As cotações do milho, em Chicago, voltaram a recuar nesta semana. O bushel do cereal, para o primeiro mês cotado, fechou o dia 27/06 em US$ 4,13, contra US$ 4,39 uma semana antes. O valor deste dia 27/06 é o mais baixo desde o início de março.
Também aqui a expectativa, em relação aos relatórios de plantio e estoques trimestrais, pesaram sobre o mercado. Estes relatórios, anunciados na segunda metade do dia 28/06, serão analisados neste espaço, com detalhes, no próximo boletim.
Enquanto isso, as lavouras boas a excelentes, nos EUA, viram seu índice cair para 69% no dia 23/06. Outras 24% estavam regulares e 7% entre ruins a muito ruins. Por sua vez, 4% das lavouras estadunidenses de milho estavam em fase de embonecamento na data indicada.
Já as exportações estadunidenses de milho somaram 1,1 milhão de toneladas na semana encerrada em 20/06, volume este que ficou dentro das expectativas do mercado. No total, até o momento, os EUA exportaram 41,6 milhões de toneladas de milho no presente ano comercial, o que representa um aumento de 28% sobre o ano anterior, na mesma época.
E na China, o forte calor, com temperaturas recordes em diversas regiões, está ameaçando a produção de milho local. Os produtores chineses estariam adiando o plantio, esperando melhoria no clima, fato que pode atingir a produção final esperada.
Lembrando que a China produziu 288,8 milhões de toneladas de milho no ano passado e espera colher 292 milhões neste ano 2024/25, se o clima deixar. Mesmo assim a China é o maior importador mundial do cereal, com previsão de comprar 23 milhões de toneladas neste novo ano comercial. As sete províncias atingidas pela seca naquele país representam 35% da produção chinesa de milho. A colheita de verão, por lá, se dá a partir de outubro.
Já aqui no Brasil, os preços se mantêm estáveis, mas continua havendo um viés de alta, diante da menor produção deste ano. Mas esta melhoria dependerá do ritmo de exportação nos próximos sete meses a contar de julho. O país precisaria escoar cerca de 50 milhões de toneladas do cereal para que os preços apresentem uma recuperação mais sustentável.
Assim, a média gaúcha fechou o mês de junho em R$ 57,80/saco, enquanto as principais praças praticam R$ 55,00. Nas demais regiões do país os preços oscilaram entre R$ 37,00 e R$ 59,00/saco. E na B3 os primeiros contratos giraram, no fechamento do dia 26/06, entre R$ 57,07 e R$ 67,45/saco. No Mato Grosso do Sul, segundo a Famasul, a colheita virou a semana atingindo a 8,2% da área de safrinha de milho naquele Estado. O que restava a colher, se apresentava com 43,9% em boas condições, 20,7% regulares e 35,4% ruins.
Até o dia 17/06 o Mato Grosso do Sul havia comercializado 97,8% da segunda safra de 2023, sendo que o preço do produto foi negociado, na média daquele dia, a R$ 48,38/saco. (Aprosoja/MS)
Por sua vez, no Mato Grosso, segundo o Imea, a colheita da safrinha chegava a 37,6% da área no final da semana anterior, contra a média histórica de 27,4% na época. A produção final esperada é de 45,8 milhões de toneladas, contra 52,5 milhões colhidas no ano anterior. Ou seja, um recuo de 12,8%.
E no Paraná, conforme o Deral, 42% das lavouras da segunda safra já foram colhidas até a virada da semana, sendo que, do restante, 14% estava em frutificação e 86% em maturação. Destas lavouras a colher, 48% estavam em boas condições, 34% regulares e 18% em estado ruim.
Enfim, no Centro-Sul brasileiro, até o dia 20/06, a colheita da safrinha atingia a 34% da área, segundo a AgRural. Por sua vez, a Conab fala em 28% colhido, sendo que, por Estado, assim estava a mesma: Mato Grosso (40,1%), Paraná (29%), Tocantins (25%), Goiás e Mato Grosso do Sul (12%), Maranhão e São Paulo (10%), Minas Gerais (8%) e Piauí (1%). Já a safra de verão, segundo ainda a Conab, estava colhida em 91,6% da área total no país.
Enfim, segundo a Secex, nos primeiros 15 dias úteis de junho o Brasil registrou a média diária de exportação de milho de 42.463 toneladas, o que representa um recuo de 13,8% sobre a média de junho do ano anterior. O preço médio pago pela tonelada do milho brasileiro recuou 23% neste ano, ficando em US$ 201,60 na terceira semana de junho de 2024. E segundo a Anec, a projeção de exportação de milho para este mês de junho é de um total de 1,06 milhão de toneladas, com a mesma ficando 170.000 toneladas abaixo do registrado no mesmo mês de 2023.
Fonte: Comentários referentes ao período entre 21/06/2024 e 27/06/2024 – Prof. Dr. Argemiro Luís Brum