Ter um solo fértil, com os nutriente equilibrados é essencial para a obtenção de uma boa produtividade na lavoura. A baixa disponibilidade de um nutriente essencial para a planta, pode limitar sua produtividade, mesmo os demais estando disponíveis em elevadas concentrações no solo, fato popularmente conhecido como Lei do Mínimo ou Lei de Liebig.
Figura 1. Lei do Mínimo ou Lei de Liebig.
Nesse sentido, a análise de solo se destaca como uma ferramenta essencial, permitindo a identificação e diagnose correta das necessidades específicas de nutrientes e suas quantidades ideais para aplicação. Além disso, essa análise permite avaliar a acidez do solo, cujos níveis elevados podem comprometer a absorção de nutrientes essenciais para as plantas.
De acordo com Gitti et al. (2019), o processo de análise química de solo se inicia com uma etapa essencial, a amostragem. A realização dessa etapa deve ser cuidadosa, assegurando que as amostras sejam representativas das áreas ou talhões que se pretende manejar. Antes da amostragem, é crucial dividir a área em talhões homogêneos, onde se observe o mesmo tipo de solo e os mesmos manejos sejam realizados.
Assim, para determinar esses talhões, devemos levar em consideração alguns parâmetros, como a topografia, a coloração do solo, sua profundidade efetiva, a vegetação original e o histórico de uso da área, incluindo cultivos anteriores, práticas de adubação e correções do solo.
Figura 2. Divisão de uma área de interesse em talhões homogêneos de manejo, considerando diferenças prováveis nos solo e seu uso.
Para realizar a amostragem, recomenda-se coletar sub-amostras/amostras simples em 20 a 25 pontos selecionados aleatoriamente dentro de cada talhão homogêneo. Vale ressaltar que os talhões homogêneos não devem ultrapassar 30 hectares (Gitti et al., 2019). A análise química do solo possibilita a identificação dos nutrientes que estão em níveis insuficientes, permitindo uma recomendação mais precisa dos adubos/fertilizantes a serem aplicados. Além disso, ela também possibilita a avaliação da necessidade de corretivos agrícolas, como o calcário.
Quando o solo apresenta baixo pH, baixa saturação por bases e altos teores de alumínio, é importante corrigir a acidez antes de elevar os níveis nutricionais do solo. A aplicação de calcário possibilita essa correção, auxiliando na neutralização da acidez e melhorando, consequentemente, as condições para o desenvolvimento das plantas.
Hirakuri (2020) destaca que é importante considerar uma série de fatores ao estabelecer a estratégia de adubação, visando maximizar a renda. Entre esses fatores destacam-se as características edafoclimáticas específicas de cada região, as exigências nutricionais das culturas que fazem parte do sistema de produção, a qualidade físico-química do solo, o nível de produtividade esperado, os custos envolvidos e o risco de perdas de produção, entre outros.
Além disso, o autor afiram a importância de atentar ao manejo tanto do solo quanto da cultura, adotando práticas que possibilitem melhorar os rendimentos das culturas, bem como mitigar os efeitos adversos do clima, contribuindo para aumentar a sustentabilidade dos sistemas de produção.
É importante lembrar que, as recomendações de adubação devem ser realizadas de acordo com a região de cultivo, cultura e expectativa de produtividade, seguindo as orientações técnicas pré-estabelecidas. Em suma, pode-se dizer que a análise química do solo é a base para uma boa recomendação no manejo nutricional, sendo indispensável para a obtenção de boas produtividades em sistemas de produção agrícola, e deve ser realizada periodicamente.
Veja mais: Papel fundamental do fósforo e do enxofre na nutrição da soja
Referências:
GITTI, D. C. et al. MANEJO E FERTILIDADE DO SOLO PARA A CULTURA DA SOJA. Tecnologia e Produção: Safra 2018/2019, cap. 1, Fundação MS. Disponível em: < https://www.fundacaoms.org.br/wp-content/uploads/2021/02/Tecnologia-e-Producao-Soja-Safra-20182019.pdf >, acesso em: 21/03/2024.
HIRAKURI, M. H. O CONTEXTO ECONOMICO DA PRODUÇÃO DE SOJA. Embrapa, Tecnologias de Produção de Soja, sistemas de produção, 17, cap. 1. Londrina – PR, 2020. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/223209/1/SP-17-2020-online-1.pdf >, acesso em: 21/03/2024.
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