Fechamento de 2022
O ano de 2022 foi marcado pela alta no preço da soja em Mato Grosso, aumento de 6,07% ante a média do ano passado, fechando em R$ 164,90/sc na média do estado. Esse cenário é pautado pela valorização da soja em Chicago, aliada à alta nos prêmios portuários. O aumento dos preços proporcionou uma maior competitividade da oleoginosa, o que estimulou o produtor a destinar uma maior área de soja para a safra 21/22, totalizando 11,42 milhões de hectares. No que tange ao rendimento, a produtividade exibiu alta de 3,42%, ante a safra passada, resultando em uma produção de 40,88 milhões de t. Com a produção volumosa e a quebra de safra na maior parte dos países sul–americanos, a exportação de MT já apresenta recorde (jan a nov), com projeção de até o final do ano escoar 24,53 milhões de t. Por fim, esse cenário contribuiu para que o Valor Bruto de Produção da soja em 2022, exibisse aumento de 57,62% no comparativo com o ano passado, ficando projetado em R$ 100,63 bilhões.
Confira os destaques do boletim:
- ALTA NOS CUSTOS: devido à alta nos preços dos insumos, o custeio da safra 22/23 exibiu avanço de 67,21%, em comparação com a passada, fechando a R$ 4,910,24/ha.
- MAIOR MARGEM: com o aumento nos preços do óleo e do farelo, a margem bruta de
esmagamento apresentou incremento de 27,78% em relação à média de 2021. - CEPEA SOBE: diante da quebra de safra na América do Sul, o indicador Cepea exibiu alta
de 11,22%, ante o comparativo anual, fechando com média de R$ 189,16/sc. - QUEDA DO DÓLAR: com a entrada de moeda estrangeira, motivada pela alta da taxa de juros (Selic), o dólar exibiu queda anual de 4,07%,com média de R$ 5,18/US$.
Para o ano que vem, espera–se que a área da soja para a safra 22/23 em MT continue avançando, alta de 2,95% em relação à safra passada, estimada em 11,73 milhões de ha
No que tange ao rendimento, a estimativa de produtividade exibiu alta de 1,80% ante a safra passada, ficando prevista em 58,51/sc. Apesar de o indicador estar acima do observado no ano passado, algumas regiões registraram falta de chuvas no mês de nov–22, o que limitou o potencial produtivo. Além disso, segue a preocupação quanto às chuvas na hora da colheita da soja, o que pode influenciar no aumento de grãos avariados. Em relação à venda, a comercialização da safra 22/23 alcançou 35,80% da produção, atraso de 7,63 p.p. ante a safra passada. Esse cenário é justificado pela modificação do perfil do produtor, que tem aguardado melhores preços para negociar sua produção, e a baixa necessidade de fazer caixa neste momento. Por fim, é esperado que em 2023, a demanda por soja continue aquecida e, segundo o Imea, as exportações podem alcançar 24,21 milhões de t e o consumo no estado cresça para 11,30 milhões de t, caracterizando mais um recorde em Mato Grosso.
Fonte: Boletim semanal n° 731 – Soja – IMEA