O Fórum do Trigo: Como colher mais soja no inverno, evento realizado nesta sexta-feira (17/05), em Cruz Alta, durante a programação da Feira Nacional do Trigo (Fenatrigo), discutiu como melhorar o manejo da lavoura durante o inverno para obter ganhos de produtividade na lavoura de soja no verão. Entre as principais sugestões dos especialistas que debateram o assunto estão o planejamento de longo prazo, que permite inserir o trigo no sistema de rotação de culturas comerciais, e o controle biológico de fungos e nematóides (vermes) que se proliferam no solo.

De acordo com o representante da Cooperativa Central Gaúcha Ltda (CCGL) e da Universidade de Cruz Alta (Unicruz), Jackson Fiorin, fotografias tiradas de lavouras em dias de chuva alertam para a importância da discussão sobre o tema. “Deixar o solo descoberto após a colheita é muito caro. Temos de criar um ambiente de proteção do solo. Verdadeiramente, temos muito a melhorar”, disse Fiorin.

Gerente de pesquisa e desenvolvimento na Simbiose Agro, uma das maiores empresas do Brasil no segmento de produtos biológicos, com sede em Cruz Alta, Artur Soares, falou sobre a preocupação com o aumento de doenças causadas por fungos e nematóides. De acordo com ele, os maiores problemas que surgem no Rio Grande do Sul não são causados pela falta de água ou nutrientes nas lavouras, mas por pragas e doenças. “Meu objetivo é ampliar o entendimento do produtor sobre esses patógenos e sugerir como ele pode melhorar o manejo no inverno pensando em fazer a diferença no verão”, disse Soares. “O controle biológico deixou de ser fundo de quintal, não é mais o futuro é o presente”, disse o dirigente da Simbiose.

Outro pesquisador da CCGL, Mauro Bianchi, dividiu os produtores em duas categorias: “sojicultor”, aquele que pensa exclusivamente na cultura da soja, e “agricultor”. “Esse é o modelo ideal, o agricultor pensa no sistema, no longo prazo e aí pode inserir o trigo”, disse Bianchi.

Para controlar as ervas daninhas, Bianchi indicou algumas “ferramentas”. Além de herbicidas, sugeriu aumentar o teor de carbono no solo. Para tanto, mencionou a rotação de culturas comerciais como, por exemplo, trigo, aveia, cevada, soja, feijão e milho; rotação de cobertura de solo, a exemplo de aveia, ervilhaca, nabo e tremoço; e entressafra com cobertura vegetal.

“É uma discussão muito importante, que vem ao encontro do Programa Estadual de Conservação do Solo e da Água”, disse o gerente da Emater/RS-Ascar da região de Ijuí, Carlos Turra, referindo-se a política pública permanente, criada em 2015. “Temos muitos desafios pela frente, visando sanar problemas ligados a conservação do solo e água e isso tem reflexo nas questões ambientais e no aumento de produtividade das culturas da região”, concluiu Turra.

Fonte: Emater/RS


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