Por T&F Agroeconômica
FATORES DE ALTA
a) Os Fundos estão excessivamente comprados e, a qualquer notícia levemente altista, poderão inverter suas posições e o mercado voltar a subir. Os Fundos, em 30 de janeiro, detinham 144.591 contratos líquidos de compra a descoberto, contra 42.993 contratos líquidos de venda a descoberto, um spread de 101.598 contratos, excessivamente alto;
b) A análise gráfica mostra dois gaps não preenchidos, um entre $ 1291,25 e $ 1298,50 (equivalentes a ~R$ 137,50/R$ 137,45) e outro entre $ 1371,50 e $ 1374,75 (equivalentes a R$ 151,16/R$ 151,52) e deverão ser preenchidos em um futuro próximo (vide gráfico abaixo).
FATORES DE BAIXA
a) valorização do dólar ante o real, que tende a estimular as exportações brasileiras. A moeda norte-americana subiu depois dos números do relatório de empregos dos Estados Unidos, que devem levar o banco central dos país (Fed, na sigla em inglês) a postergar o início da flexibilização da política monetária neste ano. As vendas de soja reportadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) ontem, abrangendo os anos de comercialização 2023/24 e 2024/25, somaram apenas 165,8 mil toneladas, incluindo a cancelamentos de 407,4 mil toneladas em vendas previamente anunciadas para destinos desconhecidos em 2023/24. Nesta época do ano os Estados Unidos estão entrando em sua entressafra, que coincide com a chegada da safra brasileira;
b) avanço da colheita do Brasil, que atrai a demanda da China com a entrada de novos grãos no circuito comercial. Até o início desta semana o Brasil já tinha colhido 9% da sua safra ou algo como 13,77 MT e começa a atender seus compromissos internacionais de exportação. Por seu lado a ANEC informa que os embarques de janeiro foram de 2,49 milhões de toneladas, o que representa um aumento em relação aos 940 mil tons de janeiro de 23. A guerra de estimativas sobre o tamanho da safra não ajuda em nada. Em nossa opinião, a da Agroconsult, que visitou com um time de verificadores todos os estados brasileiros, é a mais correta;
c) Fundos de investimento elevaram suas apostas na queda dos preços de soja na Bolsa de Chicago (CBOT) na semana encerrada em 30 de janeiro. De acordo com dados da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) divulgados nesta sexta-feira, a posição líquida vendida aumentou 5,40% no período, de 96.392 para 101.598 contratos
Mercado: Soja encerrou a semana em baixa com fraca demanda pelo grão dos EUA e colheita no Brasil
FECHAMENTOS DO DIA 02/02: O contrato de soja para março24, a próxima data negociada nos EUA, fechou em baixa de -1,23%, ou $ -14,75 cents/bushel a $ 1188,50. A cotação de maio24, referência para a safra brasileira, fechou em baixa de -1,28 % ou $ -15,50 cents/bushel a $ 1198,25. O contrato de farelo de soja para março fechou em baixa de -1,35 % ou $ -4,9 ton curta a $ 356,8 e o contrato de óleo de soja para março fechou em baixa de -1,91 % ou $ -0,87/libra-peso a $ 44,73.
ANÁLISE DA BAIXA: A soja negociada em Chicago fechou o dia e a semana em baixa. A oleaginosa completou a sétima semana acumulada consecutiva em queda. A fraca demanda pelo grão americano, apontada pelo USDA no dia anterior, com um o mercado internacional voltando os olhos para a colheita no Brasil pressionaram o grão. A queda do petróleo refletiram nas cotações do óleo de soja. A perspectiva de uma safra cheia na Argentina, pesaram sobre as cotações do farelo, mesmo em um dia que a U.S. Soy apontou o recorde nas exportações de farelo de soja dos EUA no ano comercial de 22/23. O novo recorde foi tanto em volume quanto em valor, após atingirem 13,2 milhões de toneladas métricas e US$ 6,91 bilhões, respectivamente.
Com isso a soja grão fechou o acumulado da semana em queda de -1,72% ou $-20,75 cents/bushel. O farelo fecho acumulou alta de 2,23% ou $7,8/ton-curta. O óleo de soja fecho perdeu -4,69% ou $-2,20 libra/peso na semana.
NOTÍCIAS IMPORTANTES
PRÉ WASDE-ANALISTAS ESPERAM AUMENTO NA PRODUÇÃO DE SOJA AMERICANA (BAIXISTA): Os analistas esperam que o USDA aumente os estoques de soja nos EUA em 4,6 mbu (1,25 MT), para 284,6 mbu (7,74 MT), em média, nos relatórios do USDA de fevereiro. A gama completa de estimativas é de ver entre 245 mbu (6,67 MT) e 310 mbu (8,44 MT) no relatório da próxima quinta-feira. As estimativas pré-relatório preveem de um corte de 3,3 milhões de toneladas na produção brasileira parcialmente compensado por uma safra argentina maior, de 800 mil toneladas.
CANADÁ AUMENTO DE 8 MT NOS ESTOQUES DE OLEAGINOSAS (BAIXISTA): Os dados da StatsCan também mostrarão os estoques canadenses de soja e canola em 8 de fevereiro a partir de dezembro. Os traders esperam que a canola fique entre 12,5 MMT e 13,9 MMT, com 13 MMT esperados em média. Isso seria mais flexível do que o estoque de 12,7 MMT de dezembro de 22.
EUA-ESMAGAMENTO-NOVO RECORDE HISTÓRICO (ALTISTA): O relatório mensal de Gorduras e Óleos mostrou que 204,3 mbu (5,56 MT) de soja foram esmagados em dezembro. Esse foi um novo recorde histórico, mas ficou ligeiramente abaixo da estimativa média do mercado. Os dados da NASS mostram o total da temporada em 780,5 mbu (21,24 MT) até dezembro, o que também é um ritmo recorde e se compara aos 741,2 mbu (20,17 MT) do ano passado. Os estoques de óleo de soja foram registrados em 1,36 bilhão de libras, acima dos 1,214 bilhão de novembro.
Fonte: T&F Agroeconômica