Ainda que seja considerada menos eficaz, a inoculação da soja via pulverização é uma medida paliativa para mitigar o efeito da baixa eficiência na inoculação via tratamento de sementes ou sulco de inoculação. Em solos de primeiro cultivo ou casos em que a inoculação padrão ou via sulco não proporcionou boa nodulação, a inoculação viu pulverização possibilita a melhoria da nodulação da soja.

A baixa população inicial de Bradyrhizobium  no solo pode limitar a produtividade da soja em função da baixa oferta de N pela reduzida FBN. Para que a soja obtenha boas produtividades, o ideal é que se tenha de 15 a 20 nódulos sadios na raiz pivotante por planta de soja.

Figura 1. A – Sintomas de deficiência de Nitrogênio em soja (V3/V4) em função da baixa nodulação (FBN). B – Soja em (V3/V4), com ausência de nódulos da FBN.
Fotos: Santos, M. S.

Desde que respeitadas algumas condições ambientais tais como a umidade do solo e volume de calda, a inoculação via pulverização pode ser realizada na soja para melhora da nodulação em áreas deficientes (Seixas et al., 2020)Conforme observado por Zilli et al. (2008) a inoculação em pós-emergência da soja é uma alternativa viável, entretanto, com resultados inferiores aos obtidos pela inoculação padrão (via sementes).


undefined


Os resultados encontrados por Zilli et al. (2008) demonstram que a inoculação via pulverização é viável para uso, demonstrando melhores resultados em comparação a testemunha (sem inoculação alguma). No entanto, a inoculação por pulverização em cobertura não deve ser uma prática para substituir a inoculação padrão (via semente) ou via sulco, visto os melhores resultados na inoculação padrão.

Tabela 1. Número e massa de nódulos secos e massa de matéria seca da parte aérea, de plantas de soja ‘BRS Tracajá’, 35 dias após a emergência, e rendimento e nitrogênio acumulado nos grãos(1).

Fonte: Zilli et al. (2008)

De maneira geral, a inoculação via pulverização deve ser realizada como medida complementar a inoculação padrão ou via sulco, complementando falhas na nodulação, contribuindo para o aumento do número de nódulos por planta e parte aérea das plantas (Kraemer et al., 2023).

De acordo com Mesquita & Silva (2023), a aplicação associada, de inoculantes via semente, sulco de semeadura e em barra de pulverização, possibilita a melhoria de variáveis como número de nódulos, massa fresca da parte aérea e massa fresca dos nódulos, indicando que a aplicação do inoculante nas  três formas, garante maior número de bactérias viáveis no solo mesmo em área de abertura.

Orientação para a inoculação via pulverização

Em casos em que a inoculação via pulverização se faz necessária, algumas orientações de manejo necessitam ser seguidas para proporcionar bons resultados de nodulação. Vale destacar que é preciso que as bactérias fixadoras de nitrogênio alcancem o sistema radicular da soja, para isso, é necessário o uso de elevadas doses de inoculante (6 a 10 doses) e elevado volume de calda (150 a 200 L.ha-1), além disso, também é importante considerar a umidade do solo, e qualidade do inoculante utilizado.


Veja mais: Qual a contribuição da reinoculação em áreas tradicionais de soja?


Referências:

KRAEMER, A. L. et al. REINOCULAÇÃO DA SOJA COM Bradyrhizobium japonicum VISANDO SUSTENTABILIDADE E PRODUTIVIDADE. rLAS, 2023. Disponível em: < http://rlas.uniplaclages.edu.br/index.php/rlas/article/view/58/78 >, acesso em: 12/06/2024.

MESQUITA, C. J.; SILVA, T. P. DESENVOLVIMENTO DA SOJA SUBMETIDA A DIFERENTES FORMAS DE INOCULAÇÃO E COINOCULAÇÃO COM Bradyrhizobium japonicum E Azospirillum brasilense. Agroveterinária, 2023. Disponível em: < https://periodicos.unis.edu.br/index.php/agrovetsulminas/article/view/778/511 >, acesso em: 12/06/2024.

SEIXAS, C. D. S. et al. TECNOLOGIAS DE PRODUÇÃO DE SOJA. Embrapa, Sistemas de Produção 17, 2020. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/223209/1/SP-17-2020-online-1.pdf >, acesso em: 12/06/2024.

ZILLI, J. É. et al. INOCULAÇÃO DE Bradyrhizobium EM SOJA POR PULVERIZAÇÃO EM COBERTURA. Pesq. agropec. bras., Brasília, v.43, n.4, p.541-544, abr. 2008. Disponível em: < https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-204X2008000400014 >, acesso em: 12/06/2024.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.