Embora ainda pouco trabalhadas na agricultura comercial, as micorrizas podem ser consideradas uma das principais ferramentas disponíveis para estimular o crescimento e desenvolvimento vegetal, contribuindo também para a melhoria de atributos físicos, biológicos e químicos do solo.
As micorrizas são associações entre fungos da classe Zigomicetes e raízes de plantas vasculares, ocorrendo nos mais diversos ecossistemas terrestres. De acordo com a morfoanatomia podem ser dos tipos ecto, ectoendo e endomicorrizas. Os fungos endomicorrizicos vesículo-arbusculares (fMVA), ordem Glomales, formam associações com penetração inter e intracelular das hifas e produzem estruturas fungicas (arbúsculos e vesículas) na região do córtex das raízes. São simbiontes obrigatórios e atuam estimulando o crescimento das plantas e aumentando substancialmente a absorção de fósforo, zinco e cobre em solos com disponibilidade subótima (Antoniolli & Kaminski, 1991).
Em outras palavras, as micorrizas atuam beneficamente, contribuindo para a melhoria da absorção de nutrientes do solo pelas raízes, permitindo a planta, explorar um maio volume de solo. Estima-se que a hifa externa do fungo micorrízico arbuscular pode fornecer 80% do fósforo, 25% do nitrogênio, 10% do potássio, 25% do zinco e 60% do cobre (Hoffmann & Lucena, 2006). Sobretudo, ainda que haja pouco conhecimento difundido a frente do uso de micorrizas em culturas anuais, é conhecido que em populações de plantas de maior porte e/ou perenes, uma séria de benefícios além do aumento da absorção de nutrientes são fornecidos pelas micorrizas.
Em alguns casos, a formação consolidada de micorrizas pode atuar como meio para o transporte de biocompostos entre plantas, ou até mesmo na transmissão de substancias bioquímicas como uma forma de comunicação entre plantas. Em sistemas onde plantas são interligadas pelas ligações micorrizicas, é possível que estímulos desencadeados por fatores abióticos e/ou bióticos sofridos por uma planta, possam ser observados por outra interligada na rede de hifas. Dessa forma, é possível que em dado momento, estímulos bioquímicos e biocompostos sejam transmitidos a fim de contribuir para a manutenção do ecossistema.
Ainda que maiores estudos sejam necessários a fim de quantificar os efeitos das micorrizas, especialmente em culturas anuais, é notório que efeitos benéficos são proporcionados pela relação entre planta e fungos micorrízicos.
Confira abaixo o vídeo explicativo divulgado pela BBC News Brasil.
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ANTONIOLLI, Z. KAMINSKI, J. MYCORRHIZAS. Ciência Rural, 1991. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/cr/a/ZXZ9DjFb9F8hVzwZQfqj8MQ/?lang=pt#:~:text=As%20micorrizas%20s%C3%A3o%20associa%C3%A7%C3%B5es%20entre,tipos%20ecto%2C%20ectoendo%20e%20endomicorrizas. >, acesso em: 26/01/2023.
HOFFMANN, L. V.; LUCENA, V. S. PARA ENDENTEDER MICORRIZAS ARBUSCULARES. Embrapa, Documentos, n. 156, 2006. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/276480/1/DOC156.pdf >, acesso em: 26/01/2023.
Foto de capa: Adriano Fernandes
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