A nova queda de 1,10% do dólar se contrapôs à também pequena alta de 0,27% da cotação do milho em Chicago, nesta sexta-feira e permitiu aos compradores relaxarem e baixarem novamente os seus preços. Mesmo continuando preocupados com a pouca disponibilidade interna tentaram reduzir ainda mais o preço e ofereceram 0,53% a menos, em Campinas, principal referência do milho no Brasil, recuando para R$ 47,07/saca, contra R$ 47,32 do dia anterior e reduzindo o acumulado do mês para o território negativo em 0,13%.
No mercado físico do Rio Grande do Sul já está sentindo falta de ofertas de grão e as pedidas são extremamente altas. Havia três frigoríficos com intenção de compra que não conseguiram efetivar negócios e estarão abrindo nova rodada na próxima semana para não ficarem sem produto. As pedidas na região central do estado estão girando em R$ 43,00 a R$ 45,00/sc FOB. Na Serra, ainda mais altas, porque os negócios saíram a R$ 47,00/sc FOB, todos, milho bom para ração. Há preços um pouco mais baixos, mas de produto de menor qualidade que não atende as especificações das fábricas de ração. Outra informação importante é que o pessoal já está em alerta pela possível estiagem em fevereiro e março, se organizando para não correrem o risco de ficar sem matéria-prima, mesmo pagando mais caro. Os modelos climáticos apontam severa falta de chuvas na Argentina, Uruguai e RS no final de janeiro até março, período crucial para as culturas do sul. Nesta semana houve leilão da Conab, no RS, onde não tem o costume do pessoal recorrer a isso, mas, todo o volume de 2,4 mil toneladas foi arrematado. Esse milho era de uma unidade terceirizada, sediada em Pelotas, que tradicionalmente em uma qualidade de milho não tão boa, mas, mesmo assim foi todo arrematado.
No Paraná, os preços do milho mantiveram os níveis mais altos conseguidos no dia anterior, com negócios reportados nas regiões Oeste e Norte entre R$ 41/42,00 (dois a mais que a semana anterior), assim como na região dos Campos Gerais, também de R$ 42,00 posto fábrica e R$ 42,00 de mercado futuro também posto fábrica. No porto o preço termina a semana em R$ 40,00/saca.
No Mato Grosso do Sul o mercado spot negociou cerca de 25.000 toneladas a preços (excelentes) ao redor de R$ 40,00/saca em Dourados.
Para a safra de 2020 foram negociadas cerca de 30.000 toneladas, a preços ao redor de R$ 30,00/saca. O destino do milho, tanto do mercado spot, como futuro, foi o mercado paulista.
No Mato Grosso, o milho da safra 2019/2019 negociou 25.000 toneladas, destinadas a usinas de etanol do mercado interno e alguns lotes para exportação. Preços entre R$ 30,00 a R$ 38,00/saca. Sentimento de mercado travado. O produtor quer preços melhores e o comprador oferece menos. A mesma sensação existe para a safra 2020/20, da qual foram negociadas apenas 20.000 toneladas. Mercado mais travado que na semana passada, apesar de os preços serem considerados bons, entre R$ 23,00 e R$ 30,00/saca.
Preços do milho paraguaio continuam a ser competitivos no Sul do Brasil
Já os milhos importados do Paraguai chegariam competitivos ao Oeste do Paraná ao redor de R$ 38,60 (R$ 38,23 anterior); ao Oeste de Santa Catarina ao redor de R$ 43,88 (43,52) e ao Extremo Oeste de SC ao redor de R$ 42,88 (42,52) /saca. O milho argentino a R$ 56,79 (56,97) e o americano a R$ 59,02 (59,74) no oeste de SC.
Preços do frango e suíno continuam mantendo as altas anteriores; carne bovina volta a subir nesta sexta-feira
Com relação aos preços dos principais consumidores de milho, os preços do frango resfriado para o consumidor em São Paulo permaneceram inalterados, cotados a R$ 5,26/kg, na esteira da alta dos preços da carne bovina, mantendo o acumulado do mês para 3,05%.
Os preços dos suínos no Paraná subiram 0,54%, elevando o acumulado do mês para 2,94%. Os preços do boi gordo em São Paulo voltaram a subir novamente 1,24%, para R$ 211,60/@, contra R$209,00/@ do dia anterior, com o acumulado do mês recuando para -8,54%.
Fonte: T&F Agroeconômica