O mercado brasileiro de milho teve uma semana de preços fracos, de estáveis a mais baixos, no comparativo com a semana anterior. E foi um período de movimentação lenta nos negócios.
A oferta com a colheita da safrinha melhorou em algumas regiões. Mesmo sendo uma safrinha muito prejudicada pelo clima, com quebra muito significativa, sazonalmente há a pressão natural com a entrada desse milho novo no mercado.
Enquanto isso, o mercado avaliou as notícias de que o governo federal pretende, até o próximo dia 30, anunciar a isenção da cobrança de PIS/Cofins sobre as importações de milho de qualquer origem. Analistas de SAFRAS & Mercado avaliam que, na prática, isso não irá alterar o custo de importação do cereal, o qual depende da matemática de preços FOB, fretes e internalização.
Segundo SAFRAS, hoje apenas os importadores que têm a facilidade do regime de Draw Back se beneficiam do abatimento de PIS/Cofins. Com a nova medida do governo, todos os consumidores de milho no mercado interno poderão importar isentos desta tarifa. Na prática, porém, esta tarifa já não faz parte do cálculo de importação.
SAFRAS detalha que a medida será válida apenas até dezembro de 2021 e abre espaço também para que mais importadores participem das compras. As tradings, que poderão, por exemplo, trazer um navio com cereal importado e revendê-lo para vários compradores internos.
Para o mercado interno, o quadro tende a se alterar muito pouco. É preciso verificar qual será a real atitude do consumidor interno em importar e, também, do produtor com as fixações, muito embora a notícia tenha chegado em um momento de vencimento de dívidas da safrinha, o que pode ajudar na decisão de venda. “Para que a medida realmente ajude a ter efeito nos preços internos, mais importações precisam ocorrer e para que as cotações no país venham a cair, o produtor brasileiro precisará vender”, alertam os analistas de SAFRAS.
Segundo o line-up, a programação dos portos brasileiros, o Brasil deverá exportar 4,581 milhões de toneladas de milho em agosto, com embarques já efetivos de 2,133 milhões de toneladas, ao passo que as importações do cereal da Argentina para este mês estão indicadas pela Secex em 174,461 mil toneladas de milho.
A consultoria ressalta ainda que a colheita norte-americana de milho é sempre um fator de atenção para os preços internacionais e a atitude da Argentina em relação às suas exportações excessivas previstas nas próximas semanas é um dado a ser avaliado. “Em resumo, com a medida a ser adotada pelo governo federal mais compradores poderão participar da importação, mas os custos ainda serão altos, independente do PIS/Cofins”, destacam os analistas de SAFRAS.
Segundo levantamento de SAFRAS, o custo do milho da Argentina está hoje em R$ 103,99 no porto em regime de Draw Back. Já o milho dos Estados Unidos custa R$ 111,90 CIF no porto brasileiro. Mais detalhes podem ser verificados na tabela abaixo.
Fonte: Agência SAFRAS