Autora: Elizabete Lourenço Pires – Engenheira Agrônoma, Universidade de Rio Verde- GO. E-mail: elizabetelou@gmail.com
Introdução
Há muitos anos atrás, era questionada a utilização de produtos químicos, pois eles acarretavam a poluição ambiental e o aumento da resistência de doenças do solo, prejudicando o organismo humano e dos animais. Com a crescente demanda, os custos dos produtos aumentaram e ficaram inacessíveis ao pequeno produtor. Sendo assim, todos os efeitos negativos dos inseticidas químicos e a utilização de fungos, se tornaram importante para a agricultura. Com a necessidade de produzir maiores quantidades de fungos e de esporos, isso tendem a atrasar a comercialização, o tempo de prateleira e a aplicação final a campo (GAO et al, 2010).
Diante das alterações que são causadas pelo meio ambientes, ocorrem os fatores desfavoráveis em relação à umidade alta e baixa e temperaturas altas e baixas, para as plantas com desequilíbrio nutricional causado por solos com baixa fertilidade, doenças bióticas e abióticas. Esses fatores contribuem para o surgimento de doenças bióticas que podem ser causadas por vírus, bactérias, fungos, fitoplasmas e nematóides, entre outras, tanto em parte aérea, como no solo (RESENDE et al, 2011).
Os mecanismos que são utilizados por Trichoderma no controle de patógenos de plantas são: concorrência, amensalismo, parasitismo e resistência induzida. Em concorrência ao patógeno e o amensalismo disputam os mesmos recursos para sobreviver, como espaço e alimento. A concorrência que ocorre entre o antagonista e o patógeno no solo na superfície da raiz, como por exemplo, irá impedir que as estruturas reprodutivas do patógeno de entrarem em contato com a planta para causar danos. Na antibiose o antagonista libera uma substancia química que inibem o crescimento ou a inibição do patógeno, enfraquece e causa a sua morte. No parasitismo, o fitopatogenos enfraquece ou causa a morte do mesmo (LUCON et al, 2014).
Os ácidos que são produzidos pelos fungos, ajuda na solubilização de fosfato, micronutrientes e alguns minerais (ferro, manganês e magnésio). O Trichoderma sp, ajuda na decomposição da matéria orgânica do solo, ajudando assim as plantas obterem mais nutrientes, pois elas absorvem pelas raízes. Alguns fungos produzem hormônios de crescimento das plantas ou induzem as plantas a produzirem hormônios vegetais (LUCON et al, 2014).
Materiais e Métodos
O resumo se trata de uma revisão de literatura, que teve como objetivo buscar em artigos, resumos, revistas e livros, resultados que comprovem a influência da temperatura e da luminosidade sobre os isolados de Trichograma sp.
Resultados e Discussão
De acordo com trabalhos realizados por Silva et al, (2012), o Trichoderma sp., apresentou maior quantidade de conídios em temperaturas de 30ºC, alcançando a ordem de 107 conídios por ml-1 de meio, e em temperatura de 25ºC, o Trichoderma sp, também produziu uma quantidade significativa de conídios, não obtendo diferença da de 30ºC. Já em temperaturas de 15ºC, ocorreu uma redução da produção de conídios, 10 vezes menos em relação às outras temperaturas.
Em trabalhos realizados por leite (2012), não foi observado à formação de anéis concêntricos de esporulação em condições laboratoriais, após eles terem crescido em fotoperíodo de 12 horas luz e 12 horas escuro.
Observando-se que em pHs 4,4 e 5,2 na presença de luz, ocorreram discretos anéis na esporulação central do meio de cultura, mais os dois tratamentos que foram utilizados, tanto na presença e na ausência de luz, pode observar discretos esporos dispersos pela colônia e mais concentrado na borda da colônia (LEITE, 2012).
Em trabalhos realizados por Steyaert et al. (2010b), com diferentes espécies de Trichoderma sp, entre elas foram utilizadas três espécies específicas como: Trichoderma hamatum, Trichoderma atroviride e Trichoderma pleuroticola, pode ser observado que o pH do meio de cultura possui limite de acidificação em torno de 4,0. Entretanto diferentes aspectos deverão ser analisados, necessitando de aprofundar os estudos para obter respostas mais específicas entre isolados e a espécie a ser estudada.
No Brasil a muitas linhagens comercializadas, sendo sua temperatura ideal de crescimento de 25±20C com umidade relativa de 60±10%, com pH que varia entre 4,5 a 5,5 e matéria orgânica acima de 2% (LUCON, et al, 2014).
Em áreas que possuem grandes quantidades de patógeno e o ambiente mais favorável para o surgimento do mesmo, será de difícil o antagonista controlar a disseminação e a propagação da doença na lavoura. Em condições ambientais como temperatura abaixo de 20ºC e acima de 30ºC com luz ultravioleta, influência negativamente no crescimento e esporulação do isolado de Trichoderma sp. (LUCON, et al, 2014).
De acordo com Nikolajeva et al. (2012), o fungo Trichoderma sp. se desenvolve em temperaturas padronizadas, para obter seu nível máximo de antagonismo e um bom desenvolvimento do seu metabolismo. Pode-se notar que ele foi eficiente na inibição de incubados a 21ºC com 63%, e em 15ºC com 23%, obtendo um crescimento lento e difícil dos isolados em temperaturas de 4ºC, e observando que alguns isolados não apresentaram nenhum crescimento.
Conclusão
Sendo assim, em temperaturas acima de 35ºC não ocorre germinação de scleródios, pois o, Trichoderma sp., é mais eficiente no controle de patógenos em temperaturas entre 20 a 30ºC. Temperaturas abaixo de 15ºC e acima de 35ºC não irão ocorrer germinação do fungo.
O tratamento de luz influência na esporulação do Trichoderma sp. Em pHs entre 4,4 e 5,2 mostra que o aumento da esporulação é gradual, ultrapassando os valore da esporulação na presença de luz.
Referências
GAO, L.; XINGZHONG, L. Nutritional requirements of mycelial growth and sporulation of several biocontrol fungi in submerged and on solid culture. Microbiology. v.79, p.612-619, 2010.
LEITE, S. S. Influência de fatores abióticos no crescimento e esporulação de isolados geneticamente distintos de Trichoderma stromaticum. Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus- BA, UESC, outubro de 2012.
LUCON, C. M. M.; CHAVES, A. L. R.; BACILIERI, S. TRICHODERMA: O que é, para que serve e como usar corretamente na lavoura. São Paulo, Instituto Biológico, ed.1, p.28. 2014.
NIKOLAJEVA, V.; PETRINA, Z.; VULFA, L.; ALKSNE, L.; EZE, D.; GRANTINA, L.; GAITNIEKS,
T.; LIELPETERE, A. Growth and Antagonism of Trichoderma spp. and Conifer Pathogen Heterobasidion annosum s.l. in vitro at different temperatures. Scientific Research, Advances in Microbiology, n. 2, p. 295-302, Sep. 2012
SILVA, J. O. E.; SANTOS, N. F. dos.; HALFELD-VIEIRA, B. A.; MORANDI, M. A. B. Efeito da
temperatura e fotoperíodo na esporulação de Trichoderma em meio líquido. Congresso interinstitucional de Iniciação Científica. Jaguariúna- SP. 2012
STEYAERT, J. M.; WELD, R. J.; STEWART, A. Isolate-specific conidiation in Trichoderma in reponse to different nitrogen sources. Fungal Biol. 114, 179– 188, 2010.
STEYAERT, J. M.; WELD, R. J.; STEWART, A. Ambient pH intrinsically influences Trichoderma conidiation and colony morphology. Fungal Biol 114, 198–208, 2010b.
RESENDE, J. A. M.; MASSOLA JR, N. S.; BEDENDO, I. P.; KRUGNER, T. L. conceito de doença, sintomatologia, e diagnose. In: AMORIM, L.; RESENDE, J. A. M; BERGAMIN FILHO, A (Ed.). Manual de fitopatologia, Piracicaba: Agronômica Ceres, v.1, 4. ed. p. 37-58, 2011.