O mercado brasileiro de milho deve registrar lentidão nos negócios nesta quarta-feira, embora mantendo os preços em patamares firmes. A grande volatilidade apresentada pela Bolsa de Mercadoria de Chicago nos últimos dias inibe uma maior movimentação nas intenções de compra e venda. O foco dos investidores estará hoje no relatório de oferta e demanda de março do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, que pode apontar mudanças importantes para o cenário do cereal em meio ao conflito entre Rússia e Ucrânia.
O mercado brasileiro de milho operou de maneira calma no decorrer da terça-feira, sem grande fluxo de negociações. A volatilidade da CBOT (Bolsa de Chicago) foi traduzida em recuo da posição de compradores e de vendedores no dia, travando a evolução dos negócios, como destaca o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias. “O fato é que a tensão geopolítica segue no radar do mercado, da mesma maneira que o relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de amanhã também ocupa papel preponderante para a formação de tendência de curto prazo”, comenta.
No Porto de Santos, o preço ficou entre R$ 108,00 (compra) a R$ 112,00 (venda) a saca (CIF). Já no Porto de Paranaguá, cotação entre R$ 110,00/112,00.
No Paraná, a cotação ficou em R$ 103,00/105,00 a saca em Cascavel. Em São Paulo, preço de R$ 102,00/104,00 na Mogiana. Em Campinas CIF, preço de R$ 105,00/107,00 a saca.
No Rio Grande do Sul, preço ficou em R$ 104,00/105,00 a saca em Erechim. Em Minas Gerais, preço em R$ 95,00/97,00 a saca em Uberlândia. Em Goiás, preço esteve em R$ 92,00/R$ 95,00 a saca em Rio Verde – CIF. No Mato Grosso, preço ficou a R$ 90,00/95,00 a saca em Rondonópolis.
Chicago
Os contratos com vencimento em maio registram recuo de 0,86%, ou 6,50 centavos, a US$ 7,46 1/2 por bushel.
Os investidores estão em compasso de espera para relatório de março de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, que será divulgado hoje.
Analistas consultados pelas agências internacionais apostam que o Departamento irá reduzir os estoques finais de passagem da safra 2021/22 norte-americana para 1,476 bilhão de bushels, abaixo dos 1,540 bilhão de bushels indicados em fevereiro.
Para a safra global 2021/22, os estoques finais de passagem devem ser indicados em 299,6 milhões de toneladas, menores frente às 302,2 milhões de toneladas previstas em fevereiro.
O Departamento deve reduzir a expectativa de produção de milho do Brasil em 2021/22 para 112,9 milhões de toneladas, ante as 114 milhões de toneladas previstas no mês passado, em razão da estiagem.
O USDA também deve cortar a estimativa de produção de milho da Argentina em 2021/22 para 52 milhões de toneladas, ante as 54 milhões de toneladas em fevereiro, também por conta dos efeitos na falta de chuvas.
Ontem (8), os contratos de milho com entrega em maio fecharam a US$ 7,53 por bushel, ganho de 2,25 centavos de dólar, ou 0,29%, em relação ao fechamento anterior.
Câmbio
O dólar comercial registra baixa de 0,47% a R$ 5,0260. O Dollar Index registra baixa de 0,37% a 98,70 pontos.
Indicadores financeiros
- As principais bolsas da Ásia encerraram em baixa. Xangai, -1,13%. Tóquio, -0,30%.
- As principais bolsas na Europa registram índices em alta. Londres, +4,72%; Frankfurt, +4,37%; Paris, +1,57%.
- O petróleo opera em baixa. Abril do WTI em NY: US$ 119,59 o barril (-3,32%).
Fonte: Agência SAFRAS