A utilização de fungicidas é indispensável no manejo fitossanitário da soja visando reduzir a interferência de doenças, que podem causar drásticas reduções da produtividade da soja, além de perdas na qualidade dos grãos ou sementes produzidos.

Doenças como a mancha-alvo (Corynespora cassiicola), podem causar perdas de produtividade de até 40% em cultivares suscetíveis de soja (Godoy et al., 2020), enquanto doenças como a ferrugem asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi) podem causar perdas de produtividade ainda maiores.

Além do tradicional emprego de fungicidas no tratamento de sementes da soja, a fim de proteger a culturas nos estádios iniciais do seu desenvolvimento, é comum observar a aplicação de fungicidas em conjunto a herbicidas no manejo de plantas daninhas (aplicação zero), antecedendo normalmente, a aplicação de fungicidas realizada antes do fechamento das entre linhas.

Conforme recomendações do Comitê de Ação a Resistência a Fungicidas (FRAC-BR), a exemplo do manejo da ferrugem asiática, todo o programa de manejo e controle deve ser inicializado de forma preventiva a ocorrência da doença. Essa recomendação também pode se aplicar para as demais doenças fungicas, especialmente as com elevada agressividade.



Sendo assim, além da escolha do fungicida utilizado no manejo de doenças da soja, o posicionamento deles é de suma importância para a manutenção da produtividade da cultura e a obtenção de altas produtividades. Em virtude das limitações econômicas ou operacionais, nem sempre é possível realizar a “aplicação zero” de fungicidas, sendo necessário adequar o manejo a disponibilidade de recursos e máquinas.

Outro fato importante, relacionado ao estádio da aplicação de fungicidas está relacionado a chegada de produtos nos terços médios e inferiores da planta (figura 1), sendo que aplicações tardias dificilmente conseguem alcançar esses terços com boa cobertura, dificultando o controle das doenças.

Figura 1. Qualidade da cobertura de aplicação em função da época de aplicação.

Fonte: Rede Técnica Cooperativa – RTC

Conforme destacado pelo professor e pesquisador Marcelo Madalosso, em algumas situações, o posicionamento das aplicações de fungicidas pode exercer influência direta na produtividade da soja. Em casos em que não é possível realizar a primeira aplicação nos estádios iniciais do desenvolvimento da soja (aplicação zero), a antecipação do momento de aplicação de V6 para V4 pode refletir em bons resultados produtivos, principalmente pela redução do intervalo entre aplicações.


Veja mais: Mancha-alvo – confira a eficiência dos principais fungicidas utilizados para controle da doença


Por mais que alguns fungicidas possuam como característica um efeito residual mais longo, grandes intervalos entre as aplicações de fungicidas, acompanhados de condições adequadas para o desenvolvimento de doenças fungicas, podem resultar em perda significativa da produtividade da soja. Sendo assim, em algumas ocasiões a antecipação da aplicação do fungicida, visando reduzir o intervalo entre aplicações pode exercer efeito benéfico no manejo fitossanitário e produtividade da soja.

Confira o vídeo abaixo e veja o que o professor e pesquisador Marcelo Madalosso tem a dizer sobre o tema.


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Referências:

FRAC-BR. NOVAS RECOMENDAÇÕES PARA O MANEJO DA FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA. Comitê de Ação a Resistência a Fungicidas. Disponível em: < https://www.frac-br.org/soja >, acesso em: 06/09/2021.

GODOY, C. V. et al. EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS PARA O CONTROLE DA MANCHA-ALVO, Corynespora cassiicola, NA CULTURA DA SOJA, NA SAFRA 2019/2020: RESULTADOS SUMARIZADOS DOS ENSAIOS COOPERATIVOS. Embrapa, Circular Técnica, n. 159, 2020. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/214311/1/Circ-Tec-159-de-2020.pdf >, acesso em: 06/09/2021.

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