Por T&F Agroeconômica
ANÁLISE SEMANAL DA TENDÊNCIA DOS PREÇOS
FATORES DE ALTA
a) As cotações atuais do milho na CBOT já estão bastante baixas e podem atrair demanda, o que deve limitar o potencial de queda;
b) O aumento da produção de carnes no Brasil e do consumo para a produção de etanol de milho, com o consequente aumento na demanda do cereal, poderá frear um pouco a queda dos preços, embora sem elevar positivamente os preços.
FATORES DE BAIXA
a) Estimativas de produção e estoque nos Estados Unidos, que vieram acima do esperado. Em seu relatório mensal de oferta e demanda, o Departamento de Agricultura do país (USDA) elevou a produção de 386,94 milhões para 389,69 milhões de toneladas, com o rendimento passando de 10,98 para 11,13 toneladas por hectare. Analistas ouvidos pelo Wall Street Journal estimavam uma produção de 386,61 milhões de toneladas, com o rendimento se mantendo em 10,98 toneladas por hectare;
b) O USDA estimou os estoques finais de milho, nos EUA, ao fim de 2023/24 em 54,91 milhões de toneladas, em comparação a 54,13 milhões de toneladas projetadas em dezembro. Os analistas esperavam um corte para 53,47 milhões de toneladas.
c) Os estoques trimestrais de nos EUA em 1ºde dezembro somavam 309,09 milhões de toneladas, aumento de 12,5% ante igual data do ano anterior, quando eram de 274,65 milhões de toneladas. O volume ficou acima da média das expectativas dos analistas, de 305,05 milhões de toneladas.
d) No Brasil, o último relatório da Conab, que elevou os estoques finais em 1,73 milhão de toneladas, passando de 4,51 MT para 6,28 MT. Este volume é maior, inclusive, do que os estoques finais da safra anterior, que foram de 5,94 MT. Com isto, os compradores, tanto internos quanto externos, ficaram mais tranquilos e os preços domésticos recuaram 2,85%no mês/ano, 5,72% na semana e 1,12% no dia, segundo o Cepea. Em Chicago os preços recuaram 5,14% no mês/ano, 2,98% na semana e 2,35% no dia.
MERCADO DO DIA 15/01
MILHO fechou dia e semana em queda com dados relatório do USDA baixista
FECHAMENTOS DO DIA 15/01: A cotação de março24, referência para a nossa safra de verão, fechou em baixa de -2,35 % ou $ -10,75 cents/bushel a $ 447,00. A cotação para maio24, fechou em baixa de -2,29 % ou $ -10,75 cents/bushel a $ 459,00.
CAUSAS DA BAIXA: O milho negociado em Chicago fechou o dia e a semana em baixa. O relatório do USDA trouxe uma serie de dados baixistas para o complexo de grãos. No caso do milho, o departamento elevou a estimativa de produção da safra, o rendimento e o estoque final. Além disso, o corte da safra brasileira foi considerado tímido, já que passou de 129 para 127 milhões de toneladas, um valor ainda muito longe dos 117,60 milhões projetados pela Conab.
Com isso o milho fechou a semana em baixa de -2,35% ou $-10,75 cents/bushel para a cotação de março24.
NOTÍCIAS IMPORTANTES
O QUE O USDA FALOU SOBRE A SITUAÇÃO DO MILHO NOS EUA E NO MUNDO?
a) A SITUAÇÃO DO MILHO NOS EUA: A perspectiva para o milho dos EUA para 2023/24 deste mês é de maior produção, maior uso de alimentos, sementes e uso industrial (FSI), aumento de ração e uso residual e estoques finais mais elevados. A produção de milho está estimada em um recorde de 389,69 MT, um aumento de 2,75 MT em relação a dezembro, já que um aumento no rendimento para um recorde de 177,3 bushels por acre é parcialmente compensado por um declínio de 0,6 milhão de acres na área colhida. O uso total de milho aumentou em 1,97 MT, para 370,84 MT.
O milho usado para etanol aumentou em 1,27 MT, para 137,16 MT. O uso de rações e resíduos aumentou em 635 mil tons, para 144,78 MT, com base no desaparecimento indicado durante o trimestre de Setembro a Novembro, conforme refletido pelo relatório sobre estoques de cereais, e nas revisões históricas da produção e estoques de 2018 a 2022, na sequência dos recentes resultados do Censo Agrícola.
Com a oferta aumentando mais do que o uso, os estoques de milho 2023/24 aumentaram 787,4 mil tons para 54,91 MT. O preço médio do milho recebido pelos produtores na temporada foi reduzido em 5 centavos, para US$ 4,80 por bushel.
b) A SITUAÇÃO DO MILHO NO MUNDO: A produção global de grãos forageiros para 2023/24 está prevista de aumento de 11,9 milhões de toneladas, para 1.513,9 milhões. As perspectivas para os cereais secundários estrangeiros deste mês são de maior produção, menor comércio e maiores stocks.
A produção estrangeira de milho deverá ser maior, com aumentos na China, Índia e Paraguai parcialmente compensados por um declínio no Brasil. A produção de milho na China aumentou para um recorde de 288,8 milhões de toneladas com base nos dados mais recentes de área e rendimento do Departamento Nacional de Estatísticas. A produção de milho da Índia é aumentada em áreas mais elevadas. A produção de milho no Brasil foi reduzida, refletindo menores expectativas de área de milho segunda safra.
As principais mudanças no comércio global de cereais secundários para 2023/24 incluem o aumento das exportações de milho para a Turquia, mas reduções para o Brasil e a Índia. As importações de milho aumentam para o Irã, Iraque e Turquia, mas são reduzidas para a UE, Bangladesh e Vietname. As exportações de sorgo aumentam para os Estados Unidos, com projeções de importações mais elevadas para a China. A alimentação de milho e o uso residual da China são aumentados com base numa colheita maior.
Os estoques finais de milho estrangeiro estão mais altos, refletindo principalmente um aumento para a China, em parte compensado por um declínio para o Brasil. Os estoques globais de milho, de 325,2 milhões de toneladas, aumentaram 10,0 milhões.
B3-MERCADO FUTURO DE MILHO NO BRASIL
B3: USDA projeta maior produção e estoques de milho, e contratos da B3 seguem caindo
Os principais vencimentos de milho fecharam o dia em queda nesta sexta (12), com as projeções realizadas pelo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. Nas alterações, o órgão projetou números ligeiramente menores para os Estados Unidos, que passou de 386,97 para 386,690 milhões de toneladas em produção. No Brasil, projetou-se queda de produção de 2 milhões de toneladas, passando a 127 milhões para a safra 23/24. A maior surpresa, no entanto, veio da China: previu-se uma produção de 288,84 milhões de toneladas, ante 277 previstas anteriormente, o que foi suficiente para que a Bolsa de Chicago cedesse 10,75 pontos no vencimento março/23.
OS FECHAMENTOS DO DIA 15/01: Diante deste quadro, as cotações futuras fecharam em baixa: o vencimento de janeiro/24 foi de R$ 67,86, baixa de R$ 0,98 no dia, baixa de R$ 4,85 na semana; março/24 fechou a R$ 68,29, baixa de R$ 2,85 no dia, baixa de R$ 9,06 na semana; o vencimento maio/24 fechou a R$ 66,96, baixa de R$ 2,15 no dia e baixa de R$ 8,56 na semana;
Fonte: T&F Agroeconômica