O plantio de culturas de inverno ou de plantas forrageiras é fundamental para a cobertura do solo e para a rotação de culturas na lavoura. Esse processo contribui para a diminuição do estresse do sistema solo, planta e microrganismos, auxiliando na redução da população de plantas daninhas resistentes a herbicidas, diminuindo a incidência de pragas e, consequentemente, a utilização de inseticidas, herbicidas e fungicidas. Além disso, auxilia no processo de mineralização e ciclagem de nutrientes no solo.
A cobertura de solo faz parte do planejamento de uso da terra e influencia diretamente no potencial produtivo das culturas de verão. Estudos comprovam que áreas onde realizou-se o plantio de forrageiras produzem mais e melhor do que áreas deixadas em pousio durante o outono/inverno. Todas as culturas semeadas neste período têm função primária de proteção do solo, de sua fauna e microflora contra a ação da insolação e demais causas de degradação e erosão, agindo como uma das premissas básicas de sustentabilidade/sanidade da lavoura.
Os benefícios da implantação de forrageiras de inverno ao solo são inúmeros. Dentre eles podemos citar a formação de cobertura vegetal, diminuindo a erosão; a manutenção da umidade do solo; o aumento da infiltração de água que por consequência diminui o escoamento superficial; a melhor estruturação do solo; o manejo de plantas espontâneas; o aumento do teor de matéria orgânica e a regulação térmica do solo. Aprimorando características físicas, químicas e biológicas do solo; o aumento da biodiversidade e, com isso, maior equilíbrio ecológico das espécies.
Propõem-se o plantio de forrageiras que possam se adaptar a condições de temperatura e fotoperíodo reduzidos, resistindo a invernos rigorosos, com geadas frequentes e com desenvolvimento adequado no solo da localidade. Cereais de inverno, como trigo, cevada, triticale, centeio e aveia, além de produzirem grãos utilizados na alimentação humana, podem servir de alimento para aves, suínos, bovinos de corte, ovinos e, principalmente, vacas leiteiras. Atuando como fonte de renda extra para a propriedade caso sejam comercializadas ou até para funcionamento da mesma, caso sejam adotados para pastejo, colhidos como forragem verde, fenados ou ensilados durante o inverno através de dois ou mais cortes, dependendo da planta cultivada.
Neste sentido, o nabo forrageiro também entra como uma opção para a cobertura do solo no outono/inverno. Esta espécie atua como adubo verde, apresentando elevada capacidade de reciclagem de nutrientes, principalmente nitrogênio e fósforo, tornando-se uma espécie importante na rotação de culturas como algodão, feijão, milho e soja. Seu sistema radicular pivotante e agressivo, como demonstrado na imagem a seguir, é capaz de romper camadas de solos extremamente adensadas e/ou compactadas, agindo como subsolador natural.

É necessário um estudo prévio, com o objetivo de definir as plantas que mais irão se adaptar à lavoura e às condições climáticas da região, tal como regular a fertilidade do solo para que estas tenham seu desenvolvimento pleno e manejo adequado das culturas, a fim de que alcancem produtividade satisfatória e formação de palha de qualidade, viabilizando o plantio direto.
Texto: Fernanda Maria Mieth – Bolsista do grupo PET Agronomia/UFSM.