é determinante para a manutenção do potencial produtivo da lavoura. Conforme recomendações de técnicas, considerando a agressividade da doença e o elevado potencial destrutivo, todas as medidas de controle da ferrugem devem ser adotadas de forma preventiva a ocorrência da doença, associando fungicidas multissítio a sítio-específicos e rotacionando mecanismos de ação dos fungicidas.
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Referências:
CONSÓRCIO ANTIFERRUGEM. MAPA DA DISPERSÃO. Consórcio Antiferrugem: Parceria público-privada no combate à ferrugem asiática da soja, 2025. Disponível em: < http://www.consorcioantiferrugem.net/#/main >, acesso em: 22/12/2025.
GODOY, C. V. et al. EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS PARA O CONTROLE DA FERRUGEM-ASIÁTICA DA SOJA, Phakopsora pachyrhizi, NA SAFRA 2022/2023: RESULTADOS SUMARIZADOS DOS ENSAIOS COOPERATIVOS. Embrapa, Circular Técnica, n. 185, 2023. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1154837/1/Circ-Tec-195.pdf >, acesso em: 22/12/2025.
SOARES, R. M. et al. MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE DOENÇAS DE SOJA. Embrapa Soja, ed. 6, Documentos, n. 256, 2023. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/handle/doc/1158639 >, acesso em: 22/12/2025.




