MILHO: FATORES DE ALTA
- a) Estoques globais mais baixos: previsão do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para estoque global veio abaixo do esperado e, também, deu algum suporte aos preços. A agência reduziu sua estimativa de 322,1 milhões para 319,6 milhões de toneladas. Analistas ouvidos pelo Wall Street Journal um corte menor, para 320,7 milhões de toneladas. Segundo analistas, a redução foi motivada por uma melhor expectativa de demanda;
- b) No Brasil, as compras dos estados do Sul, que são grandes produtores de carnes e tiveram redução de produção, deverá aumentar os preços do milho, levando-os para um patamar ao redor de R$ 70/saca. Nos últimos 30 dias, os preços do milho no Brasil já atingiram R$ 62,87, tendo subido 1,03% no mês, 0,24% na semana e 0,05% no dia, segundo a média Cepea.
FATORES DE BAIXA
- a) Estoques americanos maiores: A alta foi limitada por dados de estoque nos EUA que vieram acima do esperado. O USDA manteve sua estimativa para as reservas domésticas em 2,172 bilhões de bushels (55,17 milhões de toneladas), enquanto os analistas esperavam uma redução para 2,141 bilhões de bushels (54,38 milhões de toneladas); ) estimativas para a produção no Brasil e na Argentina ficaram acima da expectativa e, também, pesaram sobre as cotações.
- b) A safra brasileira de milho foi mantida em 124 milhões de toneladas. Os analistas projetavam um corte para 122,4 milhões de toneladas. A expectativa para a produção de milho na Argentina foi elevada de 55 milhões para 56 milhões de toneladas, enquanto os analistas esperavam estabilidade;
- c) ampla oferta dos EUA e as boas condições para a safra da Argentina foram outros fatores baixistas. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a parcela da safra em condição entre normal e excelente é de 87%, sem variação ante a semana anterior. A bolsa disse que o rendimento médio nas áreas já colhidas está em 8.530 quilos por hectare, e a estimativa de produção foi mantida em 56,5 milhões de toneladas.
Milho fechou em alta com redução do estoque final mundial de milho.
FECHAMENTOS DO DIA 08/03
A cotação de março24, referência para a nossa safra de verão, fechou em alta de 0,06 % ou $ 0,25 cents/bushel a $ 426,25. A cotação para maio24, fechou em alta de 0,40 % ou $ 1,75 cents/bushel a $ 439,75.
ANÁLISE DA ALTA
O milho negociado em Chicago fechou o dia e a semana em alta. O mercado buscou recomprar parte dos contratos sobrevendidos nos últimos dias. Este movimento fez o acumulado do cereal valorizar ao longo da semana. Os dados de reduções no estoque final mundial deu o impulso desta sexta-feira, visto que, tanto os estoques americanos subiram e as safras brasileira e argentina ficaram acima do esperado pelo mercado.
Com isso o milho fechou a semana em alta de 3,53% ou $15,00 cents/bushel para a cotação de maio.
USDA foi positivo para o milho, que fechou em alta pela oitava vez em dez dias
SAFRA AMERICANA: A perspectiva do milho dos EUA para 2023/24 deste mês permanece inalterada em relação ao último mês. O preço médio do milho recebido pelos produtores na temporada foi reduzido para US$ 4,75 por bushel com base nos preços observados até o momento.
SAFRA GLOBAL
A produção global de grãos grossos para 2023/24 está prevista em 2,7 milhões de toneladas, para 1.507,4 milhões. As perspectivas para os cereais secundários estrangeiros deste mês são de redução da produção, maior comércio e menores estoques finais em relação ao mês passado. A produção estrangeira de milho deverá diminuir, com declínios na África do Sul, Ucrânia, México, Venezuela e Rússia, que estão parcialmente compensado por aumentos na Argentina e na Síria.
A África do Sul está em baixa, refletindo perspectivas de rendimento mais baixo. O México foi cortado com base nas expectativas de menor área de milho de inverno. A Ucrânia e a Rússia foram reduzidas com base nos resultados de colheita reportados até à data. A Argentina foi elevada com base em maior área esperada.
A produção estrangeira de cevada diminuiu, com reduções para Iraque e Síria que são parcialmente compensados por um aumento na Austrália. As principais mudanças no comércio global incluem o aumento das exportações de milho para a Ucrânia e a Argentina, mas reduções para a África do Sul e a Índia.
As importações de milho foram reduzidas para a UE, Arábia Saudita, Israel e Coreia do Sul, mas aumentaram para o México, Venezuela e Indonésia. As exportações de cevada são aumentadas para a Austrália. Os estoques finais de milho estrangeiro estão mais baixos, refletindo principalmente um declínio para a Ucrânia que é parcialmente compensado por um aumento para o Brasil. Os estoques finais globais de milho, de 319,6 milhões de toneladas, caíram 2,4 milhões.
B3-MERCADO FUTURO DE MILHO NO BRASIL
B3: USDA apresenta ajustes tímidos em seu relatório, e B3 faz poucos movimentos de correção
Os principais vencimentos de milho fecharam o dia em variações negativas nesta sexta-feira (09). Na esteira dos acontecimentos, a moeda americana fechou em alta, a R$ 4,982 na venda, apresentando variação positiva de +0,97%. Também no dia de hoje, o USDA apresentou seu relatório de estimativa de oferta e demanda agrícola mundial (Wasde, na sigla em inglês); que trouxe ajustes tímidos.
Dentre estes, um tímido corte na produção de brasileira, o que aumentou os estoques finais de 5,97 milhões na projeção do órgão em fevereiro, para 6,17 milhões em março. Ajustes também foram feitos na produção argentina – passando de 55 para 56 milhões; e Ucrânia, que deve produzir 29,5 ante 30,5 milhões de toneladas estimadas anteriormente, de acordo com o órgão.
OS FECHAMENTOS DO DIA 08/03
Diante deste quadro, as cotações futuras fecharam em baixa: o vencimento de março/24 foi de R$ 63,17 apresentando baixa de R$ 0,23 no dia, alta de R$ 2,07 na semana; maio/24 fechou a R$ 60,70, baixa de R$ 0,26 no dia, alta de R$ 4,26 na semana; o vencimento julho/24 fechou a R$ 59,52, alta de R$ 0,06 no dia e alta de R$ 2,47 na semana.
Fonte: T&F Agroeconômica