De acordo com alerta agroclimático da Rural Clima, apesar da La Niña ainda estar presente, o que permite a entrada de massas de ar polar, a intensidade do fenômeno está diminuindo. O Pacífico, no momento, registra um aumento progressivo na temperatura, o que faz a La Niña perder seu efeito aos poucos. O Atlântico, por sua vez, começa a criar uma grande bolsa de água quente que pode favorecer que os corredores de umidade comecem a migrar para o Sul do Brasil. Com isso, as frentes frias subiriam para o restante do país com maior frequência, trazendo chuvas mais generalizadas.
No Brasil, as chuvas no oeste e sul se encontram irregulares. Marco Antonio dos Santos, agrometeorologista da Rural Clima, sinaliza que o maior problema é o mês de novembro estar perto do fim e ainda não ter acontecido uma chuva geral no país. “A primeira quinzena de novembro foi extremamente seca, levando a quebras na produtividade de soja e no processo de plantio, o que traz apreensão ao produtor”, disse. “Está difícil tomar decisões e fazer previsões para o futuro da safra com o cenário atual”, concluiu.
Essa segunda-feira (28) deve ser marcada por tempo aberto em grande parte da metade sul do Brasil, com chuvas na região do Matopiba. A partir de amanhã (29), as áreas de instabilidade ganham um pouco mais de força e devem trazer chuvas para São Paulo e região litorânea de Santa Catarina e Paraná. Os portos de Paranaguá e Santos, portanto, devem ter bastante complicações no dia. Toda a faixa do Nordeste, bem como norte de Minas Gerais e Goiás, também seguirão com chuvas. Apesar disso, o corredor oeste brasileiro deve permanecer com a falta de precipitações.
Segundo Marco, a primeira quinzena de dezembro também será marcada por chuvas muito irregulares. Volta a chover bem apenas em meados do mesmo mês, quando a etapa de verão se inicia. “A primavera realmente foi muito influenciada pela La Niña. O que vemos atualmente são as frentes frias ganhando um pouco mais de frequência, mas ainda registrando chuvas irregulares”, finalizou.
Paraguai
A semana deve ter tempo aberto no país em quase todas as regiões produtoras, com tendência de gradativa elevação das temperaturas. Segundo a meteorologista Ludmila Camparotto, haverão semanas sem chuvas e com temperaturas próximas a 35 e 36 graus, podendo, em algumas áreas, serem ainda mais elevadas.
As chuvas devem voltar apenas entre a primeira e segunda semana de dezembro. No início do mês até há possibilidade de algumas chuvas, mas irregulares e de baixa intensidade. Se as precipitações da primeira semana se confirmarem, é provável que haverá uma condição mais tranquila no país.
“Era esperado que este período apresentasse um clima mais seco. Assim como no Brasil, a tendência é que as chuvas voltem com regularidade apenas após a primeira quinzena de dezembro, apesar de que com menor volume”, ressaltou a meteorologista.
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Autor/Fonte: Pedro Carneiro / Agência SAFRAS