Para a cultura do trigo, assim como para as demais culturas agrícolas, a presença de plantas daninhas é indesejada devido aos efeitos negativos ocasionados por elas, principalmente a matocompetição. Segundo Roman; Vargas; Rodrigues (2006), as perdas ocasionadas pelas plantas daninhas na produtividade do trigo podem ser devido a competição por água, luz ou nutrientes do solo, ou até mesmo pelo efeito alelopático ou indiretamente reduzindo a qualidade dos grãos ou sementes produzidos.
Contudo, cabe destacar que a interferência de plantas daninhas na produtividade e qualidade do trigo produzido pode estar relacionada a espécie de planta daninha, densidade populacional e estádio em que ocorre a competição com o trigo, sendo possível que haja um período anterior a interferência onde não são observadas perdas produtivas na cultura.
Levando em consideração os elevados danos causados pela matocompetição entre plantas daninhas e cultivadas, torna-se necessário ajustar o manejo de plantas daninhas a fim de evitar perdas produtivas, sendo essencial para isso conhecer o período de convivência entre ambas as plantas, em que não haja perda significativa da produtividade do trigo. O período de convivência entre o trigo e plantas daninhas combinados a reguladores de crescimento foi avaliado por Cenci et al. (2013), onde os autores submeteram plantas de trigo cultivar Quartzo com e sem regulador de crescimento (trinexapac-ethyl) a diferentes períodos de convivência com plantas daninhas.
O trigo foi submetido a convivência com 13 plantas.m-2 de Raphanus raphanistrum; 17 plantas.m-2 de Avena strigosa e 11 plantas.m-2 de outras espécies. Conforme observado por Cenci et al. (2013), a produtividade da cultura do trigo reduziu com o atraso do início do controle das plantas daninhas.
Figura 1. Produtividade das plantas de trigo cultivar Quartzo, em função da época de convivência de plantas daninhas. DAE = Dias após emergência. Ponta Grossa, 2011.
Segundo Cenci et al. (2013), independente do uso ou não do regulador de crescimento trinexapac-ethyl, a época ideal de início de controle das plantas daninhas foi de até 25 DAE, sem causar perdas na produtividade, a partir disse, pode-se observar o aumento na competição entre plantas daninhas e o trigo, refletindo em redução da produtividade da cultura.
Ainda que o a interferência causada por plantas daninhas possa variar de acordo com espécies, densidade populacional e estádio de ocorrência, os resultados obtidos por Cenci et al. (2013) podem auxiliar no manejo sustentável de plantas daninhas na cultura do trigo, possibilitando agir de forma efetiva no controle de plantas daninhas no momento mais adequado visando reduzir a interferência delas na produtividade da cultura.
Confira o trabalho completo de Cenci et al. (2013) clicando aqui!
Referências:
CENCI, S. et al. PERÍODOS DE CONVIVÊNCIA ENTRE O TRIGO E PLANTAS DANINHAS COMBINADOS A REGULADOR DE CRESCIMENTO. Rev. Bras. Herb., v.12, n.2, p.124-130, mai./ago. 2013. Disponível em: < http://www.rbherbicidas.com.br/index.php/rbh/article/download/222/201 >, acesso em: 05/05/2021.
ROMAN, E. S.; VARGAS, L.; RODRIGUES, O. MANEJO E CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS EM TRIGO. Embrapa, Documentos, n. 63, 2006. Disponível em: < http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/do/p_do63.pdf >, acesso em: 05/05/2021.
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