O fósforo (P) é um nutriente de plantas importante no estabelecimento das culturas, pois influência o crescimento radicular, além de também interferir na produtividade e qualidade dos produtos colhidos.
A maioria dos solos agricultáveis das regiões tropicais apresentam baixas concentrações de P disponíveis para as culturas, principalmente em solos mais argilosos, maiores teores de óxidos e ácidos, exigindo do agricultor a aplicação de altas doses de fertilizantes fosfatados. As baixas concentrações de P no solo são devido à alta afinidade deste nutriente com o ferro e alumínio, proporcionando reações de precipitação e ligação nas argilas, de alta intensidade.
A fosfatagem ou adubação fosfatada corretiva é uma prática agrícola que tem como objetivo aumentar os teores de fósforo no solo, favorecendo o estabelecimento e desenvolvimento das culturas, assim como aumentar a eficiência das futuras adubações fosfatadas empregadas no plantio das culturas. Esta prática é recomendada após correção da acidez do solo pela prática da calagem e pode ser feita com poucos dias antes do plantio da cultura.
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A fosfatagem é feita quando os teores de P no solo estão baixo ou muito baixo e consiste na aplicação de fertilizantes fosfatados com o objetivo de alcançar os teores de P, interpretados, como adequados, ou seja, teores próximos ao nível crítico, o qual proporciona a máxima produtividade econômica.
A fosfatagem pode ser feita de forma total ou gradual. A fosfatagem total consiste na aplicação dos fertilizantes á lanço e incorporados na camada arável (0-20 cm de profundidade) ou em camadas mais profundas, dependendo da disponibilidade e custo da incorporação. A fosfatagem total não dispensa a adubação de fósforo no sulco de plantio
nos cultivos sucessivos, pois o objetivo é aumentar os teores de P no solo e, consequentemente, aumentar a eficiência das sucessivas adubações fosfatadas.
Antes da implantação de sistema conservacionistas de produção, como por exemplo, o sistema de plantio direto, a fosfatagem total é recomendada, pois uma vez instalado o sistema, não poderá mais ser revolvido. Esse posicionamento técnico traz mais segurança para o produtor, principalmente em áreas sujeitas a veranicos (períodos de estiagem durante a estação chuvosa), pois irá favorecer o desenvolvimento radicular das culturas em maiores profundidades, garantindo maiores produtividades.
A fosfatagem gradual consiste em aplicações no sulco de plantio ao longo de 4 a 6 cultivos, intercalando os sulcos de plantio ao longo dos anos. É mais indicada para os produtores que não tem recursos financeiros para fazer a fosfatagem total. As doses de fósforo encontradas nos boletins de recomendação para esta prática, já consideram o atendimento das exigências das culturas e mais teores excedentes que irão construir os teores de fósforo no solo ao longo dos anos.
As fontes recomendadas para esta prática são os fosfatos acidulados e os termofosfatos, como por exemplo, superfosfato simples, superfosfato triplo, monoamônio fosfato (MAP), diamônio fosfato (DAP) e termofosfato magnesiano, pois apresentam maior eficiência agronômica em relação aos fosfatos naturais, principalmente em solos que tiveram a acidez corrigida pela prática da calagem.
Esta prática deve ser acompanhada por um Engenheiro Agrônomo, pois é um profissional capacitado para interpretar os teores de P no solo, bem como, definir doses, modos e épocas de aplicação, ou seja, fazer o correto manejo da adubação, respeitando as particularidades de cada produtor e dos sistemas agrícolas de produção.
Texto: Leandro Pereira dos Santos – Graduando de Engenharia Agronômica e Coordenador de Ensino do G-Fert.
Pedro Augusto Silva Fernandes Graduando em Engenharia Agronômica e Presidente do G-Fert.
Leandro Flávio Carneiro Doutor e Professor do Departamento de Ciências Agrárias (DCIAG) UFSJ – Campus Sete Lagoas – MG
G-FERT – Grupo de Pesquisa e Extensão em Fertilidade do Solo. UFSJ – Campus Sete Lagoas – MG