Ao fazer cada vez mais aplicações fitossanitárias, deve-se buscar a máxima eficiência para garantir o maior retorno sobre o investimento e evitar danos ao meio ambiente e às pessoas. O processo de aplicação é dividido em várias etapas e cada uma delas deve ser monitorada para evitar possíveis perdas. Uma dessas etapas e talvez a mais desprezada de todo o processo é a limpeza da máquina de pulverização. No entanto, ela desempenha um papel fundamental, pois um erro nesse procedimento pode causar o fracasso de toda a aplicação.
Em vídeo divulgado pela Aapresid rem – Red de manejo de plagas, é mostrada uma instrução de como deve ser realizada a limpeza do pulverizador passo a passo, que serão destacados a seguir.
Confira o vídeo original:
Segurança na aplicação de agrotóxicos
A limpeza e a manutenção do bom estado dos pulverizadores são fundamentais para não afetar os cultivos, a saúde do operário, a máquina e o ambiente. São frequentes os casos de fitotoxicidade devido à má limpeza do pulverizador. Alguns produtos são mais problemáticos por suas características, como baixa dose de uso, formulações sólidas, baixa solubilidade em água e a pH ácido, entre outras.
A limpeza do pulverizador deve realizar-se ao finalizar a jornada de trabalho, ao retirar-se do campo ou a cada vez que trocamos de produto ou de cultivo a ser tratado. Quanto menos tempo demore entre a finalização da aplicação e a limpeza mais fácil será a tarefa, já que quando se secam os resíduos dentro do circuito dificulta-se sua extração.
Durante todo o processo de limpeza o operário deve contar com os equipamentos de proteção individual necessários. Sempre se deve ler previamente os rótulos dos produtos para ver as recomendações específicas de limpeza e descartar possíveis casos de incompatibilidade entre os ativos.
Para assegurar a correta mescla, se deve realizar um teste prévio em pequena escala antes de encher o tanque, e se faz necessário o uso de adjuvantes para facilitar o processo. Também é fundamental a calibração do equipamento e correto cálculo da quantidade para não ultrapassar o limite de preenchimento do pulverizador e evitar sobras desnecessárias.
Todos os pulverizadores tem um volume remanescente fixo, dado que a bomba não pode absorver e o que fica carregado no circuito de canos. Depois de cada aplicação deve-se fazer uma diluição com água limpa de no mínimo cinco vezes esse volume e pulverizá-lo com maior velocidade sobre o último lote aplicado.
Não se deve esvaziar o tanque abrindo a chave de descarga da base. Logo após se inicia a limpeza do tanque propriamente dita e deve pensar-se no mesmo conceito que para a lavagem de embalagens vazias, realizando ao menos três enxagues com água limpa. Sempre é melhor realizar um maior número de lavagens com menor quantidade de água que o inverso.
Para começar o processo de limpeza devemos carregar com água limpa o tanque principal com aproximadamente 15% de seu volume. Isto deve ser feito através dos bicos superiores para retirar os resíduos de tetos e paredes. É necessário incorporar na água produtos de limpeza específicos que facilitam o processo, descartando-se o uso de detergentes caseiros ou água sanitária, porque não cumprem a função de limpeza de maneira efetiva.
O processo de limpeza varia se a máquina tem ou não um circuito de lavagem desenhado corretamente; no caso de tê-lo, antes de carregar a água se deve ligar o sistema de limpeza durante 15 minutos, no mínimo, para conseguir uma ótima recirculação por dentro do circuito. Para as máquinas sem sistema de limpeza, depois de colocar a água se deve ativar a bomba e fazer recircular a solução através dos circuitos misturadores durante o mesmo tempo.
Em ambos casos, logo depois se deve pulverizar em movimento a mescla sobre o último lote tratado no campo, deve-se repetir esta operação por no mínimo três vezes, utilizando os produtos de limpeza necessários e assegurando-se que tenham tempo para atuar em contato com as peças da máquina. Sempre o último enxague deve ser somente com água limpa.
Proteção é vida
O passo seguinte é tirar todos os bicos ou anéis e filtros para limpá-los individualmente com auxílio de uma escova e produtos de limpeza, tendo especial cuidado com os filtros, já que os resíduos neles contidos são os principais responsáveis por contaminações de longo prazo.
A lavagem externa da máquina é quase tão importante como a interna, deve realizar-se também sobre o último lote tratado e utilizando equipamentos de pressão.
Existem algumas medidas que se podem ser tomadas para minimizar a contaminação externa do equipamento como:
- Assegurar-se que o indicador do nível do tanque, a válvula de respiração e o respiro da tampa de carga estejam funcionando corretamente;
- Evitar formação de excessiva de espuma na mescla;
- Prevenir a deriva mediante uma correta calibração do equipamento.
Como última recomendação, se deve ter um protocolo de limpeza por pulverizador, porque segundo o desenho do equipamento, os passos a se seguir podem variar. Este protocolo deve ser informado aos operários responsáveis para assegurar sua correta realização.
Para concluir, deve-se atentar às seguintes recomendações:
- Descarte de forma correta o remanescente da calda de pulverização;
- Diluir em água o remanescente que permanecer no tanque;
- Use produtos de limpeza comerciais específicos e respeite o tempo de atuação dos mesmos;
- Realizar o enxágue triplo, terminando com água limpa;
- Limpe cuidadosamente todas as partes da máquina que tenha tido contato com a calda aplicado (filtros, pastilhas, anéis, etc.), bem como a parte externa do equipamento.
Além disso, é sempre aconselhável ler os rótulos dos produtos aplicados para detectar qualquer recomendação dos fabricantes quanto à sua limpeza. Por fim, é primordial o uso de elementos de proteção individual (EPI) para os operadores responsáveis.
Para acessar o conteúdo completo, assista o vídeo clicando aqui.
Elaboração: Andréia Procedi – Equipe Mais Soja.