O nono episódio da Quarta Temporada do Mato Grosso Clima e Mercado da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), acompanhou nesta terça-feira (09.12) a realidade da Safra 2025/26 nos municípios de Rondonópolis, Juscimeira e Campo Verde. Os relatos mostram um cenário marcado pela irregularidade das chuvas, atrasos no plantio e preocupações com o desenvolvimento das lavouras e a janela de plantio do milho segunda safra.

Em Rondonópolis, o delegado coordenador Valdir Ciomar Martini conversou com o representante da Agropecuária Guarita, Everton Mann Appelt, que descreveu um início de safra desafiador. “Aqui na região foi bem estressante. Apesar do histórico de chuva sempre na mesma época, neste ano havia previsão, mas não vinha. Esta área foi a primeira que plantamos, tinha umidade e a soja nasceu bem, mas em novembro, a chuva cortou de vez”, explicou o engenheiro agrônomo ao relatar as dificuldades no desenvolvimento do estande durante a estiagem.

Everton afirmou que parte das lavouras não conseguiu avançar no ritmo esperado. “Tem uma parte das áreas que está bem atrasada, sofreu bastante, ficou bastante seca e não se desenvolveu bem como era para se desenvolver durante essa época.” Ele também destacou que o atraso pode impactar o milho em toda a região.

Valdir também avaliou a situação geral da região sul. “Hoje a chuva normalizou. Faz cinco dias que vem chovendo constantemente e dá para perceber que mudou o desenvolvimento da soja, até porque ela tem uma facilidade de recuperação muito grande. Espero que seja uma safra boa, porque já viemos de um ano difícil em que os produtores não fecharam a conta pelos custos”, disse.

Em Juscimeira, o produtor Gabriel Berwanger relatou que o início do plantio foi marcado por estiagem prolongada na região do núcleo de Jaciara. “O plantio foi um pouco complexo, com muito atraso devido à seca prolongada. No início de setembro, houve algumas chuvas, mas logo cortou”, contou, ao relatar as interrupções no plantio.

Segundo ele, a falta de água e as altas temperaturas reduziram o estande em cerca de 20%. “O atraso no plantio e a falta de chuva vai dar muito impacto na produção e na produtividade das áreas aqui do município de Jaciara e Juscimeira devido ao estande ter ficado muito baixo. Sendo o estande um dos fatores de produção para se chegar a uma boa produtividade.” Gabriel destacou ainda que parte do milho deve sair da janela ideal de plantio.

Em Campo Verde, a delegada do núcleo, Vitória Cimadon, relatou que o plantio começou com atraso de quase 30 dias. “Iniciamos dia 20 de outubro, quando teve um volume bom de chuva, e fizemos um plantio acelerado para tentar conseguir uma janela boa para o milho safrinha”.

O produtor Bruno Librelotto explicou que o estande foi um dos fatores mais afetados. “Esse ano foi bem atípico. Sofremos com a falta de chuva no começo do plantio. O estande ficou comprometido, com falha e muitas plantas com ciclos diferentes, por causa do plantio e da umidade.” Ele também demonstrou preocupação quanto ao milho. “A gente se preocupa muito com a época da colheita da soja. Como já houve atraso no plantio, temos a perspectiva de que vai diminuir a área de plantio de milho, principalmente nessas áreas mais arenosas da região.”

Vitória avaliou que deve haver redução em relação ao bom desempenho da safra anterior. “A expectativa é uma que vai ter um pouco de redução comparado ao ano passado, em que foi muito boa a produção, porque a lavoura teve uns dias de estresse, essas plantas emergiram mas ficaram até dez dias sem chuva”, conta.

O delegado coordenador do núcleo, Rafael Marsaro, reforçou que o município enfrentou condições muito diferentes ao longo do plantio. “A gente verificou duas situações distintas aqui no município de Campo Verde. Em algumas áreas, o plantio começou em setembro, mas outubro foi muito seco, muito difícil, e o estande das áreas plantadas nesse período ficou muito baixo. Já as áreas que iniciaram o plantio em outubro também preocupam os produtores, tanto pelo estande quanto pela qualidade das lavouras. Consequentemente, isso deve gerar atraso e redução de áreas na segunda safra.”

A série MT Clima e Mercado segue acompanhando as regiões produtoras de Mato Grosso, registrando os desafios enfrentados pelos agricultores e a recuperação das lavouras ao longo da safra 2025/26. No décimo episódio, a Aprosoja MT vai percorrer os núcleos de Primavera do Leste e Paranatinga.

Fonte: Bruna Lima Brito Damasceno – Aprosoja MT



 

FONTE

Autor:Bruna Lima Brito Damasceno-Aprosoja MT

Site: Aprosoja MT

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