O milho (Zea mays) é uma das principais cultura do Brasil. Para a safra 2022/23, segundo a CONAB, estima-se uma área de cultivo de 21.6 milhões de hectares, 8,6% superior ao observado na safra 2021/22 e com uma expectativa de produção 21,8% superior comparado a safra passada.
Com o aumento da área cultivada e boas expectativas de produção, não se pode deixar de pensar de cada detalhe importante no manejo dessa cultura tão importante para o PIB do agronegócio brasileiro. Dentro de todos os aspectos produtivos o manejo de nitrogênio (N) na cultura do milho é sem dúvida um dos mais importantes, pois trata-se de uma cultura extremamente responsiva a esse elemento. Além disso, devido ao aumento do preço desse fertilizante o produtor precisa ser extremamente assertivo com relação ao seu manejo, buscando reduzir ao máximo as perdas. Com relação a isso, o momento da aplicação do nitrogênio com relação ao estádio de desenvolvimento da cultura e as condições de clima são importantes pontos a serem observados para se aumentar a eficiência de utilização desse nutriente.
Nos últimos anos, as médias de produtividade têm aumentado significativamente, devido a uma grande introdução de novas tecnologias na agricultura, demandando também novas técnicas de manejo e conservação do solo. Sendo a correção de solo (calcário) e o manejo nutricional (adubação) etapas muito importantes em um sistema de produção que visa altas produtividades.
Vale ressaltar que cada região possui um solo com características físicas e químicas específicas, por isso, antes de introduzir a cultura no sistema e realizar a adubação é indicado que seja feito uma análise de solo, a fim de saber as suas propriedades, podendo assim, ser feito um manejo de forma mais precisa. No milho o N, é o nutriente mais absorvido e exportado pela cultura, e a quantidade a ser aplicado é determinada pelo teor de matéria orgânica do solo, histórico de cultivo da área e expectativa de produtividade esperada.
Pensando no momento certo de aplicação de N, o mesmo deve ser aplicado principalmente no estádio V3 a V6 de desenvolvimento da cultura, pois é nesse período de desenvolvimento da planta que a absorção desse nutriente é maior. Por sua aplicação ser parcelado em 2x a dose do fertilizante, esse parcelamento na adubação de nitrogênio com parte no momento da semeadura (mais ou menos 30% da recomendação) e o restante duas aplicações de coberturas nos estádios citados anteriormente, se deve em função de que são nesses estádios de desenvolvimento da planta que é definido o potencial produtivo da cultura.
A ureia tem sido a principal fonte de N utilizada para aplicação em cobertura e as condições do ambiente são importantes para se evitar as perdas de N por volatilização. Por isso, aplicações em condições de solo úmido, em um período do dia com temperaturas amenas, ausência de ventos e no período da tarde preferencialmente minimizam essas perdas podendo aumentar a eficiência de N.
Portanto, o manejo de Nitrogênio na cultura do milho é de extrema importância quando se busca altas produtividades. Por isso, toda estratégia que possa ser adota buscando aumentar o teor de N mineral no solo e minimizar as perdas desse nutriente do sistema de produção é importante. Sendo assim, é de suma importância que o produtor rural planeje a sua lavoura com antecedência e analise quais manejos poderão ser implementados e de que forma, visando sempre um aumento de produtividade e uma maior lucratividade.
Autores: Filipe Belchor Barcelos e Lucas de Mattos, acadêmicos do curso de Agronomia da UFSM, campus Frederico Westphalen, membros do Programa de Educação Tutorial – PET Ciências Agrárias, sob acompanhamento do tutor, professor Dr. Claudir José Basso.