A guerra comercial entre os EUA e a China já vem ocorrendo há mais de um ano, refletindo no mercado internacional e influenciando as cotações da pluma de algodão no mundo. Na semana passada, mais uma vez, as duas potências aumentaram suas tensões devido aos anúncios dos dois governos de um possível aumento nas taxações sobre os produtos importados de ambos os lados.
Com isso, a pluma de algodão norte-americana foi diretamente afetada, uma vez que os chineses pretendem já no início de junho taxar em 25,00% a fibra importada. Isto acabou impactando a cotação da pluma na bolsa de NY, que caiu 7,15% em relação à semana anterior, chegando a ser cotada a ¢US$ 66,27/lp.
Caso este cenário de represália se concretize nos próximos meses, a pluma brasileira tende a ser beneficiada, uma vez que os chineses poderão destinar grande parte da sua demanda pelo produto brasileiro em detrimento do norte-americano.
Confira os principais destaques do boletim:
• Em queda, o preço Imea–MT encerrou a semana com variação negativa de 1,38% e cotado a um preço médio de R$ 88,68/@.
• Diante do forte declínio das cotações da ICE, as paridades de exportação fecharam a semana com recuo de 5,96% e 5,60%, para os contratos jul/19 e dez/19, ficando assim cotados, respectivamente, a um preço médio de R$ 86,74/@ e R$ 89,93/@.
• Com alta de 1,57% em relação à semana passada, a moeda norte-americana avançou novamente, devido aos empecesses entre China e EUA e aliado à indefinição do cenário político interno, finalizando assim com um preço médio semanal de R$ 4,02/US$.
• As cotações da torta e óleo de algodão encerraram a semana com um pequeno avanço de 0,62% e 0,11%, com um preço médio de R$ 479,64/t e R$ 2.154,51/t, respectivamente.
GRANDE AVANÇO NO MÊS:
A comercialização do caroço de algodão para a safra 18/19 em MT, conseguiu fechar o mês de abril a frente do que foi visto na safra passada. No entanto, os preços negociados em abril não estiveram tão atrativos para o produtor, que reduziram 9,58% em relação a março e ficaram cotados a um preço médio mensal de R$ 289,93/t.
Mesmo com a baixa no preço, o subproduto avançou 21,71 p.p. no mês, alcançando assim 67,89% da produção já negociada até o momento. Esse bom avanço nas vendas se dá pela safra volumosa que está no campo, aliada à necessidade de vender boa parte da produção, visto que a questão de armazenagem no estado é um ponto de atenção ao cotonicultor.
Neste contexto de grande volume de caroço disponível previsto para o mercado interno, o maior desafio do produtor será o escoamento da produção, uma vez que o consumo interno tende a absorver uma parte dessa oferta e para o restante, a exportação poderá ser um grande aliado para o produtor escoar a produção.
Fonte: IMEA