O trigo é uma cultura amplamente utilizada como cultivo de inverno no sistema de rotação de culturas, principalmente nas regiões Sul do Brasil. O cultivo desempenha papel fundamental no controle de pragas e plantas daninhas na entressafra da cultura da soja.
Entretanto, assim como nos demais cultivos agrícola, o trigo exige certos cuidados referente ao manejo de pragas, doenças e plantas daninhas. Doenças como manchas foliares, oídio, ferrugem, mal-do-pé e giberela podem ser comumente encontradas em lavouras tritícolas durante o ciclo de desenvolvimento da cultura.
Para evitar a infecção de doenças na cultura, assim como as perdas de produtividade decorrentes da ação negativa influenciada por patógenos em plantas de trigo, é fundamental realizar um manejo fitossanitário eficiente, possibilitando condições adequadas para o crescimento e desenvolvimento das plantas.
Pensando nisso, uma ferramenta interessante pode ser utilizada para auxiliar no embasamento técnico científico para a adequação de um manejo integrado e eficiente das doenças do trigo. Trata-se da publicação “Controle de Doenças do Trigo: safra 2020”, desenvolvida por Reis; Zanatta; Reis (2020).
No trabalho os autores abordam temas fundamentais para embasar o manejo integrado de doenças do trigo, tratando de características de sistema, manejo e controle de doenças.
Segundo Reis; Zanatta; Reis (2020), o controle de doença na cultura do trigo depende de um conjunto de medidas a serem consideradas antes e depois do estabelecimento da lavoura.
Com relação as medidas a antes do estabelecimento da lavoura, a escolha da área assim como conhecer o histórico de doenças dos cultivos anteriores é fundamental para a tomada de decisão quanto a área a ser cultivada e o posicionamento de cultivares. Conhecer o histórico de cultivo da área possibilita o posicionamento da cultura, pois segundo Reis; Zanatta; Reis (2020), doenças como mal-do-pé podem ocorrem com frequência em áreas de monocultivo de trigo, sendo assim a principal medida de controle da doença é a adoção da rotação de culturas.
Figura 1. Lavoura com reboleira de plantas mortas e planta com sintoma (raízes negras) do mal-do-pé.
Assim como a escolha da área de cultivo, o controle de plantas daninhas é essencial para o controle de doenças do trigo. A Lavoura infestada com azevém mantém na área o inoculo da mancha amarela (Drechslera siccans) e do mal-do-pé (Gäeumanomyces graminis var. tritici) (Reis; Zanatta; Reis, 2020).
Sendo assim, o controle de plantas daninhas e a semeadura da lavoura no “limpo”, é essencial para evitar a infecção das plantas de trigo.
Outra potencial fonte de inoculo está relacionada a contaminação de sementes. Além do uso de sementes certificadas e isentas de inoculo, a adoção do tratamento de sementes com fungicidas proporciona boa eficiência no controle de doenças nos estádios iniciais do desenvolvimento do trigo, especialmente na emergência da cultura. Aliado a essas práticas, a rotação de culturas é fundamental para diminuir a pressão de inoculo e incidência de doenças.
No que diz respeito ao controle químico de doenças do trigo, Reis; Zanatta; Reis (2020) destacam que o monitoramento da área, o momento de aplicação dos produtos, assim como a tecnologia de aplicação são essenciais para o sucesso do manejo fitossanitário da cultura.
Para o controle do oídio, segundo Reis; Zanatta; Reis (2020), o fungicida com maior eficiência para o controle da doença é o Fenpropimorfo (Versatilis). Já com relação ao controle de doenças foliares como Bipolaris sorokiniana, Drechslera siccans, D. tritici-repentis e Stagonospora nodorum alguns dos fungicidas cuja eficiência de controle foi superior a 70% podem ser observados na tabela 1.
Tabela 1. Produtos indicados para o controle de manchas foliares na cultura do trigo (eficiência de controle superior a 70%).
Com relação ao período reprodutivo do desenvolvimento do trigo, deve-se atentar para doenças como a giberela (Gibberella zeae). Os autores destacam que o período de infecção da doença no trigo estende-se do início do florescimento até o estágio de grão leitoso, sendo essencial a proteção das espigas do trigo nesse período. Dentre os fungicidas indicados para utilização durante esse período, Reis; Zanatta; Reis (2020), indicam Protioconazlol+trifloxistrobina e Piraclostrobina+metconazol.
Além de trazer as principais doenças do trigo, assim como as medidas de controle para ambas, o trabalho realizado por Reis; Zanata; Reis (2020) contempla aspectos relacionados ao momento adequado para a aplicação de produtos visando o controle eficiente de doenças foliares, bem como a metodologia para o monitoramento da lavoura e alternativas ao controle de doenças como bacteriose.
Confira o trabalho completo de Erlei Melo Reis, Mateus Zanatta e Andréa Camargo Reis clicando aqui.
Referências:
REIS, E. M.; ZANATTA, M.; REIS, A. C. CONTROLE DE DOENÇAS DO TRIGO: SAFRA 2020. Instituto Agris, Passo Fundo, 2020. Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/1iDrfRtLluvRJYak_HbtJTH5BEP7q51e3/view>, acesso em: 31/08/2020.
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