O Manejo Integrado de Pragas – MIP, foi lançado no Brasil na década de 60 durante a revolução verde e tem como objetivo potencializar o controle de pragas. Tendo em vista os elevados custos para a produção de culturas no Brasil, a correta aplicação do MIP, auxilia no controle da população de pragas nas lavouras e na redução de custos ao produtor. Ademais, a necessidade de aplicações emergenciais são diminuídas, de maneira a oferecer um ambiente adequado à cultura e a reduzir os danos que os defensivos podem causar ao meio ambiente.
O MIP abrange diversos tipos de manejo, que são instituídos ao longo de toda safra. Em primeira instância, o produtor deve priorizar o planejamento da lavoura, como por exemplo, escolher variedades geneticamente resistentes às principais pragas. Também é importante atentar-se a presença de pragas e seus respectivos danos em todas as fases de cultivo, de modo a monitorar a lavoura periodicamente.
A partir de tais métodos, será possível a tomada de decisão que é caracterizada por ser a fase final das etapas do MIP, decidindo qual é a necessidade do controle das pragas. A decisão é tomada tendo em vista 3 conceitos (Figura 1) que englobam a densidade populacional das pragas:
- Nível de Dano Econômico (NDE): quantidade mínima de pragas que causam danos econômicos;
- Nível de Controle (NC): nível em que as pragas devem ser controladas para evitar a que o NDE seja alcançado;
- Nível de Equilíbrio (NE): nível de pragas que se manteve ao longo do tempo sem danos e que não se fez necessária implementação de métodos de controle.
Com a densidade populacional no nível de controle, pode-se decidir quais os manejos serão
implementados de acordo com a necessidade da lavoura. Em primeiro lugar, busca-se utilizar o controle biológico, que consiste no aproveitamento de insetos predadores, vírus, bactérias e parasitóides. Como exemplo desse método, a utilização da vespa Trichogramma spp. (Figura 2), é uma ótima alternativa para controlar as pragas e alcançar o nível de equilíbrio. Para isso, as vespas parasitam ovos de lagartas como os de Anticarsia gemmatalis (lagarta da soja) e de Chrysodeixis includens (lagarta falsa-medideira), que são importantes pragas na cultura da soja.
Com todas as etapas do MIP realizadas, o controle químico poderá ser uma opção, mas o ideal é tentar reduzi-lo ao máximo e utilizá-lo somente na ausência de métodos alternativos e viáveis para a produção em questão. Nesse sentido, os produtores podem utilizar o MIP como uma ferramenta sustentável para a sua produção, pois auxilia na manutenção da biodiversidade, diminui a utilização de agrotóxicos e reduz os custos de produção. No entanto, é importante ressaltar e considerar que toda propriedade possui suas particularidades e cada manejo será diferente a depender das condições existentes em cada local.
Autora: Amanda de Freitas Wendt – Técnica em Agropecuária pelo Instituto Federal Farroupilha campus São Vicente do Sul e acadêmica do 2º semestre de Agronomia e Bolsista do grupo PET Agronomia na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
Bibliografia
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Hoffmann-Campo Clara Beatriz Pragas da soja no Brasil e seu manejo integrado [Relatório]. – Londrina : Embrapa Soja, 2000.
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