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Mesmo com períodos de déficit hídrico, ganho de safra é esperado para a soja em comparação a safra passada no RS

Embora sob adversas condições climáticas, estimativas favoráveis são previstas para a produção de soja no Rio Grande do Sul. Com excessão do Noroeste-Centro, as previsões de produtividade para a safra 2022/23 de soja, indicam que em comparação a safra passada, é muito provável que haja um ganho de safra, mesmo com a obtenção de baixas produtividades, fato justificado principalmente pela intensidade da seca vivenciada na safra 2021/22.

Figura 1. Previsão de Safra 2022/23 – Fechado Modelo (Smart).

Fonte: ClimaCast – RTC (2023)

Bárbara Sentelhas, Engenheira Agrônoma e CEO AGRYMET destaca que todas as produtividades já fechadas pelo método foram em cenários de clima abaixo do desfavorável, sendo um reflexo das condições observadas nas últimas semanas em uma fase crítica do desenvolvimento da soja, o período de enchimento de grãos

Ainda que a forte influência do fenômeno La Niña tenha assolado as lavouras gaúchas, pode-se dizer que um cenário mais favorável tem sido observado em comparação a safra passada, o que tem contribuído para o possível ganho de safra.

Sem dúvidas a disponibilidade hídrica é um dos principais se não o principal fator limitante da produtividade da soja. Embora possa variar em função da cultivar, durante seu ciclo de desenvolvimento a cultura da soja necessidade de um volume total de água variando entre 450 mm a 800 mm, sendo que a maior exigência hídrica ocorre durante o período reprodutivo da soja, durante a floração/enchimento de grãos (Neumaier et al., 2020).

Figura 2. Exemplo de evapotranspiração (ET) diária, nos diferentes estádios de desenvolvimento de cultivares de soja de tipo de crescimento determinado.

Fonte: Berlato et al. (1986), Apud. Neumaier et al. (2020)

Logo, ainda que a partir de modelos estatísticos seja possível estimar a produtividade da soja para a safra 2022/23, cabe destacar que a grande parte das lavouras gaúchas se encontra no período de maior requerimento hídrico, sendo essencial a ocorrência de chuvas para suprir a exigência hídrica da cultura, especialmente se tratando de áreas de sequeiro (não irrigadas).



Sobretudo, mesmo com possíveis alterações das condições climáticas, de modo geral é possível esperar produtividades superiores às obtidas na safra passada para a maioria das regiões gaúchas. Segundo previsões climáticas, Barbara Sentelhas destaca eu são esperados para os próximos 15 dias de fevereiro, aproximadamente 57 mm para São Luiz Gonzaga, 71 mm para Santa Rosa e 89 mm para Campo Novo. Para essas regiões produtoras do Noroeste gaúcho, as chuvas de maior expressão são esperadas para os dias 2 a 4 de fevereiro, seguidas por chuvas mais concentradas entre 9 e 12 de fevereiro.

Para a região do Planalto gaúcho, são esperados aproximadamente 67 mm para Água Santa e Sarandi, 82 mm para Não-Me-Toque e aproximadamente 81 mm para Ibirubá. Já na região do Noroeste-Centro, não esperados cerca de 77 mm para Panambi, 74 mm para Cruz Alta, 65 mm para Tupanciretã e 76 mm para Júlio de Castilhos.

No centro-Sul gaúcho, as previsões climáticas para os próximos 15 dias são menos favoráveis em comparação as demais áreas, principalmente com relação a distribuição de chuvas, sendo esperados cerca de 58 mm para São Sepé, 60 mm para Caçapava do Sul, 71 mm para Bagé e 67 mm para Arroio Grande.

Ainda que a má distribuição de chuvas seja uma realidade da grande maioria das regiões gaúchas, a redução a influência do fenômeno La Niña tem trazido um cenário otimista aos agricultores gaúchos, principalmente com relação a ocorrência de chuvas durante o período reprodutivo da soja.

Confira o vídeo abaixo com as dicas da Engenheira Agrônoma e CEO AGRYMET Bárbara Sentelhas.


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Referências:

NEUMAIER, N. et al. ECOSIFIOLOGIA DA SOJA. Embrapa Soja, Sistemas de Produção, n. 17, Tecnologias de Produção de Soja, cap. 2, 2020. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/223209/1/SP-17-2020-online-1.pdf >, acesso em: 02/02/2023.

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Equipe Mais Soja
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