Na véspera do relatório de julho do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o mercado brasileiro de soja deve seguir com movimentação restrita. Chicago reage, mas o dólar cai. Os prêmios seguem pouco alterados. Depois de negociar bem na semana passada, os produtores colocam o pé no freio e esperam por um cenário mais claro para voltar ao mercado.
Os preços da caíram na quarta-feira. O movimento acompanhou a Bolsa de Chicago e a volatilidade do dólar. Não foram registrados negócios relevantes no dia. Os produtores se ausentam do mercado nesses patamares de preços.
Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos caiu de R$ 130,00 para R$ 129,00. Na região das Missões, a cotação baixou de R$ 131,00 para R$ 128,00 a saca. No Porto de Rio Grande, o preço diminuiu de R$ 136,50 para R$ 134,50 a saca.
Em Cascavel, no Paraná, a saca desvalorizou de R$ 130,00 para R$ 126,50. No porto de Paranaguá (PR), o preço decresceu de R$ 138,00 para R$ 136,00.
Em Rondonópolis (MT), a saca baixou de R$ 123,00 para R$ 122,00. Em Dourados (MS), o preço caiu de R$ 122,00 para R$ 120,00 a saca. Já em Rio Verde (GO), a saca desvalorizou de R$ 120,00 para R$ 118,50.
CONAB
* A produção brasileira de soja deverá totalizar 147,336 milhões de toneladas na temporada 2023/24, com recuo de 4,7% na comparação com a temporada anterior, quando foram colhidas 154,61 milhões de toneladas. A projeção é Conab.
* No relatório anterior, a previsão era de safra de 147,353 milhões de toneladas. Houve um leve corte entre as duas estimativas.
CHICAGO
* Os contratos com entrega em novembro registram ganho de 0,58% a US$ 10,73 1/4 por bushel.
* O mercado busca um movimento de recuperação técnica, após cair por três pregões consecutivos e por se aproximar dos menores níveis de preços desde 2020.
* Os investidores ajustam suas posições, em meio a fatores técnicos.
USDA
* O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) deverá cortar as suas estimativas para a safra e os estoques finais dos Estados Unidos em 2024/25. O relatório mensal de julho do USDA para oferta e demanda americana e mundial será divulgado na sexta, 12, às 13h.
* Analistas consultados pelas agências internacionais apostam em estoques americanos de 445 milhões de bushels em 2024/25. Para 2023/24, o mercado aposta em número de 353 milhões de bushels. Em junho, a previsão do USDA era de 455 milhões e 350 milhões, respectivamente.
* Para a produção, o mercado espera um número de 4,416 bilhões de bushels para 2024/25. Em junho, o Departamento apontou safra de 4,450 bilhões de bushels.
* Em relação ao quadro de oferta e demanda mundial da soja, o mercado aposta em estoques finais 2024/25 de 127,1 milhões de toneladas. Em junho, o número ficou em 127,9 milhões. Para 2023/24, a expectativa do mercado é de número de 110,9 milhões, abaixo dos 111,1 milhões indicados no mês passado.
* Para a safra do Brasil em 2023/24, a aposta é de corte, passando dos atuais 153 milhões para 152,1 milhões de toneladas. A produção argentina deve ser mantida em 50 milhões de toneladas.
PRÊMIOS
* Os preços Fob da soja recuaram na quarta nos portos brasileiros, seguindo o fraco desempenho dos contratos futuros na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT).
* A atividade permaneceu lenta, sem negócios confirmados. Segundo analistas de mercado, apesar da forte programação da soja para julho, os principais portos brasileiros já estão migrando para as exportações de milho, à medida que avança a colheita da safrinha.
* Os prêmios de exportação da soja para julho estavam em +35 e +60 centavos de dólar sobre Chicago no final da quarta no Porto de Paranaguá. Para agosto de 2024, o prêmio era de +40 a +50. Para fevereiro de 2025, o prêmio estava em -15 a +15 pontos, conforme dados de Safras & Mercado.
* O preço FOB (flat price) para agosto ficou entre US$ 423,70 e US$ 427,40 a tonelada na quarta. No dia anterior, a cotação oscilou entre R$ 430,40 e R$ 434,00.
CÂMBIO
* O dólar comercial opera com baixa de 0,64%, cotado a R$ 5,3784. O dollar index (DXY) recua 0,40% a 104,18 pontos.
INDICADORES FINANCEIROS
* As principais bolsas da Ásia fecharam em alta. Xangai, +1,06% . Em Tóquio, +0,94%.
* As principais bolsas na Europa operam em alta. Paris, +0,27%; Frankfurt, +0,24%, , e Londres, +0,15%.
* O petróleo registra cotações mais altas. O WTI para agosto sobe 0,53% a US$ 82,54 o barril.
AGENDA
– Dados de desenvolvimento das lavouras argentinas – Bolsa de Cereais de Buenos Aires, 15hs.
– Dados de desenvolvimento das lavouras no RS – Emater, na parte da tarde.
– Relatório de condições das lavouras da Argentina – Ministério da Agricultura, na parte da tarde.
—–Sexta-feira (12/07)
– EUA: A leitura do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) de junho será publicada às 9h30 pelo Departamento do Trabalho.
– Intenção de Plantio para soja, milho, algodão, arroz e feijão e estimativa para a safra de trigo do Brasil – Safras & Mercado, 12h.
– Relatório de julho de oferta e demanda mundial e norte-americana (Wasde) – USDA, 13h.
– Dados de evolução das lavouras do Mato Grosso – IMEA, 16h.
Autor/Fonte: Dylan Della Pasqua / Safras News