FECHAMENTOS DO DIA 18/07: A cotação para setembro23, referência para a nossa safra de inverno, fechou em alta de 5,91 % ou $ 29,50 cents/bushel a $ 528,75. A cotação de dezembro23, a principal data negociada nos EUA, fechou em alta de 5,63 % ou $ 28,50 cents/bushel a $ 534,50.
CAUSAS DA FORTE ALTA: O milho fechou em alta nessa terça-feira, sendo o grão com maior valorização do dia. A Rússia alegando uma retaliação ao ataque da principal ponte da Crimeia no dia 17, bombardeou os portos de Odessa e Mykolaiv, já no primeiro dia após o final do acordo de grãos no Mar Negro (18), o que levou o mercado a refazer as contas. Sendo a Ucrânia um grande exportador de milho, a escalada da guerra, principalmente na região do Mar Negro, dificultariam as exportações até uma possível retomada do acordo. Já temos notícias de um segundo ataque russo aos portos ucranianos nas primeiras horas do dia 19. Outro cálculo que todos estão fazendo é se será possível obter 2,43% a mais de rendimento com lavouras e solos em condições muito piores do que há um ano. O USDA apontou segunda, após o fechamento da sessão que 57% do milho está em boas/excelente condições, abaixo dos 64% do ano anterior. Assim como 64% das lavouras apresentam algum grau de estiagem, ante 30% da mesma época no ano anterior. Mesmo com os ajustes feitos no relatório WASDE dia 12, a conta não está fazendo sentido para o mercado, que buscou cobrir as posições vendidas nessa terça-feira.
NOTÍCIAS IMPORTANTES
MAR NEGRO-AS CONSEQUÊNCIAS PARA O MILHO: As consequências do fim do acordo de exportação de grãos pelo Mar Negro são muito mais graves para o mercado de milho do que para o de trigo, afirmou o Commerzbank em relatório enviado a clientes. Isso porque a Ucrânia deve ser responsável por 10% das exportações globais de milho da safra 2023/24. ante 5% das de trigo, disse o banco alemão citando estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Além disso, o corredor de grãos até agora tem sido usado principalmente para exportar milho que, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), já representou 50% das exportações totais, acrescentou a nota. “Isso é especialmente relevante para a União Europeia (UE) que, de acordo com o USDA, provavelmente importará cerca de um quarto de sua demanda de milho este ano e para a qual a Ucrânia teria sido uma fonte importante”, afirmou a analista Thu Lan Nguyen no relatório. No entanto, ela também lembra que uma recente melhora nas condições de safra dos EUA pode amenizar a situação, ao aliviar a oferta global, apesar da seca em diversas regiões de cultivo.
PARANÁ-COLHEITA SAFRINHA ATINGE 6%: A colheita das lavouras de milho segunda safra no Paraná atingia ontem (17) 6% da área no Estado, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura do Estado. Na semana anterior, até dia 10, 3% da área estava colhida. Das lavouras que estão no campo, as condições continuam as mesmas da semana anterior: 82% têm condições boas, 15% médias e 3% ruins. Ainda conforme o Deral, 58% das lavouras estão em maturação e 42% em frutificação.
BRASIL-ANEC REDUZ LEVEMENTE OS EMBARQUES DE MILHO: A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) revisou a sua previsão de exportações de milho de 6,855 milhões de toneladas de milho neste mês, ante 6,914 milhões de toneladas projetadas anteriormente. Na semana de 9 a 15 de julho, os embarques totalizaram 1,317 milhão de toneladas de milho. Para a semana de 16 a 22 de julho, as exportações estão previstas em 1,545 milhão de toneladas de milho. Apesar da leve queda, o volume ainda está acima da média necessária para se atingir os objetivos de exportação da CONAB.
B3-MERCADO FUTURO DE MILHO NO BRASIL
B3 apresenta ganhos com cenário de tensão internacional, vencimentos valorizam até 3,29%.
CAUSAS DA ALTA: A escalada de tensão no dia de hoje, na qual a Rússia, em uma decisão unilateral, anunciou o fim do corredor de exportações, impactou positivamente nos negócios de milho na Bolsa de Valores. Os ganhos não foram maiores, e se comparados à Bolsa de Chicago pode-se dizer que até pequenos, devido ao cenário interno, onde no dia de hoje a Conab divulgou novos avanços de safra. Segundo a entidade, a safrinha beirou os 39% de colheita, enquanto para a safra verão, o percentual é de 97% colhido. Na comparação com o ano passado, a safrinha apresenta-se cerca de 10% em atraso; no entanto, vale ressaltar que há mais milho este ano. Entre o avanço de estados, destacam-se Mato Grosso (67,7%), Tocantins (60%), Maranhão (50%), Piauí (28%), Minas Gerais (23%), Goiás (19%), Mato Grosso do Sul (7%) e Paraná (4%).
OS FECHAMENTOS DO DIA 18/07: Diante deste quadro, as cotações futuras fecharam em alta: o vencimento setembro/23 fechou a R$ 57,67, alta de R$ 1,79 no dia e alta de R$ 1,40 na semana; o vencimento de novembro/23 foi de R$ 60,66, alta de R$ 1,53 no dia, alta de R$ 0,88 na semana; janeiro/23 fechou a R$ 64,29, alta de R$ 1,40 no dia e alta de R$ 1,75 na semana.
Fonte: T&F Agroeconômica