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Milho: Análise semanal do mercado

Autor: Prof. Dr. Argemiro Luís Brum (1)

As cotações do milho, em Chicago, após recuarem no dia 03/06, fechando em US$ 7,27/bushel para o primeiro mês cotado, valor que não era visto desde o dia 29/03, se recuperaram na presente semana, na expectativa dos relatórios de oferta e demanda deste dia 10/06, o qual abordaremos com detalhes em nosso próximo comentário, e o relatório de área plantada definitivamente, nos EUA, previsto para o dia 30/06.

Nesse último caso, circulam informações de que a área de soja poderia diminuir um pouco, em favor do milho, na comparação com o que foi anunciado quando da intenção de plantio, em 31/03. Assim, o fechamento desta quinta-feira (09) ficou em US$ 7,73/bushel, para o primeiro mês cotado, contra US$ 7,30 uma semana antes.

A média de maio atingiu a US$ 7,88/bushel, ganhando 0,2% sobre a média de abril. Lembrando que em maio de 2021 a média foi de US$ 6,97. Dito isso, o plantio de milho nos EUA, até o dia 05/06, atingia a 94% da área esperada, superando a média histórica, para a data, que é de 92%.

Em torno de 78% das lavouras semeadas já haviam germinado, sendo que 73% das mesmas estavam em boas a excelentes condições, 23% regulares e 5% entre ruins a péssimas. Pelo lado das exportações, os EUA venderam 185.500 toneladas do cereal, relativos a safra 2021/22, na semana encerrada em 02/06.

O total acumulado, no ano comercial, chega a 59,2 milhões de toneladas, contra uma estimativa do USDA de alcançar um tota final de 63,5 milhões no ano. Para a safra 2022/23, que está sendo semeada, as vendas ficaram aquém do esperado pelo mercado, atingindo apenas 48.700 toneladas.

Na prática, o milho dos EUA está muito caro na comparação com o produto da Argentina e do Brasil, enquanto muitos compradores internacionais estariam apostando na liberação do Mar Negro para as exportações da Ucrânia. (cf. Agrinvest Commodities)

E no Brasil, os preços voltaram a ceder. A média gaúcha, no balcão, ficou em R$ 84,11/saco, enquanto nas demais praças nacionais os preço oscilaram entre R$ 68,00 e R$ 85,00/saco. A entrada da segunda safra, mesmo que revista em menor volume, devido ao clima, vai continuar pressionando para baixo o mercado nacional do milho. Em muitas regiões do país o cereal está em seus menores preços deste ano de 2022.

Assim, os produtores pressionam para vender, enquanto os compradores recuam, esperando preços ainda menores. Algo que já vínhamos alertando há algum tempo neste espaço. Por sua vez, a B3 registrou, na abertura de seu pregão do dia 09/06, o valor de R$ 88,40/saco, para o seu contrato julho, R$ 91,70 para setembro; R$ 92,80 para novembro; R$ 94,88/saco para janeiro/23, Neste contexto, a colheita da segunda safra do cereal, até o início da presente semana, chegou a 3,3% da área no país, ficando acima dos 2,15% da média histórica para a data.

No Mato Grosso a colheita chegava quase a 6% da área até o final da semana anterior. Esta colheita mais acelerada pressiona os preços internos. Por outro lado, segundo a AgRural, a safra total de milho no país ficaria em 108,05 milhões de toneladas, com a safrinha registrando 84,2 milhões.

Esta consultoria, por enquanto, é uma das mais conservadoras em termos de projeções para as safras de milho e soja brasileira. No caso da soja, ela projeta 119,97 milhões de toneladas, contra 124 milhões de outras consultorias.

Especificamente no caso do Mato Grosso, segundo o Imea, a área da safrinha será de 6,39 milhões de hectares, porém, a produtividade ficaria em 102,1 sacos/hectare, tendo sofrido um recuo, em relação as projeções anteriores, devido a problemas de escassez de chuvas desde o mês de abril em algumas regiões do Estado.

Assim, a produção final da safrinha mato-grossense recua para 39,3 milhões de toneladas. Vale destacar que a safrinha total do Brasil, segundo a Conab, será de 88 milhões de toneladas, o que difere de projeções privadas como vimos. Como a maior parte deste milho ainda não foi negociada, há muito cereal disponível.

Segundo Brandalizze Consulting, a safra total brasileira de milho chegaria a 115,8 milhões de toneladas, ficando mais de 7 milhões de toneladas acima das projeções feitas pela AgRural. Enfim, segundo a Anec, a exportação de milho pelo Brasil, em junho, está estimada em cerca de 1,45 milhão de toneladas, com um crescimento de 1,36 milhão de toneladas em relação ao registrado em igual período de 2021.


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Fonte: Informativo CEEMA UNIJUI, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum (1)

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUI, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUI).

Equipe Mais Soja
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