Análise semanal da tendência de preços
Fatores de alta
a) Nova quebra na safra argentina: Na quinta-feira, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires reduziu sua previsão de 49,5 milhões para 46,5 milhões de toneladas. Segundo a bolsa, no norte da área agrícola o milho tardio vem registrando perdas tanto de rendimento quanto de área, por causa do aumento da incidência da cigarrinha-do-milho e do estresse térmico e hídrico sofrido durante um período crítico do desenvolvimento.
A bolsa disse ainda que a colheita de milho tardio no norte do país deverá começar antes do previsto, já que a maturação das lavouras em algumas áreas foi antecipada por causa do estresse térmico e hídrico. Nessas zonas agrícolas, em média, 17% da área semeada não poderá ser colhida, afirmou a bolsa;
b) Clima quente e seco no Meio-Oeste do Brasil deu suporte aos preços: Segundo a ADM Investor Services, a umidade do subsolo é limitada para o restante da polinização e do enchimento de grãos. “Os danos à safra ficarão mais evidentes com o tempo”, disse a consultoria.
c) No Brasil os problemas logísticos trazidos pelas enchentes no Rio Grande do Sul, estado que é grande produtor de carnes de suínos e frangos, poderá afetar a oferta de milho no estado e de escoamento das carnes. Note- se que os principais frigoríficos do estado estão justamente nas regiões alagadas ou com problemas logísticos.
FATORES DE BAIXA
a) queda dos preços do petróleo: tanto nos EUA, como no Brasil o etanol de milho está se tornando cada vez mais importante e os preços de ambos estão atrelados;
b) grandes vendas de produtores americanos e brasileiros nas últimas duas semanas, aproveitando as altas momentâneas de Chicago aumentaram a oferta e pressionaram preços e prêmios.
FECHAMENTOS DO DIA 03/05
A cotação de maio24, referência para a nossa safra de verão, fechou em queda de 1,11 % ou $ 5,0 cents/bushel a $ 447,00. A cotação para julho24, referência para a Safrinha, fechou em alta de 0,11 % ou $ 0,50 cents/bushel a $ 460,25.
ANÁLISE DA ALTA
O milho fechou a sessão com altas leves em Chicago – só baixou maio, posição próxima a vencer– e completou uma semana com saldo positivo. Entre os fatores que influenciam na melhoria estão o clima seco e quente nos Estados do centro do Brasil, onde a safrinha está jogando sua sorte e o atraso do plantio de grãos no Médio Oeste americano pela ocorrência de precipitações durante boa parte da semana.
Da mesma forma que no caso da soja, houve um efeito altista, mas talvez pudesse ser a base das baixas pelo transporte benéfico da umidade no desenvolvimento inicial dos cultivos. E, tanto é assim, que com o correr das horas o efeito altista da notícia foi diluído até quase desaparecer.
Também influenciou de maneira altista o recorte feito pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires – quase no fechamento de Chicago – em sua redução da produção de milho, de 49,50 a 46,50 milhões de toneladas, como consequência dos danos provocados pela cigarrinha e pelo déficit hídrico. Este volume foi muito inferior aos 55 milhões projetados pelo USDA em abril.
B3-MERCADO FUTURO DE MILHO NO BRASIL
B3: Traders aproveitam momento, e realizam lucro na B3 nesta sexta
Os principais vencimentos de milho fecharam o dia em variações negativas nesta sexta-feira (03). Ao que tudo indica, traders aproveitaram os acumulados da semana, e preferiram não seguir nas apostas, encerrando posições ao apagar das luzes. Mesmo assim, vencimentos ligados à safrinha permanecem positivos na variação semanal, como julho e setembro. O dólar também deu sua contribuição à falta de confiança, já que encerrou o pregão cotação a R$ 5,070 na venda, em uma queda de -0,85%. No mercado internacional, preços mistos no fechamento, com o contrato maio cotado a US$ 4,47 por bushel, em um recuo de 5 pontos.
OS FECHAMENTOS DO DIA 03/05
Diante deste quadro, as cotações futuras fecharam em variações positivas: o vencimento de maio/24 foi de R$ 57,15 apresentando baixa de R$ 0,20 no dia, alta de R$ 0,27 na semana; julho/24 fechou a R$ 58,22, baixa de R$ 0,25 no dia, alta de R$ 1,07 na semana; o vencimento setembro/24 fechou a R$ 60,01, baixa de R$ 0,17 no dia e alta de R$ 0,97 na semana.
Fonte: T&F Agroeconômica
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