Embora seja considerado um macronutrintes secundário por não ser periodicamente fornecido via adubação como por exemplo Nitrogênio, Fósforo e Potássio (N-P-K), o Magnésio (Mg), desempenha importante função bioquímica na planta, sendo requerido por muitas enzimas envolvidas na transferência de fosfatos, além de ser considerado constituinte da molécula de clorofila (Taiz et al., 2017).

Ainda que requerido em menores quantidades em comparação a N, P e K, o Mg é essencial para o metabolismo e desenvolvimento vegetal, sendo que sua deficiência ou carência pode limitar a produtividade de culturas como a soja. No solo, o Mg apresenta uma importante relação com o Cálcio (Ca), estando esses, frequentemente relacionados.  Mg trocável e Mg da solução do solo são as formas deste nutriente medidas pelas análises de solo e são consideradas prontamente disponíveis para as plantas (IPNI).

A necessidade de adubação com Mg nas culturas agrícolas irá depender dos teores do nutriente no solo, dos resultados da análise química da fertilidade do solo e relação entre Ca e Mg. Normalmente, a correção dos teores de Mg e Ca do solo é realiza por meio da calagem do solo, utilizando calcários dolomíticos. Entretanto, cada situação deve ser analisada pontualmente, uma vez que diferentes concentrações de Mg e Ca podem ser observadas em função da qualidade do calcário e material de origem do insumo.



Em algumas situações, especialmente no sistema plantio direto consolidado, a calagem das áreas principalmente se tratando da correção dos teores nutricionais em maiores profundidades a calagem pode não atender as demandas na correção dos teores de Magnésio. Quando não for possível ou não existir um equilíbrio entre os cátions, em função de graves desequilíbrios no complexo de troca, ou mesmo, se a deficiência de Mg no solo for grave, existem algumas possibilidades de correção total ou parcial.  Entretanto, é necessário destacar que estas possibilidades são estritamente técnicas, não levando em consideração os aspectos econômicos ou de logística, que devem ser avaliados em cada situação (Castro et al., 2020).

Algumas das principais fontes de Mg utilizadas na agricultura também contem Ca, sendo assim, deve-se atentar para o ajuste entre a relação Ca/Mg. Além de suprir a adequada demanda nutricional na planta, é necessário o equilíbrio nutricional no solo, evitando assim deficiências ou sobrecargas que possam resultar em efeitos tóxicos às plantas.

Tabela 1. Fontes comerciais de magnésio utilizadas no Brasil.

Fonte: Castro et al. (2020)

Além da adequada recomendação da adubação com base nos teores nutricionais, extração e exportação pela cultura, é possível avaliar o equilíbrio nutricional no solo fornecido pela adubação recomendada. Para isso, a Embrapa Soja desenvolveu a plataforma AFERE (Avaliação da Fertilidade do Solo e Recomendação da Adubação), que numa primeira etapa (módulo 1) calcula o balanço da adubação através da correlação entre as produtividades das culturas e os valores exportados de nutrientes, e indica a necessidade de adubação visando, no mínimo, a reposição dos nutrientes retirados do solo e exportados pelos grãos.

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Referências:

CASTRO, C. et al. MAGNÉSIO: MANEJO PARA O EQUILÍBRIO NUTRICIONAL DA SOJA. Embrapa, Documentos, n. 430, 2020. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/224430/1/DOCUMENTO-430-online.pdf >, acesso em: 11/10/2022.

IPNI. INFORMAÇÃO AGRONÔMICA SOBRE NTURIENTES PARA AS PLANTAS: MAGNÉSIO. IPNI, Nutri-Fatos, n. 6. Disponível em: < http://www.ipni.net/publication/nutrifacts-brasil.nsf/0/4EFEE30E1B302B318325818600449744/$FILE/NutriFacts-BRASIL-6.pdf >, acesso em: 11/10/2022.

TAIZ, L. et al. FISIOLOGIA E DESENVOLVIMENTO VEGETAL. Ed. 6, Porto Alegre, 2017.

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