É consenso que uma boa lavoura começa por uma boa semente. Sementes de qualidades devem apresentar bons atributos fisiológicos, genéticos, físicos e sanitários, possibilitando o bom estabelecimento da lavoura e o adequado estande de plantas.
No entanto, embora muito se fale sobre a germinação e vigor das sementes de soja, para que essas sementes possam expressar todo seu potencial fisiológico, são necessárias condições sanitárias adequadas, impedindo com que patógenos prejudiquem a germinação e emergência das plântulas.
Conforme Goulart (2018), a maioria das doenças de importância econômica que ocorre na soja são causadas por patógenos que são transmitidos pelas sementes. Até 1981, já haviam sido encontradas 35 espécies de fungos transmitidos pelas sementes da soja.
Atualmente, destacam-se como principais patógenos de importância econômica com ocorrência em sementes de soja, os fungos Phomopsis sojae, Colletotrichum truncatum, Fusarium semitectum – Syn: F. pallidoroseum, Sclerotinia sclerotiorum, Cercospora kikuchii, Corynespora cassiicola, Aspergillus flavus e alguns de importância secundária como Penicillium sp., Alternaria alternata, Chaetomium sp., Cladosporium sp., Curvularia lunata, Epicoccum sp., Rhizopus stolonifer, Nigrosporasp., Trichoderma sp. (Goulart, 2018).
Figura 1. Plântulas de soja oriundas de sementes infectadas com Colletrotrichum truncatum: detalhe das lesões do patógeno nos cotilédones das plântulas (necrose dos cotilédones).
Goulart (2018) destaca que, a transmissão via semente proporciona, na lavoura, uma distribuição ao acaso de focos primários de doenças, sendo que o processo infeccioso geralmente ocorre nos estádios iniciais de desenvolvimento da planta. Além disso, a frequente introdução de patógenos pelas sementes tende a aumentar a incidência de doenças já existentes numa área.
Em suma, pode-se dizer que sementes infectadas prejudica o estabelecimento da lavoura de soja e o estande de plantas saudáveis, impactando negativamente a produtividade da cultura, além de depreciar os grãos produzidos.
Sementes portadoras de agentes causadores de doenças, têm sido a causa de perdas e prejuízos diretos dos mais elevados, no Brasil são da ordem de 10% a 20%, o que corresponde a uma redução de 8 milhões de toneladas a 16 milhões de toneladas de grãos por ano (Goulart, 2018).
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Logo, sementes de má qualidade sanitária atuam como limitantes do estabelecimento da lavoura, restringindo a produtividade da soja. No entanto, nem sempre a patogenicidade de uma semente está visível a olho nú, é preciso analisar a sanidade das sementes por meio de testes, podendo ser empregadas diferentes metodologias para isso, tais como incubação em substrato de papel, incubação em BDA, entre outros.
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Referências:
GOULART, A. C. P. FUNGOS EM SEMENTES DE SOJA: DETECÇÃO, IMPORTÂNCIA E CONTROLE. Embrapa, ed. 2, 2018. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/184748/1/LIVRO-DOENCAS-FINAL.pdf >, acesso em: 12/08/2024.