A ferrugem-asiática da soja, causada pelo fungo (Phakopsora pachyrhizi), é uma das principais doenças da cultura, podendo causar sérias injurias. Segundo Godoy et al. (2020), os danos ocasionados pela doença podem variar de 10 a 90% dependendo da intensidade e severidade da doença.

Os sintomas iniciais da doença são pequenas lesões foliares, de coloração castanha a marrom-escura. Na face inferior da folha, pode-se observar urédias que se rompem e liberam os uredósporos (Grigolli & Grigolli, 2019).

Figura 1. Sintomas iniciais de ferrugem em folíolos de soja. Cruz Alta, RS, 2017.

Fotos: Caroline Wesp Guterres.

Grigolli & Grigolli (2019) destacam que plantas severamente atacadas podem apresentar desfolha precoce, prejudicando a formação de vagens e o enchimento de grãos, reduzindo drasticamente a produtividade da soja.

Segundo Henning et al. (2005), para que ocorra a infecção da planta é necessário que se tenha água livre na superfície do limbo foliar e temperaturas adequadas. Temperaturas entre 18 e 26,5 °C favorecem o desenvolvimento da doença, assim como tempo de molhamento foliar entre 6 e 12 horas. O fungo é biotrófico e sobrevive em plantas hospedeiras e na soja verde.

Figura 2. Ciclo de desenvolvimento da ferrugem-asiática da soja.

Fonte: Reis & Carmona – Promip.

Como é necessário a presença de água livre na superfície das folhas, tempo de molhamento foliar e temperaturas adequadas para a infecção nas plantas; a intensidade da ferrugem asiática da soja é diretamente influenciada pela frequência de chuvas ao longo do ciclo da cultura. Portanto, altas temperaturas e umidade alta favorecem diretamente a infecção e reprodução do fungo (Camargos, 2017).

Segundo Camargos (2017), a temperatura é tão importante quanto a umidade para o processo de infecção na planta, o autor destaca que a germinação dos uredosporos pode ocorrer sob temperaturas médias do ar de 7 a 28°C, entretanto, temperaturas de 15 a 25°C são consideradas ótimas para a germinação dos uredosporos.

Atualmente o controle químico com o emprego de fungicidas é o mais usual no controle da ferrugem-asiática da soja, sendo principalmente utilizado de forma preventiva a ocorrência da doença. O uso de fungicidas protetores e multissítios tem se mostrado interessante no controle da ferrugem-asiática, desempenhando papel essencial no manejo da resistência da doença e fungicidas, especialmente quando inseridos de forma preventiva no sistema.

O emprego de fungicidas que contenham em sua formulação moléculas do grupo químico das carboxamidas vem crescendo, tornando o posicionamento de produtos mais dinâmico e possibilitando a rotação de mecanismos de ação. Esse grupo vem demonstrando bons resultados no controle de doenças fungicas, especialmente quando aplicado de forma preventiva, antes do fechamento das entrelinhas de cultivo. Embora haja certa dificuldade em associar alguns fungicidas, novas tecnologias têm proporcionado melhores condições de aplicação e controle de doenças, contendo em sua formulação a associação entre fungicidas multissítios e protetores.

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Tendo em vista a influência das condições ambientais no desenvolvimento da doença e infeção nas plantas, é possível relacionar anos de baixa distribuição e ocorrência de chuvas a baixa incidência da doença, conforme observado na última safra (2019/2020), principalmente nas regiões Sul do Brasil.

A necessidade de tempo de molhamento foliar e disponibilidade de água livre na folha para que ocorra a infecção da doença, torna safras com boa distribuição de chuvas, mais propensas ao surgimento e desenvolvimento da ferrugem-asiática da soja. Sendo assim, em safras de boa disponibilidade hídrica e distribuição de chuvas devem receber atenção especial quanto ao manejo da ferrugem-asiática.

Contudo, embora períodos de déficit hídrico sejam menos favoráveis ao desenvolvimento da doença, o monitoramento e manejo preventivo não deve ser dispensado, uma vez que além de atuar de forma mais eficiente pela baixa pressão de inóculo da doença, o uso de fungicidas em períodos de déficit hídrico pode promover melhores condições de resposta da planta ao estresse causado pelo déficit hídrico, resultando em maiores produtividades de soja.

Confira também: Fungicidas em períodos de déficit hídrico – aplicar ou não?

Dentre as práticas de manejo, o monitoramento das áreas de cultivo é a principal, entretanto, conforme destacado por Henning et al. (2005), o uso de cultivares resistentes ou tolerantes, assim como a eliminação de plantas voluntarias, evitar a semeadura em épocas mais propensas ao desenvolvimento de doenças e o uso de cultivares de ciclo precoce são estratégias que podem auxiliar no manejo da ferrugem asiática.

É de vital importância o monitoramento da área de cultivo, principalmente nos períodos de maior distribuição de chuvas. Assim como a escolha da cultivar e época de semeadura adequada, o uso de rotação de culturas é uma ferramenta indispensável não só no manejo da ferrugem-asiática, mas também para as demais doenças da soja, além disso, o controle de plantas daninhas e plantas de soja voluntárias nos períodos entressafra é essencial para eliminar os hospedeiros do fungo causador da ferrugem asiática e reduzir a pressão de inóculo do patógeno.

Referências:

CAMARGOS, R. FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA. Informativo Técnico Nortox, 2017.

GODOY, C. V. et al. EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS PARA O CONTROLE DA FERRUGEM-ASIÁTICA DA SOJA, PHAKOPSORA PACHYRHIZI, NA SAFRA 2019/2020: RESULTADOS SUMARIZADOS DOS ENSAIOS COOPERATIVOS. Embrapa, Circular Técnica, n. 160, 2020.

GRIGOLLI, J. F. J.; GRIGOLLI, M. M. K. MANEJO DE DOENÇAS NA CULTURA DA SOJA. Fundação MS, Tecnologia e Produção: Soja 2018/2019, 2019.

HENNING, A. A. et al. MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE DOENÇAS DA SOJA. Embrapa, Documentos, n. 256, 2005.

RODRIGUES, L. K. FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA. Promip, 2019. Disponível em: <https://promip.agr.br/ferrugem-asiatica-da-soja/>, acesso em: 003/11/2020.

Veja também:  Eficiência de fungicidas multissítios no controle da ferrugem-asiática da soja, Phakopsora pachyrhizi, na safra 2019/2020: resultados sumarizados dos experimentos cooperativos

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