O Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA), da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), concluiu nesta quarta-feira, dia 19 de julho, o treinamento para oito auditores fiscais federais agropecuários, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que irão atuar, nesta safra, na fiscalização dos laboratórios de classificação de algodão, que são monitorados pelo programa Standard Brasil HVI (SBRHVI) e Unidades de Beneficiamento de Algodão (UBA).
“O objetivo é fazê-los conhecer o Programa de Qualidade do Algodão Brasileiro – certificação voluntária/autocontrole – Mapa. Durante o treinamento de três dias, passamos para os técnicos do Mapa todos os detalhes do programa SBRHVI, o manual de qualidade do programa, e quais são os pontos críticos, desde a retirada das amostras até a emissão do laudo das análises com a checagem pelo Programa SBRHVI”, afirma Edson Mizoguchi, gestor do programa de qualidade da Abrapa.
O Mapa supervisiona os laboratórios de análise de qualidade de fibra que atendem aos cotonicultores. Atualmente, são 12 unidades que prestam esse serviço. Trata-se de uma iniciativa que valoriza o autocontrole executado pelos beneficiadores de algodão e avaliados pelos laboratórios de classificação de algodão, que já são monitorados pelo programa SBRHVI.
Segundo Cid Alexandre Rozo, auditor federal agropecuário do Mapa, a expectativa deste ano é de que 45% da produção seja certificada. “O programa de certificação tem como objetivo criar e garantir a credibilidade das avaliações de qualidade do algodão brasileiro. Hoje, existe um sistema executado pela Abrapa que, a partir do momento da certificação, é auditado pelo Mapa em todos os processos. O Ministério chancela os atributos de qualidade de cada fardo, que passa a ter a garantia do governo federal, a partir do controle do processo”, explica.
Além dos laboratórios, mais de 100 usinas de beneficiamento de algodão (UBA) também se credenciaram para fazer parte do programa. “A gente imagina que esse credenciamento seja gradual, mas para esse ano é quase metade das usinas de beneficiamento. Isso representa em torno de 5 a 6 milhões de fardos de algodão”, diz Rozo.
A expansão e a conquista de mercados internacionais dependem também da credibilidade do algodão brasileiro. A partir do momento que o mercado adquire confiança no programa, existe a expectativa de que aumente ou seja priorizada a compra do algodão de origem Brasil. O auditor fiscal afirma que existe a expectativa de reconhecimento da certificação brasileira pela aduana chinesa, “o que, no caso, facilitaria a entrada do nosso produto”.
O programa SBRHVI tem a qualidade como foco, padronizando a classificação instrumental do algodão e informatizando o acesso aos dados de classificação, equiparando nossos processos aos dos maiores produtores mundiais de algodão.
Fonte: Abrapa