InícioDestaqueFertilização: notas para aumentar o rendimento do trigo na Argentina

Fertilização: notas para aumentar o rendimento do trigo na Argentina

Para determinar quanto, quando e como os nutrientes necessários devem ser aplicados para o desenvolvimento ideal da cultura, é necessário avaliar as condições de fertilidade do lote. Para isso, a análise do solo é uma das ferramentas diagnósticas mais difundidas e utilizadas, pois permite conhecer a disponibilidade de nutrientes antes da semeadura. Por isso, especialistas do INTA Paraná –Entre Ríos– recomendam atenção especial às doses ótimas de nitrogênio e fósforo necessárias para atingir até 4.000 quilos por hectare de trigo.

“A análise de solo é uma ferramenta diagnóstica simples e de fácil interpretação, sendo muito adequada para ajustar a nutrição de nitrogênio, fosfato e potássio na cultura do trigo”, explica Ricardo Melchiori, especialista em culturas do INTA Paraná.

Um diagnóstico de fertilidade adequado busca responder à questão se o nível de nutrientes do solo é suficiente para fornecer uma determinada produtividade da cultura a ser implantada. As deficiências nutricionais limitam a produção alcançável a cada ano, a magnitude da deficiência é o que definirá o efeito do referido nutriente na produção.

No caso do trigo, Melchiori focou no nitrogênio: “É o nutriente que geralmente mais limita a produção. Em Entre Ríos, a determinação da concentração de nitrato nos primeiros 20 centímetros do solo tem se mostrado um bom indicador de sua disponibilidade, sem a necessidade de medições em maiores profundidades”.

A abordagem mais utilizada para fazer as recomendações de fertilização com nitrogênio (N) baseia-se em relacionar a produtividade de grãos com a disponibilidade inicial no solo, determinando a concentração de nitrato N (N-NO3-), e do N adicionado como fertilizante.

Ensaios realizados no campo experimental do INTA Paraná ajudaram a ajustar o limiar de nitrogênio recomendado para a região. “Observamos que 100 quilos por hectare de nitrogênio somados a uma profundidade de 20 centímetros, é possível atingir uma produtividade em torno de 3.500 a 4.000 quilos de trigo por hectare”, destaca o especialista do INTA.

De qualquer forma, Juan Manuel Pautasso, chefe da Agência de Extensão Rural de Diamantes do INTA, destacou que “o fator ambiental que mais impacta a produtividade do trigo em nossa região é a disponibilidade de água no perfil do solo no momento da semeadura. a recarga depende fundamentalmente das chuvas de outono”. E acrescentou: “Por isso, o método proposto consiste em definir a produtividade alcançável a partir da informação das chuvas acumuladas entre fevereiro e maio”.

“Como recomendação geral, é importante levar em consideração o tempo de fertilização, pois o ideal, em anos médios, é aplicá-lo na semeadura ou o mais próximo dela, já que no inverno em geral as chuvas são mais escassas” Expressou Pautasso, que esclareceu que fazer um diagnóstico de fertilidade e ajustar as doses de fertilizantes não significa aumentar significativamente a utilização destes fertilizantes, mas sim reatribuí-los de acordo com o diagnóstico.

Análise e fertilização do solo

Nas últimas três campanhas (2018/19; 2019/20 e 2020/21) em conjunto com um grupo de produtores e a Câmara de Arbitragem de Cereais de Entre Ríos, a Agência de Extensão Rural Diamante aplicou as recomendações de diagnóstico e fertilização em escala lote a faixa testando.

“Com essa metodologia, foram avaliados 44 lotes, distribuídos nos departamentos do Paraná, Diamante, Nogoyá e Victoria. Os produtores que colaboraram nestes anos alcançaram produções acima da média departamental, 14% a mais”, disse Pautasso e explicou:“ A utilização de um modelo de fertilização baseado em um diagnóstico de fertilidade, como análise de solo, aumentou a outra produtividade. 8%, comparado ao obtido pelos produtores que colaboraram com a experiência”.

Em relação ao fósforo, os dois especialistas do INTA concordaram que é o segundo nutriente que limita a produção e que, além disso, se estiver em níveis deficientes, condiciona a resposta à fertilização com nitrogênio.

“Para esse nutriente, em geral, não foram encontradas diferenças entre as fontes e as aplicações na época da semeadura ou uma época anterior, seja na superfície ou em faixas na semeadura”, disse Melchiori.

Fonte: Adaptado de INTA Informa

Equipe Mais Soja
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