Brasil – Colheita da Safrinha atinge 80,3%: A colheita da safrinha de milho atingiu 80,3% da área estimada no Centro-Sul do Brasil até quinta-feira passada (4), em comparação com 72,7% uma semana antes e 58,4% no mesmo período do ano passado, de acordo com levantamento de uma consultoria privada brasileira. A colheita está encerrada em Mato Grosso e na reta final em Goiás.
Brasil – Início do plantio da safra de verão: A semeadura do milho-verão da safra 2022/23 já teve início no Rio Grande do Sul. Conforme a mesma consultoria, com boa umidade no solo, previsão de mais chuva e sem sinais de geada no curto no prazo, os produtores da Fronteira Oeste estão com as plantadeiras em campo, levando o total plantado no Estado gaúcho a 5,5%, o que representa 1,5% da área do Centro-Sul do Brasil. A ideia dos produtores é colher esse primeiro milho no fim de dezembro e início de janeiro e, na sequência, fazer safrinha de soja.
O norte de Iowa, o sul de Wisconsin e o norte de Illinois tiveram chuvas entre 50,8 mm a 101,6 mm no fim de semana (total de 72 horas), pois as chuvas foram mais ao sul do que o modelo GFS havia indicado na sexta-feira. As chuvas também foram ativas no Minnesota e norte do Indiana.
B3: Quedas de Chicago e do dólar pressionam a exportação e o mercado interno brasileiro
A queda somada das cotações na Bolsa de Chicago e do dólar no Brasil, bases para a formação dos preços de exportação, pressionaram os preços do mercado físico brasileiro. Como a exportação é o principal driver para escoamento adicional da grande safra de milho que está sendo colhida no Brasil, cada golpe sofrido por ela se reflete nos preços domésticos, porque tira um concorrente na disputa pelo mercado.
Com isto, as cotações futuras fecharam em queda no dia e alta na semana: o vencimento setembro/22 fechou a R$ 86,13, queda de R$ 0,93 no dia e alta de R$ 0,30 na semana nos últimos 5 pregões (semana); já novembro/22 fechou a R$ 88,48, queda de R$ 0,86 no dia e alta de R$ 0,75 na semana e janeiro/23 fechou a R$ 91,46, queda de R$ 1,14 no dia e alta de R$ 0,90 na semana.
CHICAGO: Milho recua 0,12% por chuvas nas lavouras em fase de enchimento de grãos e Ucrânia
A cotação do milho para setembro, que é o novo mês base, fechou em queda de 0,12% ou $ 0,75 cents/bushel a $ 609,0. A cotação para março 2023, início da nossa safra de verão, fechou em queda de 0,44% ou $ 2,75 cents ou a $ 615,25.
As chuvas em áreas do cinturão do milho americano teriam beneficiado as lavouras, em plena fase de enchimento de grãos. Além disso, novos embarques estariam saindo da Ucrânia e o mercado está otimista do lado da oferta.
Chuvas nos EUA: O norte de Iowa, o sul de Wisconsin e o norte de Illinois tiveram chuvas entre 50,8 mm a 101,6 mm no fim de semana (total de 72 horas), pois as chuvas foram mais ao sul do que o modelo GFS havia indicado na sexta-feira. As chuvas também foram ativas no Minnesota e norte do Indiana.
Ucrânia mais dois navios com milho: Mais dois navios com 66.000 toneladas e 44.000 toneladas de milho, respectivamente, deixaram a Ucrânia no domingo.
Novas vendas de milho EUA: O USDA relatou vendas flash de novas safras separadas de 105.000 T para a Itália e 120.000 T para destinos desconhecidos por meio de seu sistema de relatórios diários nesta manhã.
Exportações semanais EUA: Dados de Inspeções de Exportação mostraram 555.620 T (21,87 mbu) de milho embarcado na semana que terminou em 4 de agosto, queda de 38,63% em relação à semana passada e de 31,94% em relação à mesma semana do ano passado.
GIRO PELOS ESTADOS:
- RIO GRANDE DO SUL: Mercado segue pressionado pela oferta de fora
Mercado segue andando de lado, compradores e vendedores locais, muito ausentes. Indústrias com foco total em receber contratos futuros do centro-oeste, olham ofertas novas, mas suas indicações são muito aquém do que o vendedor pensa. Interesse de compra no RS situa-se entre R$ 90,00 até R$ 92,50 Posto fábricas, dependendo da localização, tanto para diferido quanto para tributado. Porém as ofertas que aparecem estão muito acima disto. Preços de balcão, em Panambi, mantiveram-se em R$ 80,00 ao produtor.
- SANTA CATARINA: Preços do milho do Centro-Oeste são menores do que o do milho local
Houve negócios de milho local, nesta semana, entre R$ 85,00 e R$ 87,00 FOB, na região de Canoinhas Mas, no geral, mercado andando lento. Vendedores pedindo de R$ 90,00 para cima e compradores não assimilando ainda estes números. Até se encontra compradores, mas para pagamento bem alongado.
Exportação: O porto de São Francisco do Sul ainda recebe ofertas de milho ao redor de R$ 90,00, mas de outros estados, principalmente do Paraná.
- PARANÁ: Compradores começam a comprar milho local; logística de Goiás fica difícil
Novamente aquela situação que já comentamos, de compras da mão pra boca. Parece que os compradores mercado interno tem aceitado melhor os preços. Não é um movimento grande ainda; dois gigantes, por exemplo, entraram no mercado hoje tomando apenas 1 a 2k a R$ 82,00 FOB – pelo tamanho do consumo destes dois não é nada, no norte e oeste do estado.
Um deles até comentou hoje que está muito comprado em Goiás e que, por lá, a safra está vindo devagar devido aos custos logísticos, ou seja, vendedor prefere levar para Santos, que tem frete de retorno, do que para o interior do PR nesse momento.
No geral os preços de compradores e vendedores foramos seguintes, nas várias regiões do estado: Londrina R$ 80,00 x R$ 82,00; Maringá sem comprador e vendedor a R$ 82,00; Cascavel R$ 80 x R$ 81; Ponta Grossa sem comprador e vendedor a R$ 84,00; FerroNorte, de Maringá R$ 82 x R$ 81 e Paranaguá agosto vendedor a R$ 92 e comprador a R$ 90,50.
- MATO GROSSO DO SUL: Com queda de Chicago e do dólar, mercado ficou paralisado nesta segunda
A exportação foi duramente atingida, na segunda-feira, pela queda de 1,07% na cotação do dólar e pela queda de 0,12% na cotação do milho na Bolsa de Chicago. Com isto, os preços que as Tradings puderam oferecer aos vendedores foi menor do que na semana anterior e não despertou interesses de vendas.
- GOIÁS: Preços sobem, milho de Goiás deixa de ser competitivo pelos problemas de logística
Competitividade somente na exportação: Os preços em Goiás continuam competitivos, mas somente para a exportação. No mercado interno, a falta de retorno dos fretes compromete a logística.
- MILHO PARAGUAIO: Vários negócios no mercado interno e para o Brasil
Bons movimentos no mercado de milho ao longo da semana. O destaque, como havíamos comentado nos dias anteriores, foi pela indústria local, que conseguiu obter um bom volume de produto, cobrindo pelo menos um mês de consumo. O mercado em geral deu preferência à indústria devido à flexibilidade na qualidade, num momento em que muitos estão com problemas. No entanto, outros mercados puderam participar em menor escala, tanto o Brasil quanto a FAS. Compradores do oeste do Paraná conseguiram finalizar alguns negócios ao longo da semana. Poderia ter sido um volume maior se eles mantivessem a flexibilidade de dias atrás de receber até 8% de mercadorias avariadas, mas não conseguem mais dar essa condição aos vendedores. O mercado da FAS, embora tenha conseguido fechar alguns negócios, os vendedores estão muito apreensivos com a qualidade, com muitos tendo dificuldades em cumprir os compromissos já fechados, e os que possuem boa qualidade apostam em melhores condições de preço após a colheita.
Cerealistas e cooperativas paraguaias enfrentaram dificuldades em fixar preços com seus clientes porque não conseguiram acompanhar os preços de duas cooperativas que são grandes (gigantes) produtores de frangos no estado do Paraná, Brasil, que possuem armazéns no Paraguai também. A demanda brasileira não tinha preços em seus destinos para que cerealistas e cooperativas locais (do Paraguai) poderiam pagar mais de US$ 180/190 a seus clientes, nem pelo etanol de milho no Paraguai, porém, os agricultores não fixam por menos de US$ 200, que é o preço que outras cooperativas (também multinacional) pagaram nos últimos dias.
Safra terá chuvas e mais frio: O Paraguai está a poucas semanas do início da safra de trigo 22/23 e iniciou o mês de agosto com chuvas em praticamente todas as regiões, que deverão permanecer durante a maior parte da segunda semana. Julho foi principalmente seco, apenas 24 milímetros (mm) vs 33 no ano passado e 33 também média histórica 2016/2021.
As temperaturas médias de julho foram bem acima da média para aquele que costuma ser o mês mais frio do ano, com exceção de 2022. Em junho e maio choveu muito mais tempo e estava muito mais frio.
Agosto também costuma ser um mês de alto risco para cereais de inverno no Paraguai: o de 2022 tende a ser ainda mais, devido ao atraso no plantio em algumas regiões, mas um tanto amenizado pela seca e pelas altas temperaturas de julho que aceleraram a formação de espigas. As chuvas dos primeiros cinco dias de agosto, embora ainda não ultrapassaram a média de julho, prometem ultrapassar as previsões até dia 12 com até 100 mm.
- MILHO BRASIL-EXPORTAÇÃO: Só compradores, novamente, nesta segunda-feira
Os negócios de exportação de milho são feitos à base de prêmios, aqui reproduzidos. Nós calculamos os preços flat para dar uma ideia do valor das exportações para poderem ser comparados aos do mercado interno.
A demanda por milho brasileiro está muito ativa, mas não satisfaz os preços dos vendedores neste momento.
Nos portos de Santos-SP e Tubarão-ES 148 para setembro, sem comprador; outubro, 148,; 150 para novembro e 152 para dezembro. Destaque para a cotação de safra de verão, para abril, com prêmio de 35 cents/bushel. Nos portos de Barcarena-PA e Itaqui-MA houve prêmios apenas para setembro a 138.
- MILHO ARGENTINO: Enquanto o Brasil aumenta os prêmios, a Argentina diminui
Os negócios de milho são feitos com base em prêmios, mas nós os convertemos aqui em US$/t para dar uma ideia do que poderiam significar em termos de custo efetivo para os importadores brasileiros.
Com a queda de Chicago e alta nos prêmios, os preços equivalentes do milho argentino que utilizam navios Handysize nos portos do UpRiver voltaram a subir para os embarques de agosto e setembro a US$ 269. Para outubro US$ 275, novembro US$ 277, dezembro 279 e abril de 2023 US$ 252. Para os embarques em navios Panamax, nos portos oceânicos de Bahia Blanca e Necochea, setembro recuou para US$ 281 e outubro foi cotado a US$ 283; todos os demais meses também não foram cotados.
Fonte: T&F Agroeconômica