Foram iniciados os trabalhos com a colheita de milho em Mato Grosso, sendo reportado um avanço de 0,26% sobre a área do estado, o que já corresponde a um adiantamento em relação ao mesmo período da safra passada e à média dos últimos cinco anos, reflexo da antecipação na etapa inicial da semeadura.
Por enquanto, apenas as regiões nordeste, sudeste e médio-norte iniciaram os trabalhos, com destaque para a nordeste, que já exibe 1,32% da área colhida, o que representa um recorde para o período. Para as demais regiões, ainda não foram reportados avanços representativos, devido à passagem de frente fria e alta umidade na última semana que impediram a secagem do cereal.
Dessa forma, é esperado que a intensificação da colheita se dê ainda no mês de junho, quando é previsto que as regiões já estejam com as colheitadeiras no campo, a depender também do comportamento climático para as lavouras atingirem o ponto de colheita.
Confira os principais destaques do boletim:
• Com o início da colheita do milho para a safra 18/19, o preço do cereal mato-grossense apresentou um recuo semanal de 2,19%, ficando cotado a uma média de R$ 22,58/sc.
• A cotação na CME-Group encerrou a semana com valorização de 3,17% para o contrato de jul/19. Essa alta se deu devido às preocupações quanto ao atraso na semeadura da safra norte-americana.
• O dólar corrente apresentou recuperação de 1,57%, exibindo R$ 4,02/US$ na média da última semana. A oscilação foi pautada pela tensão comercial entre os EUA e a China, em conjunto com os acontecimentos no cenário político interno.
• A relação base MT-CME exibiu queda de 14,81%, em decorrência, tanto da baixa no preço do milho disponível em MT, quanto das oscilações positivas do cereal na bolsa de Chicago (jul/19).
DESAFIOS DO ESTADO:
Com o início da colheita de mais uma ampla safra de milho, um desafio entra em cena para o produtor mato-grossense: a armazenagem do cereal. De acordo com dados da Conab, atualmente a capacidade de estocagem de grãos do estado está em 37,48 milhões de toneladas, e, apesar do seu crescimento de 24,29% nos últimos cinco anos, ainda não foi o suficiente para atender às necessidades do estado.
Levando em consideração a recomendação da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), de que a disponibilidade ideal de armazéns é de 120% da produção, estima-se que, para a estocagem de grãos em MT ser satisfatória na safra 18/19, seria necessária uma capacidade de 74,24 milhões de toneladas, o que revela um déficit de 98,07%.
Dessa forma, em vista das dificuldades de armazenagem que o estado continua enfrentando, é importante que o produtor se planeje para mitigar possíveis prejuízos na safra 18/19.
Fonte: IMEA